Conheça aqui os principais termos italianos usados nas artes para que você possa entender melhor este universo.
O contrapposto clássico é um termo utilizado em escultura para assinalar uma forma de representação humana que busca a naturalidade, em contraposição às representações rígidas e artificiais presentes na escultura até então.
Essa característica, inovação grega, é constituída pela distribuição harmônica e natural do peso da figura representada em pé, com uma perna flexionada e a outra sendo a principal sustentação desse peso. Assim, a figura adquire um caráter de movimento natural tanto de frente quanto de lado, necessitando também de uma base específica sobre a qual age.
O exemplo clássico do contrapposto é a estátua Doríforo, do escultor grego Policleto, esculpida no século V a.C. A famosa estátua da Prima Porta, retratando o imperador César Augusto, é uma derivação da imagem acima, considerada no mundo antigo como um exemplo de perfeição da figura humana.
O contrapposto clássico foi retomado na Renascença italiana por Michelangelo, Donatello e Leonardo Da Vinci.
Afresco (português brasileiro), Fresco (português europeu) ou Affresco (em italiano) é uma técnica artística onde a pintura ocorre em tetos ou paredes. Esta técnica consiste em pintar sobre camada de revestimento de cimento fresco, gesso ou nata de cal. A pintura também pode ser realizada em revestimento úmido, desde que a tinta possa ser fixada ou numa parede revestida por argamassa recente.
Esta técnica de pintura é bastante antiga, sendo utilizada, principalmente, na Grécia e Roma. Na cidade arqueológica de Pompéia, que foi destruída pela erupção do vulcão Vesúvio, os arqueólogos encontraram vários afrescos que mostraram cenas da vida cotidiana da civilização romana.
Os afrescos que mais se destacaram na história da arte foram os realizados por Michelangelo Buonarotti, um dos mais importantes artistas italianos do Renascimento Cultural. Este artista fez lindos afrescos, com temas bíblicos, na Capela Sistina (Vaticano).
O chiaroscuro (“luz e sombra” ou, mais literalmente, «claro-escuro») é uma das estratégias inovadoras da pintura renascentista do século XV, junto ao sfumato. Ela se define pelo contraste entre luz e sombra na representação de um objeto. A técnica exige conhecimentos de perspectiva, dos efeitos físicos que a luz provoca nas diversas superfícies, dos brilhos, das tintas que estão sendo utilizadas e de sua matização.
O chiaroscuro define os objetos representados sem usar linhas de contorno em todo o perímetro, principalmente pelo contraste entre as tonalidades do objeto e do fundo; faz parte de uma idealização que inclui a experiência da pintura, contrariando, de certo modo, a linearidade que caracteriza a renascentista.
Os personagens de Leonardo existem em um espaço primariamente definido pela luz, em oposição a uma estrutura definida a partir da perspectiva na qual corpos e objetos são distribuídos individualmente.
Sfumato (vem da palavra “sfumare”, que significa “de tom baixo” ou “evaporar como fumaça”). É uma técnica artística usada para gerar suaves gradientes entre as tonalidades; comumente aplicado em desenhos ou pinturas.
Em materiais de fricção como grafite, pastel seco ou carvão, o sfumato pode ser realizado esfregando-se o dedo no suporte pictórico, para que os riscos desapareçam e fique apenas o degradê. Outro recurso é usar o esfuminho, um tipo de lápis com algodão na ponta, que substitui o dedo a fim de evitar a interferência da oleosidade da pele.
Impasto (“mistura”) é uma técnica utilizada onde a tinta (em particular a de óleo) é espalhada numa área ou mesmo em toda a tela, de forma tão espessa que as marcas dos objetos utilizados para pintar (pincel, espátula), são visíveis na própria pintura. A tinta também pode ser misturada diretamente na tela. Quando seco, o impasto dá textura e relevo à representação.
Pentimento (“arrependimento”) é uma técnica de alteração, onde o trabalho é feito a partir de um anterior que o artista se arrependeu. O novo, portanto, mascara o que vinha sendo feito anteriormente.
Essas alterações geralmente ficam ocultas sob uma camada de pintura subsequente. Em alguns casos, eles se tornam visíveis porque a camada de tinta acima se tornou transparente com o tempo.
Essa técnica pode ser detectada por refletogramas infra-vermelhos e raios-X, que mostram o desenvolvimento do design do artista e às vezes ajudam a atribuir pinturas a artistas específicos.
Tondo (“redondo”) é uma composição de pintura ou escultura realizada sobre um suporte no interior de um disco; não em retângulo como é corrente na pintura.
Non Finito (“não terminou”) é uma técnica de escultura que significa que o trabalho está inacabado porque o artista apenas esculpe parte do bloco. Donatello foi o pioneiro em sua elaboração durante o Renascimento. Vários outros artistas, como Michelangelo também a utilizaram.
As origens filosóficas da prática vêm da antiguidade e das teorias de Platão. A filosofia platônica afirma que qualquer obra de arte, ou de outra forma, nunca se assemelha completamente a sua contraparte celestial. O ato de deixar um trabalho inacabado é às vezes uma homenagem a isso.
Alguns artistas assinavam seu trabalho com o verbo latino “Faciebat”. Este verbo seguindo seu nome, dava a autoria a obra, porém, a classificava como inacabada (non finito), indicando um processo ainda em acontecimento. Isso era feito mesmo que o trabalho tivesse sido refinado no mais alto grau, como quando Michelangelo assinou sua famosa Pietà.
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