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Como um urinol mudou para sempre a forma de pensar sobre a arte

Marcel Duchamp, A Fonte, a antiarte (Internet).

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Marcel Duchamp

O dadaísmo ganhava um amplo destaque no cenário artístico por volta de 1915, causando certo desconforto nos observadores e fazendo todos se questionarem sobre o real conceito da palavra arte. Neste período, o artista Marcel Duchamp assume uma atitude antiarte e se apropria de objetos já feitos. Em 1917, ele expõe sua obra intitulada A Fonte, no qual se tratava de um simples e comum urinol branco invertido. Com esta atitude provocativa, Duchamp acabou estabelecendo um debate entre Arte e Conceito, onde dizia que para ser um artista não era necessário ter um dom ou habilidade para produzir belíssimas pinturas ou esculturas, e sim apresentar a todos algo totalmente diferente, novo e inesperado.

Percebe-se que Duchamp nunca se preocupou em desenvolver algo belo, mas sim pela busca de uma reação do público. De forma sarcástica e irônica, o artista sempre criticou os conceitos de arte de uma sociedade cultural. A partir do momento em que Duchamp retirou aquele simples objeto do cotidiano e colocou-o em uma exposição, este deixou-se de ser aquele objeto de antes, passando a ter outro significado. A inversão física do objeto corresponde a inversão de seu sentido.

Acredito que Duchamp não teve o objetivo de fazer alguém considerar o mictório como obra de arte, mas sim mudar o pensamento padrão que as pessoas normalmente costumavam a ter e desenvolver uma visão diferente do normal. Neste caso, Duchamp quis mostrar que aquele objeto possuía outro lado e está muito mais além do que realmente vemos. O objetivo dele foi justamente causar esta provocação entre as pessoas, contradizendo o que grande parte da sociedade considerava ser uma arte.

Fonte: A fonte.

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Joy de Paula

Amante de poesia, Joy faz agora a compilação de textos de escritores estabelecidos e de em ascensão. Ela trabalhou um bom tempo na redação do arte|ref e hoje se tornou uma de nossas colunistas. O Arte|ref nunca perde a sua equipe, talvez porque seja divertido fazer o que fazemos.

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