Edifício Banco do Brasil apresenta “ANIMA+GAMES 2022”
Mostra fica em cartaz de 13 de julho a 14 de agosto, na avenida Paulista
O edifício do Banco do Brasil em São Paulo na Avenida Paulista, será invadida por seres que habitam uma dimensão paralela. O ANIMA+GAMES oferece ao público jogos, instalações interativas e animações assinadas por artistas de diversos países, onde os visitantes poderão interagir com as obras por meio de tablets e smartphones.
Com curadoria do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – FILE, o projeto apresenta 21 obras, sendo que 12 são assinadas por artistas da França, Alemanha, Japão, Grécia, Canadá, Estados Unidos e República Tcheca. As outras nove foram concebidas pela espanhola Raquel Meyers, convidada especial desta edição, que participa de um bate-papo online com o público na abertura do evento, às 18h.
Segundo a curadoria do FILE, o ANIMA+GAMES é uma exposição disruptiva, com árduo trabalho de artistas, mas também programadores. Apresenta como diferencial exemplos daquilo que já é avançado e cultuado por uma nova geração de artistas, provocando a percepção de realidade do público.
Para o Centro Cultural Banco do Brasil, o ANIMA+GAMES é uma oportunidade de associar a arte à tecnologia, para ampliar as capacidades humanas, possibilitando a interação e a construção de um imaginário digital.
Realidade aumentada e virtual
O público poderá conferir obras em realidade aumentada e virtual, por meio de seus tablets e smartphones. No Edifício Banco do Brasil, estarão disponíveis as seguintes obras:
Obras em Destaque
HanaHana AR
A obra da francesa Melodie Mousset é centrada na construção corporal, por meio de um jogo interativo e colaborativo que constitui um ambiente imersivo. Neste mundo surreal, braços e mãos são extensões dos corpos dos jogadores, que podem se teletransportar dentro deste universo e multiplicar seus próprios corpos. Estará visível em dispositivos móveis, permitindo interações por meio de tela sensível ao toque.
Genius Loci AR
Do artista grego Theo Triantafyllidis, essa outra instalação de realidade aumentada tem como base a interpretação lúdica do conceito de Genius Loci ou Spirit of Place (Espírito do Lugar). Uma grande criatura, com personalidade, vai residir dentro no espaço expositivo do Banco do Brasil, flutuando, relaxando ou conversando consigo e com o público. Estará visível em dispositivos móveis, permitindo interações por meio de tela sensível ao toque.
Animações
Serão cinco obras de animação, sendo que o artista chinês AUJIK apresenta três criações: “Spatial Bodies: Shenzhen & Hong Kong”, “Autocumulus” e “Black Lotus”. Além disso, o canadense Eddy Loukil apresenta a obra “Distance” e alemã Michelle Brand a obra “Any Instant Whatever”.
Em “Spatial Bodies: Shenzhen & Hong Kong”, AUJIK aplica uma abordagem conceitual ao município de Shenzhen (na China), recriando o domínio arquitetônico e tornando-o algo que lembra componentes eletrônicos e circuitos interconectados como uma grande placa-mãe de computador. É como se apresentasse um reflexo da rápida aceleração tecnológica da cidade, reiterando o status de uma das metrópoles mais inovadoras do mundo.
“Black Lotus” são esculturas de morphing feitas a partir de instruções geradas por inteligência artificial, com base em projetos arquitetônicos de Zaha Hadid. As imagens são embaladas pela música “Afterglow” da artista Black Lotus. Já em “Autocumulus”, AUJIK se inspira na tese sobre Autonomous Cloud Intelligence e Digital Deity do inventor futurista sul-coreano Hyejin D’s. Essa animação conta com música composta pelo artista eletrônico japonês Daisuke Tanabe.
“Distance” é outra animação presente na mostra. No filme criado pelo artista franco-canadense Eddy Loukil, o Rei e a Rainha do Reino Oxidado iniciam sua velha e tediosa dança, que aos poucos revela as feridas ocultas do relacionamento entre eles. Já “Any Instant Whatever”, da artista alemã Michelle Brand, explora a percepção do tempo, corpos e objetos, e a incapacidade humana de compreender o movimento total das coisas.
Games
Cinco jogos, disponibilizados em tablets, estão presentes no ANIMA+GAMES. Um deles é o “Mini Metro”, criado pelo estúdio estadunidense Dinosaur Polo Club, simula estratégias para projetar um mapa do Metrô numa cidade em crescimento. A proposta é desenhar linhas entre as estações, mantendo-as eficientes.
O designer americano de jogos Joel McDonald é o artista responsável por “Prune”, uma carta de amor às árvores. Com o toque de um dedo a ideia é moldar uma árvore, evitando os perigos de um mundo hostil. Dar vida a uma paisagem esquecida será a maneira de desvendar uma história escondida nas profundezas do solo.
Para quem curte jogo de plataforma 3D, “Vectronom” é uma criação do Ludopium Studio, da Alemanha. Ele apresenta obstáculos que mudam em sincronia com a música, forçando os participantes a memorizar padrões e resolver enigmas. Tudo isso enquanto se movem ao ritmo dos sons.
Vinda da República Tcheca, Amanita Design exibe “Samorost 3”, um jogo de aventura e quebra-cabeça. O game segue um curioso gnomo espacial que usa os poderes de uma flauta mágica para viajar pelo cosmos em busca de suas origens misteriosas. Nessa empreitada surpreendente é possível percorrer nove mundos repletos de desafios coloridos e suas criaturas.
Por fim, “The Pathless” mostra a história de um arqueiro e uma águia que juntos têm a missão de dissipar uma maldição das trevas que domina o mundo. Durante o jogo, cheio de segredos e quebra-cabeças, os visitantes precisam tomar cuidado para não se tornarem caçadas.
Anima+ Highlight
Um dos destaques da exposição é a artista e performer Raquel Meyers que define seu trabalho como KYBDslöjd, sigla que se refere ao termo inglês keyboard (teclado), e a palavra sueca slöjd (destreza, habilidade). O conceito exprime um tipo de datilografia expandida, com a qual cria animações ao vivo em um fluxo contínuo de texto 8-bit.
O trabalho experimental apresenta uma estética retrô e nostálgica, inspirado na Poesia Concreta e na Arquitetura Brutalista. Em seu processo criativo Raquel utiliza o teletexto, recurso desenvolvido por emissoras de televisão nos anos 70, e um Commodore 64, modelo de computador doméstico criado na década de 1980.
A partir dessas ferramentas, a artista cria mitologias compostas por robôs, zumbis, múmias, vampiros e monstros. “Em suas animações, o ritmo das tecnologias obsoletas é ressignificado e uma nova dinâmica é proposta, como forma de superação do sistema viciante de gratificação instantânea, característico da Era Digital”, comenta a curadora Clarissa Oliveira.
Para a exposição foram selecionadas as seguintes obras: “Inattention” (2020), “Interlude” (2011), “Fist of Trade [2014] by Hack n’ Trade”, “HYDORAH” (2011), “Jumpin’ on blocks” (2016), “We Live In a Time of Monsters” (2014), “2SLEEP1 ❚❚❚❚❚❚❚ 001 Echidna, moder till alla monster” (2011), “2SLEEP1 ❚❚❚❚❚❚❚ 004. SJÖMAN” (2011) e “20 Years Is Nothing by Hack n’ Trade” (2013).
O ANIMA+GAMES é realizado por meio do Edital ProAC Expresso Direto n.º37/2021 e conta com o apoio do Centro Cultural Banco do Brasil.
Serviço
ANIMA+GAMES
Local: Sede do Banco do Brasil em São Paulo (Torre Matarazzo)
Endereço: Av. Paulista, 1230, lobby central, Bela Vista
Período: 13 de julho a 14 de agosto de 2022
Horário: Quarta à sexta-feira, das12h às 18h.
Entrada: Gratuita
Classificação etária: Livre
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