Artes Plásticas

Tita Dreux: “Só porque você não vê, não significa que não está lá”

Por Equipe Editorial - setembro 14, 2012
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Quem é o artista? Tita Dreux

O que vai ter na exposição? Desenhos, aquarelas, etc.

Até quando? 7 de outubro

As experiências por nós vividas são absorvidas e registradas em nossa psique, algumas em nossa memória consciente e outras naquilo se denomina o inconsciente. Para descrever como tais experiências ficam impressas em nosso inconsciente, Sigmund Freud utiliza a metáfora do bloco mágico (Wunderblock), um brinquedo que surgira em sua época, composto de uma prancha de cera e de uma folha celofane. No bloco mágico, os desenhos e textos nele impressos podem ser apagados ao se levantar a folha de celofane da prancha de cera, e novos desenhos podem, assim, ser criados. Contudo, as imagens nunca são totalmente apagadas, deixando um fino traço marcado permanentemente na prancha de cera que podem ser vistos conforme o jogo de luz.

Da mesma forma, as experiências vividas, que, por serem dolorosas ou traumáticas, são apagadas da memória consciente, ficam, porém, armazenadas no inconsciente. No processo terapêutico, através das técnicas utilizadas pelo terapeuta, essas memórias censuradas e presas no inconsciente, são trazidas à tona e reveladas para o consciente do paciente, para que este então possa lidar com tais questões, elaborando e transmutando os traumas e as dores.  

Utilizando depoimentos de mulheres durante o processo terapêutico, a artista Tita Dreux (*1949, São Carlos, BR), que também é psicoterapeuta, aborda como tema central de seu trabalho as perdas de expressão do feminino, causadas pelas diversas mudanças de comportamento na sociedade do século XX. Analogamente ao que ocorre durante o processo terapêutico, no qual a psicóloga, utilizando suas técnicas, auxilia suas pacientes a revelarem as questões do inconsciente, a artista, em seu processo criativo, utiliza as técnicas da aquarela, para interpretar as marcas deixadas por tais questões na psique, na alma e no corpo dessas mulheres.   

O resultado desse processo, que utiliza como referência o trabalho de artistas consagradas como Marlene Dumas e Georgia O’Keeffe, são aquarelas abstratas e figurativas, que a artista apresenta na sua primeira exposição individual Só porque você não vê, não significa que não está lá, na KUNSTHALLE São Paulo.

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