Artur Lescher (São Paulo, 1962) é um artista plástico brasileiro que vive e trabalha em São Paulo. Iniciou o curso de filosofia pela PUC-SP (1983). No entanto, privilegiou a sua formação como artista realizando cursos livres com Carlos Fajardo, Flávio Ribeiro e Boi, onde trabalhou sempre com esculturas.
Ele é professor da Faculdade Santa Marcelina em São Paulo desde 1991 e desenvolve trabalhos no campo do design gráfico. Recentemente foi curador-adjunto da 7ª Bienal do Mercosul, responsável pela mostra “Texto Público”, revelando suas preocupações acerca da Arte Pública, presentes na ordem do dia.
Considerado parte da geração 80, se destaca por suas esculturas. Em meados dos anos 1980, participou das exposições: “Salão Paulista de Arte Contemporânea” no Pavilhão da Bienal (SP, 1985); XIX Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1987); 11º Salão Nacional de Artes Plásticas na FUNARTE (RJ, 1989).
As obras de Artur Lescher atestam sua constante experimentação com materiais, suas qualidades físicas e características objetivas. Através de suas obras, o artista faz constante referência a elementos naturais, que quando reproduzidos impecavelmente por meio de processos industriais, revelam e negam essas alusões reais.
As obras da série Metaméricos são esculturas lineares feitas de segmentos de madeira e dobradiças de latão personalizadas que podem ter muitas configurações e posições no espaço.
Evocando a possibilidade da fluidez da matéria, o artista cria articulações transformáveis que incorporam a cumplicidade do espectador à medida que são modificadas.
Outro componente-chave no corpo de trabalho de Lescher é a arquitetura, tanto em síntese quanto em contexto. Em um exercício de abstração de instalações in situ, o artista adota as situações espaciais do espaço expositivo para transformar cantos, paredes e portas em instalações de grande escala.
Suas obras emergem sutilmente como gestos poéticos no espaço, transmitindo força e instabilidade, equilíbrio e movimento, tensão e silêncio. Neutralizada, a funcionalidade do objeto deixa de existir e as possibilidades de interpretação e significado se multiplicam.
Artur Lescher surgiu em meados dos anos 80, influenciado pelo movimento neoconcreto (Mira Schendel, Helio Oiticica, Sergio Camargo), no cenário artístico brasileiro.
A partir desse ponto de ruptura, ele apresentou seu trabalho nos principais museus e instituições do Brasil, incluindo: Bienal de São Paulo, Bienal Mercosul, MAC e MAM em São Paulo. Ele também expôs seu trabalho na Alemanha, Argentina, Colômbia, Espanha, EUA e França.
Sua trajetória artística sempre se relacionou ao design e arquitetura até por conta das aulas que ele dá na faculdade. Ele cria objetos em pedra, madeira ou metal sem um caráter funcional com uma dose de ironia que as vezes desafia o equilíbrio e à gravidade.
Artur Lescher tem explorado a relação com o espaço expositivo em que se apresenta, caracterizando-se por intervir de maneira sutil nesse ambiente, de modo a fornecer ao observador alguma memória daquele lugar. Nesse sentido, seus interesses vão desde o modelismo até a astrologia, passando pela matemática, pela arquitetura e pela mitologia.
Para conceber suas obras, o artista parte sempre do desenho à mão livre ou de uma maquete, para, em seguida, escolher o material. Posteriormente, este é trabalhado por meio de procedimentos semi-industriais – como solda, polimento e galvanização – para finalmente suspender a obra, arrematando assim as tensões do trabalho.
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