O Museu Janete Costa de Arte Popular abre, no dia 9 de setembro (quarta-feira), a exposição ‘Entre Fragmentos e Frestas’, com cerca de 80 obras, de 50 artistas, como Izabel Mendes, Agnaldo Santos, Itamar Julião, Chico Tabibuia, Jadir João Egídio, Mestre Didi, Mestre Guarany, Wuelyton Ferreiro, Maurino Araújo, Benedito, entre outros, cujas descendências africanas, além do alto nível de criação plástica, se manifestam, por meio da arte. Os trabalhos fazem parte das Coleções de Jorge Mendes e Jorge Guedes, Irapoan Cavalcanti e Galeria Pé de Boi. Curadoria e cenografia de Jorge Mendes.
Logo na entrada da mostra, o público vai poder ver uma escultura de Dona Izabel Mendes, ceramista e símbolo de resistência, que transformou o barro em arte, abrindo caminhos para que as pessoas de sua comunidade tivessem um ofício e uma melhor qualidade de vida. “O nosso propósito é apresentar mestres da arte brasileira, onde a negritude, ancestralidade africana e contemporaneidade se manifestam através de suas obras e propõe um diálogo com o momento atual do Brasil, onde tentativas de censura, racismo e intolerância religiosa são diariamente vivenciados”, explica o curador.
‘Entre Fragmentos e Frestas’ representa artistas populares de diversas regiões do Brasil, que se unem, por meio da arte. Assim, através de suas esculturas em barro, traduzem momentos de sofrimento, de superação e de resgate de suas raízes. O público vai poder ver, ainda, trabalhos em madeira e pinturas em tela, que representam memórias da relação entre homens e animais. A natureza é representada, mesclando realidade e encantamento.
A sonorização também está presente, provocando uma imersão dos visitantes na exposição. Sons de atabaques, que ecoam em potes de barros, dão um tom especial à mostra. Neste espaço, há, ainda, esculturas dos mestres Didi e Wuelyton Ferreiro, com suas vivências relacionadas ao Candomblé e ao axé. Em paralelo, em outro ambiente, o público pode observar, entre frestas, pórticos de igrejas projetadas por Aleijadinho e referências ao barroco mineiro, presentes nos trabalhos de Maurino Araújo. Obras estas que dialogam com a religiosidade popular, de matrizes diversas.
Importante ressaltar que para garantir a segurança e a saúde dos visitantes e funcionários, por conta da pandemia da Covid-19, serão seguidos protocolos sanitários como a higienização das mãos com álcool em gel, aferição de temperatura, obrigatoriedade do uso de máscaras e controle de acesso. A recepção do museu ganhou também um painel de acrílico para proteção dos visitantes e funcionários.
Entrada gratuita
Exposição “Entre Fragmentos e Frestas”
Curadoria e cenografia de Jorge Mendes