Mulheres donas de si são aquelas que lutam para fazer deste o mundo delas e das demais, até que estas se tornem também donas de si. Elas deixam a coadjuvância de lado, são protetoras de si mesmas e trabalham para que outras mulheres se vejam assim.
Duda produz mulheres que habitam a alma dela: altivas, alegres e vaidosas – em que pese a plena consciência da dificuldade em ser mulher, especialmente, dona de si. Seu traçado tem a sensualidade das curvas femininas e as suas cores explodem verões que ainda estão por vir.
Fernanda, com sua arte soberana – que nos faz questionar o mundo ou nossos tempos ou todos os tempos do mundo – se inspira pelas diferenças abissais e nos acalanta a alma com sua imagética de pura poesia, um respiro de verdade com sopro de encantamento.
As mulheres criadas por Karol são protagonistas da vida e saem prontas para vencer: sem culpa, sem pedir desculpas e, quando elas têm medo, vão com medo misturado às cores intensas; elas são mulheres solares e são solistas nos palcos de suas vidas.
A sororidade – item mais necessário ao mundo – é o que trazem as mulheres de Salua; elas se aninham umas às outras, têm delicadeza no acolhimento, olhares cúmplices, são tão suaves quanto comprometidas em batalhar por seus sonhos.
São quatro mulheres artistas, donas de si, protagonistas da vida que, por meio de suas obras, transformam outras mulheres em criadoras dos próprios palcos e solos.
Ligia Testa, produtora artística e curadora, 2021
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