Exposições e Eventos

Casa Triângulo anuncia a representação do artista Zé Carlos Garcia

Escultor passa a integrar grupo de talentos contemporâneos e traz para a galeria obras que instigam a releitura dos elementos da natureza como marcas da história da humanidade

Por Equipe Editorial - janeiro 31, 2025
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Casa Triângulo acaba de anunciar a representação do renomado artista brasileiro Zé Carlos Garcia. A parceria consolida o compromisso da galeria de promover talentos contemporâneos de excelência. As esculturas de Zé Carlos Garcia se apresentam como entes insólitos que podem tomar a forma de insetos imaginários, uma vez que resultam de uma combinação de membros de diferentes espécies, ou ainda da mescla de plumas e partes de mobiliário de madeira. Dessa junção originam-se híbridos que, além de conservar os significados das partes que os compõem, geram uma curiosidade mórbida em relação à sua natureza. Garcia parece assim evidenciar certa perversidade do público, refém, entre estranhamento e fascínio, de seu próprio voyeurismo diante de corpos dilacerados, por mais fictícios que sejam.

A possibilidade de recriar o mundo através de formas inicialmente estabelecidas pela estética, isto é, não propostas como “dadas” pela natureza, impeliu-o a uma linha de pesquisa que levou à construção escultural de “pássaros”, à redefinição de “insetos” e aos “bustos” esculpidos em pedras sedimentares que não permitem uma forma definida.

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torto, 2023, do artista Zé Carlos Garcia

O simbolismo dos discursos de poder que marcam a construção da história da humanidade também está presente na pesquisa de Zé Garcia, como nos “bustos” com sua noção da efemeridade e ruína, e nas bandeiras de crinas de cavalo e nas fincas de madeira que nos remetem aos mastros, às esculturas equestres e aos obeliscos, marcos de conquista e de narrativas de territórios.

A “construção” do seu trabalho origina-se de corpos existentes, às vezes mortos, estáticos, encontrados, naturais ou artificiais, e gera objetos – seres – sob o signo da escultura. Peças e fragmentos de móveis antigos associados a penas, plumas de carnaval e crinas de cavalo são organizados para criar híbridos com poder estético e alegórico.

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luz no 03, 2024, do artista Zé Carlos Garcia

Seus trabalhos escultóricos caminham na contramão das obras criadas para a posteridade e executadas em materiais consistentes, dialogando com a dimensão da eternidade e da ruína, com a construção de um ideário e a perda do poder.

O artista sugere, portanto, uma discussão com o corpo como peça central – seja animal, humano ou escultural – e a experiência como ação voluntária que altera a paisagem, passando por constante mudança morfológica, também através da adição de novos elementos.

Sobre o artista

Zé Carlos Garcia nasceu em 1973, em Aracaju, Brasil. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Tem Bacharelado em Escultura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; além de Licenciatura em Educação Artística pela Universidade Salgado de Oliveira, de Niterói-RJ; e frequentou cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage-RJ.

Dentre as principais exposições individuais estão: Escultura Cega, Galeria Marilia Razuk-SP (2023); Grande Circo Floresta, Portas Vilaseca Galeria-RJ (2021); Tropical, Espaço Saracura-RJ; Do pó ao pó, Galeria do Lago, Museu da República-RJ; Ganimedes, Zipper Galeria-SP (2016); Finca, Amarelonegro Arte Contemporânea-RJ (2015); Prumo, Memorial Meyer Filho, Florianópolis-SC (2014); Jogo, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica-RJ (2013); PET, EspaçoCultural Municipal Sérgio Porto-RJ (2012); e Hereditários, DUREX Arte Contemporânea-RJ (2010).

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Luto Tropical II, 2021, do artista Zé Carlos Garcia

Participou de inúmeras exposições coletivas selecionadas, com destaque para: Rio de Corpo e Alma, Museu Histórico da Cidade-RJ; 14ª Bienal do Mercosul: Estalo, Porto Alegre-RS (2025); NISE: a revolução pelo afeto, no Centro Cultural Banco do Brasil de diversas cidades; Ensaio sobre paisagem, Instituto Inhotim, Brumadinho-MG (2024); 22ª Bienal Sesc Vídeobrasil, Sesc 24 de maio-SP (2023); II Bienal do Barro, Museu do Barro, Caruaru-PE; Luto Tropical, Pasto Galeria, Buenos Aires-Argentina (2019); Busan Biennale – Divided we Stand, The Former Bank of Korea, Busan-Coreia do Sul; Você sonha com o quê? A Flor Mohole e outras fábulas, Galeria Luisa Strina-SP; Horse Takes King, com Laura Lima, Fondazione Prada, Milão-Itália (2018); A Room and a Half, com Laura Lima, Ujazdowski Castle Centre for Contemporary Art, Varsóvia, Polônia; Nuit Blanche Monaco, Praia do Larvotto, Principado de Mônaco; Tórrido, Espacio Odeón, Bogotá-Colômbia (2015); Materia, Casa Hoffmann, Bogotá, Colômbia (2014); Criaturas Imaginárias, Museu do Pontal, Rio de Janeiro, Brasil; Redemptive glimpses from the future world, Musterzimmer, Berlim-Alemanha (2013); From The Margin to The Edge: Brazilian art and design in the 21st Century, Somerset House, Londres-Inglaterra (2012);

As obras de Zé Carlos Garcia integram coleções públicas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Instituto Inhotim, Brumadinho-MG; Museu de Arte do Rio-RJ e , Rio de Janeiro, e FAMA (Fábrica de Arte Marcos Amaro), em Itu-SP.

Serviço

Casa Triângulo
Endereço: Rua Estados Unidos, 1324, Jardins – São Paulo-SP
Entrada gratuita

Leia também: “Meu quintal é maior que o mundo”, nova mostra coletiva na Casa Triângulo

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