Montagem da Bienal 2016: entrevista com o artista Michael Linares
1979, Bayamón, Porto Rico. Vive em San Juan, Porto Rico
Michael Linares trabalha com instalação, vídeo, pintura e escultura. Sua obra volta-se, frequentemente, para a reflexão sobre o modo como um objeto pode vir a se tornar arte – ou deixar de ser arte. Linares investiga as narrativas artísticas mediante a prática da apropriação para resgatar propostas de outros artistas e reativá- las de forma crítica, utilizando, porém, o recurso do humor. Una historia aleatoria del palo [Uma história aleatória do pau] (2014) e Museu do Pau(2013-2016) fazem parte de uma extensa pesquisa do artista sobre como o mesmo objeto ou material ganha diferentes atribuições e acepções ao longo do tempo e em diversas culturas. Por meio de uma grande coleção de paus e de objetos derivados desse elemento rudimentar, incluindo um vídeo que retrata seus diferentes usos, Linares cria uma espécie de inventário que combina o gesto artístico a um sentido antropológico, interessado em interpretar a cultura em um contexto museológico específico. Linares age como o colecionador que retira as coisas de seu contexto e os insere na superfície aparentemente neutra do museu, no qual passam a se conectar com valores estéticos museológicos e se distanciam de sua qualidade utilitária.
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