O quadro Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, é envolto de muito interesse e mistério. Existem várias teorias em cima da figura da mulher com o sorriso enigmático, mas, na realidade, nem sempre a pintura foi tão famosa. O fato que explica sua popularidade é o roubo que aconteceu em 1911.
Tudo começou numa segunda-feira de manhã, um dia que o Louvre estava fechado. O museu havia passado por uma recente reforma, por isso, a entrada e saída de trabalhadores era constante. No dia seguinte, terça-feira, o artista Louis Beroud foi até o salão Carré, onde ficava a obra de Da Vinci, e instalou seu cavalete para copiar as paredes e as obras ali expostas, até que percebeu a falta da pintura. Perguntou aos guardas, que foram conferir o estúdio do restauro, de fotografia… O museu inteiro. A Mona Lisa desapareceu!
Como o museu estava em horário de funcionamento, logo a notícia se espalhou, gerando uma grande comoção. Virou capas de jornais e a tornou altamente popular; estampando propagandas, sendo protagonista de livros e peças de teatro. A população, agora, lotava o salão do museu para ver apenas os parafusos na parede de onde a obra ficava. Era o crime artístico do século!
As investigações levaram dois anos até a solução do caso. Nesse período, até o pintor Pablo Picasso e o escritor Guillaume Apollinaire chegaram a ser detidos como suspeitos, mas, na verdade, o autor do desaparecimento da obra era Vicenzo Peruggia, um vidraceiro italiano que havia trabalhado no Louvre em 1910. Ele simplesmente desparafusou o quadro da parede, desemoldurou, envolveu no uniforme branco que os empregados do museu usavam e saiu pela entrada de trabalhadores. A simplicidade do ato decepcionou o público que estava cheio de expectativas.
Mas o que motivaria tal ato? Peruggia justificou-se como um patriota, que desejava devolver ao seu país um dos tesouros culturais que Napoleão Bonaparte havia roubado. Ele escondeu o quadro em seu apartamento – onde, inclusive, chegou a ser interrogado pela polícia francesa -, embaixo da cama.
“La Joconde’’ foi recuperada em 10 de dezembro de 1913, quando Peruggia foi capturado tentando entregar a obra a Alfredo Geri, um vendedor de antiguidades de Florença. Foi sentenciado a 1 ano e 15 dias pelo crime. Porém, um recurso reduziu sua pena, que foi cumprida em 7 meses e 9 dias. Foi considerado por muitos um “herói da arte nacional”.
Itália e França fizeram um acordo e a pintura passou um período viajando pela península itálica, até voltar para o Louvre.
A Mona Lisa passou e ainda passaria por muitas aventuras, como uma guerra no ano seguinte e depois em 1945, com Hitler e o Nazismo. Mas, sem dúvida, esse episódio lhe trouxe a fama e popularidade mundial.
Hoje, a famosa obra de Da Vinci é protegida por uma grossa camada de vidro, guardas e uma faixa que a mantém longe dos visitantes.
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