Marks e a descoberta da arte
Entenda mais sobre sua vida e trajetória artística.
Ronaldo de Almeida, artista plástico, nome artístico Marks, nascido em Santo André, resido atualmente em Mauá. Formado em Artes Visuais, já atuei como arte educador, com cursos de desenho, oficinas de pintura decorativa e de graffiti.
Meu contato com o Hip Hop começou nos anos 90. Ainda tínhamos discos de vinil e a trilha sonora era Rakim, Public Enemy, 2Pac, Naughty by Nature, e logo depois Racionais , Gog, Sabotage e RZO.
Créditos: Jhesse Duque
Sempre tive uma relação com arte por que desenhava muito, e tinha vontade de fazer graffiti, mesmo não sabendo direito como era.
Eu só via pinturas desse tipo quando passeava no centro de São Paulo, mas em Santo André por exemplo, eu também via algumas pinturas feitas com spray e estêncil, que eram alguns personagens como o Batman e Superman, nos muros.
Obras em Destaque
Mas ficava imaginando como eram as letras de graffiti, que pra mim eram letras trançadas coloridas, então imaginava como algo ainda meio abstrato.
Na adolescência me aventurei com os amigos nas primeiras pichações nos muros, voltando das festas a noite.
Em 1995 lancei Marks pela primeira vez, era o nome de um personagem que eu criei, porque já rabiscava minhas histórias em quadrinhos.
“A descoberta da arte” mesmo, veio com a primeira revista de graffiti que eu vi, foi a FIZ GRAFFITI ATTACK, e também outros fanzines que eram revistinhas feitas pelos próprios grupos de grafiteiros.
Como a internet estava no início na época, era muito difícil ter informações pra começar a pintar e aprender as técnicas de graffiti era complicado, e também não tinha condições para comprar tinta spray.
Mais tarde frequentando espaços culturais, fui descobrindo mais sobre a arte do graffiti. E aprendendo a pintar com látex e spray, desenvolvendo várias técnicas.
Participei de diversos eventos, e já atuei como educador com oficinas de pintura na comunidade e nas instituições. Inclusive pintando murais em projetos de arte.
O personagem Guerreiro Urbano surgiu de uma necessidade de se comunicar diretamente com o público que visse o meu graffiti na rua, com uma mensagem mais direta, e que as pessoas se identificassem com ele, pois essa figura representa as pessoas comuns, que são as guerreiras que saem pra luta no seu dia a dia.
A primeira vez que fiz esse personagem foi na Vila Madalena em 2016, onde pintei sem autorização, ou de forma ilegal. Mas existe essa reflexão sobre as pinturas surgirem como contravenção, e mais tarde serem feitas de forma legalizada, com apoio até da prefeitura e instituições. O graffiti tem como raiz ou característica, ser feito de forma ilegal.
Quando comecei, simplesmente enchia minha mochila com latas de spray e pintava na pista de skate, ou nos muros da avenida ou da quadra. Queria ter o meu direito de fazer arte, independente de autorizações ou burocracia.
Atualmente trabalho em meu ateliê, com pinturas em tela figurativas e abstratas, participo de diversos projetos, e promovo minha arte de forma profissional.
Assim como muitos artistas que estão em galerias famosas, ou pintando painéis gigantescos em prédios, todos tiveram um começo, mas eu também busco uma evolução artística.