36ª Bienal de São Paulo terá pela primeira vez uma mulher negra responsável pela expografia

A 36ª Bienal de São Paulo terá seu projeto arquitetônico e expositivo assinado pela arquiteta carioca Gisele de Paula. Recém-estabelecida na capital paulista, Gisele protagoniza um marco inédito na história da Bienal: é a primeira mulher negra a assumir a expografia do evento, que chega à sua 36ª edição como a maior mostra de arte contemporânea da América Latina.
Ao lado de Tiago Guimarães, Gisele propõe uma reflexão sensível e urgente sobre humanidade, natureza e escuta, em um projeto que também reposiciona vozes historicamente silenciadas dentro do circuito das artes. “Guiado pelas embocaduras, zonas de encontro entre águas e mundos, o projeto evoca os saberes ribeirinhos, quilombolas e indígenas, propondo múltiplas formas de navegar no espaço expositivo. Como o próprio rio, a expografia flui, fabula e se transforma. Ao invés de impor, conduz e transborda. Celebra a fluidez como gesto curatorial e a travessia como modo de existência”, afirma a arquiteta.

A presença de Gisele na 36ª Bienal é, ao mesmo tempo, simbólica e política: uma conquista que celebra a potência da arquitetura pensada por uma mulher negra, brasileira e comprometida com práticas ancestrais, narrativas coletivas e poéticas espaciais que desafiam os formatos hegemônicos. Sua trajetória, construída com escuta e sensibilidade, ressignifica o modo de ocupar e propor territórios — e agora reverbera no espaço central da arte contemporânea no Brasil.
Sobre a 36ª Bienal de São Paulo
A 36ª Bienal de São Paulo acontecerá entre os dias 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, com entrada gratuita. A edição reunirá cerca de 120 participantes e é organizada pela Fundação Bienal de São Paulo.
Conheça os artistas participantes da 36ª Bienal de São Paulo