Uma das mais recentes exposições temporárias do Metropolitan Museum do Art, “Surrealismo além das fronteiras”, inaugurada no dia 04 de outubro de 2021 apresenta logo nas primeiras paredes da exposição a obra Cidade (A rua), de 1929 da artista brasileira Tarsila do Amaral.
Essa exposição, que foi planejada e organizada durante seis anos pela curadora do Met, Stephanie D’Alessandro, e pelo curador da Tate Modern, Matthew Gale, tem como objetivo apresentar o movimento do Surrealismo fora do eixo Europa Ocidental expandindo as linhas de geografia e cronologia ao exibir uma rede de conexões entre país e artistas de outras partes do mundo, como da Europa Oriental, Ásia, América Latina, Caribe, África e Oceania.
Incluindo mais de oito décadas de trabalhos, uma seleção de mais ou menos 260 obras, entre as décadas de 1920 até os anos de 1990, a mostra apresenta artistas de 45 países. A exposição defende que o Surrealismo não é um movimento mas uma tendência que se altera conforme muda de região, de momento histórico e de país.
Muito como o que consideramos ser surrealista, o “movimento” não é muito racional e linear, mas sim uma rede de trocas, idealizações, interpretações, traduções, readaptações.
O reconhecimento de Tarsila do Amaral nos Estados Unidos vem crescendo nos últimos anos, em 2018, o MoMA produziu uma exposição solo sobre a artista intilulada “Tarsila do Amaral: Inventando a arte moderna no Brasil”.
Logo depois da exposição, anunciou a compra da a obra A lua, de 1928, a primeira tela da artista a integrar a coleção permanente do museu (O MoMA já tinha um desenho, “Estudo de composição [Figura só] III”, de 1930). Especula-se que a obra tenha custado em torno de 20 milhões de dólares.
Mas não é somente a Tarsila que está ganhando reconhecimento dos museus de Nova Iorque. No próprio MoMA, que inaugurou em outubro de 2019 um novo rearranjo para sua coleção permanente prometendo exibir uma visão da arte mais abrangente em ressonância com os novos tempos, estão nas galerias da coleção permanente além de Tarsila do Amaral, trabalhos das brasileiras Mira Schendel, Lygia Clark, Maria Martins, Lina Bo Bardi e Carmela Gross.
Não muito tempo atrás, em 2015, somente 7% dos trabalhos expostos nas galerias permanentes do MoMA eram de artistas mulheres e destas um número muito pequeno eram estrangeiras da América Latina. Naquele ano, as coisas já estavam começando a mudar e muitos museus de Nova Iorque já haviam se comprometido a redescobrir e promover mulheres artistas.
O ressurgimento do discurso feminista refletiu nas exposições de arte e também refletiu na valorização de artistas fora do circuito EUA – Europa, com destaque para artistas brasileiras.
O MoMA já havia apresentado, em 2014, uma grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark, a primeira exposição mais abrangente de sua obra na América do Norte.
Em 2017, inaugurou a exposição “Dando Espaço: Artistas Mulheres e a Abstração do Pós-Guerra” trazendo trabalhos de artistas que focavam no abstrato, entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e o início do movimento feminista (em torno de 1968), a partir da própria coleção do museu, apresentando cerca de 100 pinturas, esculturas, fotografias, desenhos, estampas, têxteis e cerâmica produzidas por 50 artistas, como as brasileiras Lina Bo Bardi, Lygia Clark, Lygia Pape, Gertrudes Altschul e Mira Schendel.
No mesmo ano, o antigo Met Breuer, exibiu uma retrospectiva inédita nos Estados Unidos, “Lygia Pape: Uma multidão de formas”. Em 2018, o Brooklyn Museum abriu a exposição Mulheres radicais: arte latino americana, 1960-1985, organizada pelo Getty e depois também exibida na Pinacoteca de São Paulo. A exposição apresentou 260 obras feitas por 123 artistas de 15 países diferentes, o que incluiu diversas artistas brasileiras.
A arte brasileira e, principalmente, as artistas brasileiras estão cada vez mais ganhando espaço nos Estados Unidos. Podemos ficar animados porque com certeza veremos nos próximos anos isso se repetir cada vez mais.
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