As mulheres surrealistas tiveram igual importância no movimento quanto os homens. Nesta matéria separamos 9 das principais, para que você possa conhecer.
“Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”.
—Frida Kahlo.
Conheça a verdadeira história de Frida, acesse: Frida Kahlo por tudo e contra todos: paixão, dor e arte.
Fundado em Paris, em 1924, o Surrealismo engrossou os movimentos de vanguardas do início do século XX. Os artistas ligados a esse movimento rejeitavam os valores e os padrões impostos pela sociedade burguesa, seguindo a exploração dadaísta de tudo o que fosse subversivo na arte.
Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano, os surrealistas seguiram alguns métodos para impedir o controle do consciente na ação artística, desprendendo o inconsciente. Veja abaixo 7 das principais mulheres surrealistas.
Gertrude Abercrombie (1909-1977) nasceu em Chicago-EUA. Era chamada de “a rainha dos artistas boêmios”, Abercrombie curtia jazz, e foi amiga dos músicos como Dizzy Gillespie, Charlie Parker, e Sarah Vaughan, cuja música inspirou seu próprio trabalho criativo.
Remedios Varo Uranga (1908-1963) nasceu em Anglés Cataluña. Estudou Belas Artes em Madrid. Muda-se para a França onde, por dificuldades financeiras, chegou a ser presa. Durante a Segunda Guerra, fugiu para o México, onde trabalhou como decoradora, figurinista, entre outras linguagens.
Suas obras trazem influencias católicas, tradições herméticas, magia, a natureza, além de pintar personagens sem gênero definido. Remedios morreu de ataque cardíaco na Cidade do México em 1963.
Katherine Lynn Sábio (1898-1963), foi uma artista americana, surrealista e poeta. Foi membro dos períodos “Era de Ouro” e “pós-guerra do surrealismo”, ela é principalmente reconhecida por suas obras artísticas, que normalmente contêm temas de natureza arquitectónica.
Dorothea Tanning (1910-2012) é de Illinois – EUA. Foi pintora, escultora e escritora e também desenhou cenários e figurinos para balé e teatro. Em 1941 se tornou membro do grupo surrealista quando os integrantes passaram a frequentar a galeria Julien Levy, em seu período de exílio durante a Segunda Guerra. Nesta época ela conheceu André Breton, Ives Tanguy e o pintor Max Ernst com quem se casou logo depois.
Meret Oppenheim (1913-1985) é de Charlottenburg, Alemanha. Ao conhecer o trabalho de Jung, a artista passa a anotar a analisar seus próprios sonhos. Oppenheim muda-se para Paris, estuda artes e logo produz sua primeira exposição. Seus primeiros trabalhos já trazem reflexões sobre a sexualidade feminina e a exploração pelo sexo oposto. Oppenheim era membro do movimento surrealista da década de 1920, juntamente com André Breton , Luis Buñuel, Max Ernst, e outros escritores e artistas visuais. Além de criar objetos de arte, Oppenheim também se tornou famosa como modelo das fotografias de Man Ray, mais notavelmente uma série de fotos dela nua interagindo com uma prensa de impressão.
Ela morreu aos 72 anos e foi uma das únicas artistas de sua geração a ter seu trabalho reconhecido em vida.
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Leonora Carrington (1917-2011) nasceu em Clayton-le-Woods, Reino Unido, dentro de uma família abastada. Estudou artes em Londres, casou-se com o alemão Max Ernst e mudou-se com ele para a França. Durante a segunda guerra, Max Ernst é preso e Leonora foge para a Espanha, depois para Portugal e, finalmente, para o Méxino, onde vive até o fim da vida.
Ela não se interessa por Freud como outros surrelistas, mas usa alquimia, simbolismos e magia, além de temas autobiográficos e temas da sexualidade feminina em suas obras.
Ela morreu em 2011, aos 94 anos.
Rosa Rolanda (1895-1970) nasceu na Califórnia e teve uma carreira famosa como dançarina da Broadway, em Nova York, durante o início dos anos 1900, mas, influenciada por um caso amoroso com o artista mexicano Miguel Covarrubias, ela desenvolveu um talento especial para a fotografia depois que se mudaram para o México em 1925. altamente influenciada pela exploração de fotogramas de Ray, que ele chamou de “rayographs”, ela empregou a técnica mecânica para criar auto-retratos de seu subconsciente.
Leonor Fini nasceu em 1907 em Buenos Aires – Argentina, mas foi criada na Itália. Na adolescência, teve uma doença nos olhos e precisou ficar um tempo com os olhos vendados. Ao retirar os tampões, decidiu que queria tornar-se artistas. Vive em Milão e em Paris, onde conhece os surrealistas. Suas pinturas apresentam mulheres em posição de poder. Suas obras trazem figuras mitológicas como bruxas e lobisomens. Ela também trabalhava como figurinista e ilustradora de livros.
Leonor morreu aos 77 anos, ao lado de seus dois amantes.
A brasileira Maria Martins nasceu em Campanha – MG, em 1894. Seu segundo casamento com um diplomata permitiu que ela conhecesse vários lugares do mundo como EUA, Japão, Europa. Durante uma experimentação entalhando madeira, Maria descobriu seu interesse por escultura. Ela estudou e se aperfeiçoou na Bélgica, montou seu ateliê em Nova York e, ainda assim, mantém um diálogo com a brasilidade por meio de suas obras, como por exemplo, a série inspirada nas lendas amazônicas. Em 1947 participa da exposição surrealista. Suas obras abordam a sexualidade de forma profunda.
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