Arte Moderna

Marcel Duchamp: um artista inovador, polêmico e revolucionário

Saiba mais sobre um dos precursores da arte conceitual e quem reivindicou ter introduzido o "ready made" como objeto de arte.

Por Equipe Editorial - fevereiro 27, 2024
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Henri-Robert-Marcel Duchamp (1887–1968) foi um artista franco-americano inovador. Trabalhou com pintura, escultura, colagens, curtas-metragens, arte corporal e objetos encontrados.

Conhecido como pioneiro e criador de subversões, Duchamp está associado a vários movimentos de arte moderna, incluindo dadaísmo, cubismo e surrealismo. Além disso, é creditado por abrir o caminho para a arte pop e conceitual.


Trajetória artística

Ele fez sua primeira pintura, Church em Blainville, aos 15 anos e se matriculou na Academie Jullian na École des Beaux-Arts de Paris.

Em uma série de entrevistas publicadas após sua morte, Duchamp é citado por dizer que não conseguia se lembrar de nenhum dos professores que possuía; e que passava as manhãs jogando bilhar em vez de ir ao estúdio.

Ele acabou sendo reprovado após um ano.

Marcel Duchamp - Church at Blainville (1902)
Church at Blainville (1902). Philadelphia Museum of Art

Sua vida artística durou várias décadas, muitas vezes chocando críticos ao longo do caminho.

Ele passou a maior parte desses anos alternando estadia entre Paris e Nova York. Formou amizades com o artista americano Man Ray, o historiador Jacques Martin Barzun, o escritor Henri-Pierre Roché, o compositor Edgar Varèse, os pintores Francisco Picabia e Jean Crotti, entre outros.

Man Ray (esquerda) e Marcel Duchamp (direita) jogando xadrez (1960)
Man Ray (esquerda) e Marcel Duchamp (direita) jogando xadrez (1960)

Duchamp descreveu sua mãe como distante, fria e indiferente. O artista sentia que ela preferia suas irmãs mais novas a ele, uma preferência que teve um efeito profundo em sua autoestima.

Embora ele tenha se apresentado como imparcial em entrevistas, alguns biógrafos acreditam que sua arte reflete seus grandes esforços para lidar com uma raiva e ciúme não assumidos.

Ele foi casado duas vezes e desenvolveu um alter-ego feminino denominado Rrose Sélavy, cujo nome traduzido significa “Eros, assim é a vida”.

Rrose Selavy (1920). Man Ray Trust:ADAGP, Paris and DACS, London 2015
Rrose Selavy (1920). Créditos: Man Ray Trust:ADAGP, Paris and DACS, London 2015

Marcel Duchamp morreu em sua casa, Neuilly-sur-Seine, na França, em 2 de outubro de 1968. Ele foi enterrado em Rouen sob o epitáfio “Além disso, são sempre os outros que morrem”. Até hoje, ele é lembrado como um dos grandes inovadores da arte moderna.

O artista inventou novas maneiras de pensar sobre o que a arte poderia ser e transformou radicalmente as ideias sobre a cultura.


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Dadaísmo e o ready-made de Marcel Duchamp

No início do século XX, durante o contexto da Primeira Guerra Mundial e das transformações políticas, sociais e econômicas na Europa, tivemos o surgimento das vanguardas artísticas.

Uma delas foi o Dadaísmo, liderado por Duchamp, movimento que tinha como intuito protestar contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de forma irônica o horror que estava acontecendo.

Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defendia o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. A sua principal representação ficou marcada pelos ready-mades – objetos já fabricados presentes no cotidiano, sem valor estético, expostos como obras de arte em espaços especializados.

dadaísmo; Marcel Duchamp
Roda de Bicicleta (1913) foi o primeiro dos “ready-mades” de Duchamp: Nessa obra, o garfo e a roda de uma bicicleta são montados em um banquinho.

 A Fonte (1917)
Marcel Duchamp – A Fonte (1917)

Por se tratar de um ready-made (já feito), a obra de Duchamp pode ser considerada uma antiarte; ela rompe com o mérito dado ao artista no que se refere ao processo de produção em si


Depois de renunciar à arte

Por fim, em 1923, Duchamp renunciou publicamente à arte, dizendo que passaria a vida jogando xadrez; inclusive, participou de várias equipes de torneios franceses. Mais ou menos secretamente, no entanto, ele continuou trabalhando de 1923 a 1946, com o seu alter-ego feminino. Além disso, continuou a produzir ready-mades.

Etant Donnes foi seu último trabalho. Ele fez a obra em segredo, e queria que ela fosse mostrada apenas após sua morte. A escultura consiste em uma porta de madeira montada em uma moldura de tijolo. O espectador pode ver uma cena profundamente perturbadora de uma mulher nua deitada em uma cama de gravetos e segurando uma luz acesa.


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Do nada da matéria em si: uma poética com o caos – ArteVersa
1 ano atrás

[…] Affortunati para a coleção do Arteversa, supõe uma dúvida primeira: será que o dadaísta Marcel Duchamp (1887-1968) projetava o alcance de seus readymades ao longo da história? Em como seriam seus […]