O fotógrafo e arquiteto mineiro Cláudio Ferreira abre exposição ‘Cadê a piscina?’ nesta quinta-feira, 25/07, no Centro Cultural Correios, no Centro de São Paulo.
Mas afinal, cadê a piscina que não aparece nas fotos? Por que os óculos de natação estão em lugares inusitados?
Conta o autor que na fazenda Piçarra, no município de Ibiraci, Minas Gerais, como toda criança mineira, brincava e ajudava seus pais nos afazeres de casa e da roça. Vida simples, com poucos recursos financeiros, os brinquedos eram feitos manualmente, mas com muita criatividade e fantasia.
Mas no calor, a diversão e a imaginação faziam a diferença. Com aquele sol bem quente e aquele gramado verde do sítio, era só convidar alguns primos que a diversão era completa.
O sonho era ter naquele gramado uma piscina azul com bastante água para mergulhar, mas cadê a piscina? Piscina de verdade só na imaginação. Mas a brincadeira não parava. Então vamos construir nossa piscina! Era pegar uma lona preta, estender sobre o gramado verde levemente inclinado, jogar água e um pouco de sabão sobre a lona e estava pronto. Deslizando sobre aquela piscina preta, começavam as brincadeiras: cair, rolar e “nadar”.
Pronto, a imaginação ia longe refrescando o corpo e a mente.
Agora, depois de adulto, o autor voltou ao mesmo lugar e, surpreso, encontrou seus óculos de natação amarelo e roxo, cores vibrantes que o fizeram relembrar a infância e perguntar novamente: Cadê a piscina?
Surge a ideia de fotografar trechos do lugar com os óculos de natação, fazendo um recorte no tempo e espaço.
As texturas dos materiais: madeira, vegetação, metal, telhas entre outros, juntamente com os óculos de natação remetem às lembranças da infância.
Com curadoria de Ralf Scholz, a ideia da exposição é levar as pessoas a imaginarem que, a partir de algo impossível, podemos criar outras possibilidades, lúdicas e criativas. Despertar a criança que existe em cada um de nós.
O dia nasce e te chama para escrever uma nova página. E surge a pergunta: na sua vida, Cadê a piscina?