Curiosidades

10 coisas que irão surpreendê-lo sobre o mestre renascentista Sandro Botticelli


1 – Seu nome verdadeiro não era Sandro

O verdadeiro nome de Sandro Botticelli foi um pouco maior: Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi. Portanto, não é de se admirar que o nome do artista tenha sido encurtado para Sandro. Já “Botticelli”, era um apelido que significava “barrilzinho”.

Botticelli: Adorazione dei magi. Uffizi(cerca de 1475)

2 – Seu recorde de leilão supera US $ 10 milhões

A Madonna e Jesus com o jovem São João Batista, estabeleceu um novo recorde para Botticelli em janeiro de 2013, quando foi vendido por US $ 10,4 milhões na Chistie’s New York. A chamada “Madonna Rockefeller” foi adquirida por John D. Rockefeller III em 1925, e permaneceu na família por 50 anos antes de passar pelas mãos de vários colecionadores particulares.

Um comprador anônimo arrebatou a peça após três minutos de furiosos telefonemas, de acordo com o Wall Street Journal. Antes da venda, a Christie’s enviou a pintura para uma turnê mundial, com paradas em Londres, Moscou e Hong Kong. Para aumentar o entusiasmo pelo trabalho entre os compradores asiáticos, que raramente compram arte com temática cristã.

Sandro Botticelli, The Rockefeller Madonna- Madonna e criança com o jovem São João Batista. Cortesia de Christie’s New York

“Embora ele seja talvez mais conhecido por suas obras pagãs como O Nascimento de Vênus, durante sua carreira executou uma série de trabalhos devocionais e extremamente ternos.”

Sandro Botticelli: La nascita di Venere (Google Art Project)

3 – Botticelli amava pintar a Madonna e Jesus

Dos lotes mais vendidos do artista, vendidos em leilão, nada menos que 14 deles são pinturas de Madonna e criança, incluindo suas duas obras mais caras de todos os tempos. A Madonna e criança, com uma romã, em uma alcova com rosas por trás (7,5 milhões de dólares) na Christie’s Londres em dezembro de 2006 (um recorde na época).

Sandro Botticelli, A Madona e Criança, com uma romã, em uma alcova com rosas atrás. Cortesia da Christie’s London.

Acredita-se que a peça seja uma reformulação do famoso peça de altar de San Barnaba que está no Uffizi em Florença, e pelo menos três variantes da obra pertencem a museus americanos: o Fogg Art Museum, em Cambridge, Massachusetts; a Galeria de Arte da Universidade de Yale em New Haven, Connecticut; e o Metropolitan Museum of Art de Nova York.

Peça de altar de San Barnaba: Madonna no trono com criança, quatro anjos e santos

4- Botticelli estudou com o grande Fra Filippo Lippi

Quando Botticelli tinha idade adulta o suficiente para pintar (18 anos), teve como instrutor o monge e pintor italiano Fra Filippo Lippi, que foi seu professor.

“Oestilo pictórico de Lippi, que foi formado no início do Renascimento florentino, foi fundamental para a própria formação artística de Botticelli, e sua influência é evidente até mesmo nos trabalhos tardios de seu aluno”. – Enciclopédia Britannica
Fra Filippo Lippi foi patrocinado principalmente pelos Médici e dentre seus trabalhos podem-se citar: os afrescos da Capela dos Médici; A Virgem e Menino com Anjos (1467 – 1475) e; A Virgem e Menino com História da Vida de Sant’Ana (1452).

Botticelli depois ensinou Filippino Lippi, filho de Lippi – concebido, segundo o historiador de arte Giorgio Vasari, depois que o monge seduziu uma jovem chamada Lucrezia Buit, provavelmente uma novissa em um convento, enquanto ela estava ostensivamente posava como a Madonna para uma pintura dele.


5 – Lorenzo “O Magnífico” de Medici foi seu maior fã

Assim como Leonardo da Vinci, Botticelli estava entre os artistas da corte florentina de Lorenzo de Medici, um importante patrono das artes durante o Renascimento. Ainda jovem, Botticelli já tinha seu próprio estúdio dentro do Palácio Medici onde ele rapidamente fez amizade com o carismático herdeiro da dinastia, Lorenzo.

Sandro Botticelli, Madonna del Magnificat (Galeria Ufizzi)

De acordo com Vasari, o artista pintou o famoso quadro O Nascimento de Vênus para a vila da família Medici onde, seus membros aparecem proeminentemente em duas pinturas de Botticelli: Em A Adoração dos Magos, Lorenzo aparece com seu cavalo, e Madonna dei Magnificat, com a mãe de Lorenzo como Maria, segurando o bebê Jesus e cercada por seus próprios filhos.


6 – Botticelli pôde ter destruído parte de sua arte

Apesar do estreito relacionamento de Botticelli com Lorenzo, ele também era um seguidor do arqui-inimigo do patriarca Medici, o padre dominicano Girolamo Savonarola, que defendia a renovação cristã e a destruição da arte secular e dos artefatos culturais.

Vasari escreveu sobre Botticelli dizendo que “ele era um partidário tão ardente [de Savonarola] que foi induzido a abandonar sua pintura e, não tendo renda para viver, caiu em grande aflição”.

A Fogueira das Vaidades (Italiano: Falò delle vanità) é a queima de objetos condenados pelas autoridades como causadores de pecado. A frase geralmente refere-se à fogueira de 7 de fevereiro de 1497, quando defensores do padre dominicano Girolamo Savonarola angariaram e publicamente queimaram milhares de objetos tais como cosméticos, obras de arte e livros em Florença, no último dia de carnaval. Tais fogueiras não foram idealizadas por Savonarola, mas eram atos comumente associados aos sermões ao ar livre de São Bernardino de Siena durante a primeira metade do século.

Em 7 de fevereiro de 1497, Savonarola realizou a infame fogueira das vaidades, na qual objetos supostamente pecaminosos, incluindo obras de arte e livros, foram destruídos. A verdade está perdida na história, mas tem sido dito que Botticelli foi obrigado a queimar suas pinturas mitológicas a pedido do padre.


7 – Botticelli pintou partes da Capela Sistina

Sandro Botticelli, o castigo de Coré e o apedrejamento de Moisés e Arão, 1481-82, fresco, Capela Sistina, Vaticano

A Capela Sistina é praticamente o sinônimo de Michelangelo, que conhecidamente pintou seu teto. O que muitas pessoas não percebem é que muitos outros artistas contribuíram com sua obra para a sala ricamente decorada. Em parte, Botticelli pintou uma das “Histórias de Jesus”, intitulada Tentação de Cristo, para o muro norte da capela, e As Provações de Moisés e Punição dos Rebeldes para as “Histórias de Moisés” na parede sul.


8 – Ele foi popular e depois impopular (por 300 anos) e depois popular novamente

Ele rapidamente desenvolveu um olho aguçado para os contornos ousados, detalhe intrincado e uma bidimensionalidade que se tornou inerentemente ligada ao seu trabalho nos últimos séculos, e ele alcançou o sucesso sob o patrocínio da família Medici. Como a cultura florentina tomou um rumo para a devoção religiosa no final do século 15, Botticelli seguiu esta linha de trabalho de forma virtuosa até a sua morte em 1510, aos 64 anos, depois disto, sua reputação desapareceu.

Não foi até o nascimento dos cultuadores pré-rafaelita em meados do século XIX que ele retornou à popularidade.

Pallas e o Centauro, c.1482. Galeria Uffizi, Florença, 2015, cortesia do Ministério de Bens e Att. cultura

O ensaísta inglês Walter Pater criou uma obra literária dedicada a ele em 1870, e os pintores Dante Gabriel Rossetti, John Everett Millais e afins começaram a adotar elementos de seu estilo, considerados por demais crus e sentimentais pelos contemporâneos de Sandro Botticelli, para usar em seus próprios trabalhos.

Esse ressurgimento do sentimento pelo pintor provocou uma nova maneira de reconsiderar antigos artistas, julgando seu trabalho nos gostos modernos, em vez daqueles que tinham sido populares em suas vidas, e um fascínio pela obra de Botticelli continuou desde então. Hoje em dia, ele é considerado um dos mais importantes artistas do início do Renascimento.


9 – A indústria cinematográfica adora de fazer referência aos seus trabalhos

Terry Gilliam incluiu uma grande homenagem ao artista em seu filme de 1988, As Aventuras do Barão Munchausen, no qual Uma Thurman entra na imagem de Vênus, querubins voando das luminárias na parede para envolvê-la em musselina branca. Assim como o filme de James Bond [1962] Dr. No, no qual Ursula Andress emerge do mar cantando em uma concha vestida com um biquíni bege.


10 – Botticelli era apaixonado por uma mulher casada

Dizem que Botticelli estava apaixonado por Simonetta Vespucci, esposa de Marco Vespucci. Embora ela tenha morrido em 1476, por volta dos 23 anos, ela teria sido o modelo de Vênus e várias outras figuras femininas em O Nascimento de Vênus e Primavera. Adicionando credibilidade ao boato, Botticelli pediu para ser enterrado a seus pés na Igreja de Ognissanti, em Florença.

Simonetta Cattaneo Vespucci (1453 – 1476) foi uma nobre italiana que serviu de modelo para as obras O Nascimento de Vênus e A Primavera, ambas de Botticelli.[1] Ficou conhecida como a mulher mais bela do Renascentismo. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar. Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Juliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici. Foi eleita a “Rainha da Beleza” de Florença. Morreu de tuberculose aos 23 anos. Depois de sua morte, Botticelli continuou a utilizar o seu rosto como modelo para pinturas. Antes de morrer, o pintor também pediu para ser enterrado aos pés de Simonetta

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