As imagens valem por mil palavras, mas há imagens que valem por mil palavras em versos, com métrica, cadência e rima rica. São as belas figurações cuja origem remonta às pinturas rupestres, indicando claramente a necessidade de o homem expressar suas emoções e reproduzir figuras da natureza. O artista figurativo precisa das coisas do mundo real à sua interpretação: isso acalma seu sentimento e ordena seu caos interior.

As casas, fauna, flora e pessoas de Célia respiram melancolia doce, uma hopperiana construção visual personalíssima. O ítalo-argentino Fassone imprime em telas com tanta maestria suas viagens ao mundo, que se sente temperatura e perfume exatos do momento em que ele registrou para si aquele poema. Com a mente compulsiva de ideias, Fernanda arabesca suas obras em profusão de fios sensuais e tramas e entrelaces e exotismo únicos.

Josie, que dominou o espaço – viveu em Hong Kong, Nova York, às margens do Amazonas – agora domina o tempo, os vestígios que ele deixa nas coisas, as cores que ele inventa e que ela aquarela como poucos. Lídia também é virtuose na aquarela e, além da beleza de suas flores estilizadas, produz imagética inusitada e sublime de mulheres em capoeira ou apenas vivendo o dia a dia.

A sobreposição de imagens é expertise de Luísa, que domina as técnicas da pintura e apresenta suas composições em camadas de imagens que instigam e encantam. Já Stephen, artista californiano, figura e abstrai de forma tão sublime, imprimindo na mesma imensa tela todo seu conhecimento mitológico e definitivo. Virgínia, estadunidense, domina o traçado delicado e intenso, construindo uma imagética deliciosamente envolvente.

‘Somos todos famintos e sedentos por imagens concretas. A arte abstrata terá sido boa por uma coisa: restaurar sua exata virgindade para a arte figurativa’, Salvador Dali, artista catalão, dos mais importantes surrealistas.

Ligia Testa, curadora e produtora artística, setembro de 2021.

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