Paulo Nenflidio (23 de julho de 1976) nasce, vive e trabalha em São Bernardo no Campo, SP. É um artista sonoro formado em Artes Plásticas pela ECA — USP e em eletrônica pela ETEC Lauro Gomes.
Ele realiza uma pesquisa sobre arte e ciência, onde o invisível tem relação com questões da física, tais como: eletromagnetismo, propagação das ondas de rádio e produção energética. Sua vontade de compreender esses fenômenos se deu desde a época em que cursou ensino técnico em eletrônica.
“Apesar de conhecermos a teoria, as transformações são invisíveis aos nossos olhos. As obras, então, funcionam como uma espécie de magia que dá vida a essas transformações dos fenômenos físicos”, diz o artista em entrevista exclusiva para o Arteref. (Veja as obras abaixo)
Elas se dividem em:
Elementos como, eletrônica, movimento, construção, invenção, aleatoriedade, física estão sempre presentes. Seus trabalhos se parecem com bichos, instrumentos musicais ou com máquinas de ficção científica.
Monjolofone é uma máquina de música aleatória e automática movida à água. É composto de uma bomba d’água manual, um coletor e um reservatório de água, 12 torneiras, 12 monjolos e 12 placas de alumínio afinadas na escala temperada. Inicialmente a água encontra-se no coletor.
Para a máquina funcionar, bombeia-se a água do coletor para o reservatório. Abrem-se as torneiras das respectivas notas que se quer ouvir. Os cochos se enchem de água, pendem pelo peso, esvaziam e retornam a posição original percutindo as placas de alumínio. Pode-se controlar o tempo da percussão de cada uma das notas pela abertura das torneiras.
Quanto mais aberta, mais água jorra pela torneira e assim os cochos se enchem mais rapidamente, aumentando a velocidade das percussões. Se quiser uma música com andamento mais lento, basta reduzir a vazão de água das torneiras pelo fechamento dos registros.
Decabráquido Radiofônico é um objeto com 10 braços com falantes. Possui um teclado com 10 teclas que quando tocadas acionam o som de 10 rádios independentes um do outro. Os rádios podem ser ajustados na sintonia e no volume. O som gerado sai pelos falantes instalados na extremidade dos braços criando uma polifonia como um órgão de tubos.
É um instrumento de teclas onde o som produzido depende das rádios locais. Desta forma, o objeto conecta-se ao lugar por meio das ondas de rádio. Torna audível o invisível.
Lugares Sonoros é a ação de percutir fisicamente os objetos ou estruturas encontradas nos lugares através de um teclado (Teclado Decafônico Concreto) feito de madeira portátil, no qual se conectam martelos através de cabos elétricos. Os martelos podem ser fixados facilmente a qualquer matéria que possa ser percutida. O resultado sonoro dependerá do lugar onde o trabalho for instalado. No total são 10 martelos. A ideia deste é transformar o lugar ou objetos encontrados no ambiente em matéria sonora.
O lugar passa a fazer parte de um instrumento musical. Também existe intenção de produzir sons percussivos espacializados. O Teclado Decafônico Concreto permite ao executante tocar pontos distantes sem se movimentar. Serve como interface que conecta o homem ao lugar por meio do som.
Música dos Ventos é uma instalação sonora que transforma os ventos em música.
Quatro cata-ventos transformam a força mecânica dos ventos em uma sequência de pulsos elétricos digitais. A cada volta completa da hélice do cata-vento é gerado um pulso. O sinal gerado pelos quatro cata-ventos é transmitido por ondas de rádio. Este sinal é captado por um receptor de rádio e em seguida entra num circuito demultiplexador que combina o sinal dos quatro cata-ventos acionando um dos 15 mecanismos percussores que tocam as cordas. Quando começa a ventar todo o sistema entra em funcionamento criando uma melodia onde o padrão é estabelecido pelo vento.
A obra foi construída em 2003 com o apoio da Bolsa Pampulha — Museu de Arte da Pampulha e premiada em 2004 pelo 5° Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia — como trabalho realizado.
A principal busca de Paulo Nenflidio, seja relacionada ao som, à natureza ou à física, é o invisível.
Na obra Música dos Ventos (2003), o vento pela sua qualidade de força motora, de energia invisível, é convertido em música. No Monjolofone (2010), a transformação constante da energia invisível do público ao impulsionar a bomba d’água coloca a obra em funcionamento. Em algumas esculturas solares, a luz invisível é convertida em eletricidade. No Decabráquido Radiofônico (2006), o caos invisível das ondas eletromagnéticas radiofônicas, convertido em áudio como num piano de ruídos. Em Lugares Sonoros (2005), a sonoridade invisível adormecida na arquitetura é transformada em matéria sonora.
Além de dezenas exposições coletivas, em 2003 participou da residência artística Bolsa Pampulha em Belo Horizonte tendo realizado a obra Música dos Ventos. Em 2009 realizou outra residência, agora no ASU Art Museum no Arizona tendo produzido uma individual nesse período. Participou da 7.ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul e da mostra Paralela 2010. Em 2017 participou da Bienal Internacional de Arte Contemporânea da América do Sul.
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Aqui no Brasil temos a Eloquência do Mula.
O PT é kitsch. Nivela a arte e a cultura pela indústria cultural. Sobretudo nivela por baixo a educação. O PT é barango.
Arte: O que falta ao Brasil atual, 2024 (de qualidade). Atualmente muita — e só — indústria cultural (Theodor Adorno).
Bom…, no entanto, por outro lado:
O presidente da Argentina, Javier Milei, inteligente e descontraído, chamou o presidente Mula de “o perfeito dinossauro idiota”, em uma publicação no X com uma série de críticas, abrangendo temas como a tentativa de golpe de Estado na Bolívia na semana passada e a eleição presidencial em seu país no ano passado. Milei disse ainda que se tivessem feito as coisas como esse grande dinossauro idiota, já teria perdido, se referindo também ao Mula. O PT é barango. O PT nivela tudo por baixo. o PT é kitsch.