A partir de 7 de dezembro, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB-SP) recebe a exposição “Flávio Cerqueira – um escultor de significados”, uma retrospectiva inédita que celebra os 15 anos de carreira do artista paulistano. Com entrada gratuita, a mostra reúne cerca de 40 obras, incluindo esculturas em bronze que combinam cenas do cotidiano e elementos oníricos, abordando questões como classe, identidade, raça e gênero. Após a temporada em São Paulo, a exposição seguirá para os CCBBs de Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.
Curada por Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga, a exposição ocupa todos os andares do prédio histórico do CCBB e promete envolver o público com narrativas visuais profundas e simbólicas. “Eu penso a escultura como o instante pausado de um filme”, explica Flávio Cerqueira, destacando o caráter narrativo de suas obras.
Flávio utiliza o bronze, tradicionalmente associado ao privilégio e à história ocidental, para representar figuras comuns do dia a dia, conferindo-lhes dignidade e força. Como explica Lilia Schwarcz:
“Flávio subverte a tradição do bronze ao elevar personagens cotidianos com respeito e profundidade, quase de forma filosófica.”
No térreo, o público será recebido pelo espaço “O jardim das utopias”, onde esculturas pensadas para áreas abertas dialogam com a temática de fontes ornamentais e praças públicas. Segundo o artista, essas obras representam “um lugar imaginário que traz leveza ao caos do cotidiano”.
A exposição é dividida em núcleos temáticos:
• “Labirinto da memória” (4º andar): Obras autobiográficas que congelam momentos em esculturas, como “Iceberg” (2012) e “Ninguém nunca esquece” (2014). Aqui, a ideia é capturar e eternizar instantes fugazes, convidando o público a refletir sobre a passagem do tempo.
• “Um caminho sem volta” (3º andar): Um espaço mais intimista e dramático, com iluminação que valoriza a interação das obras com o ambiente. Esse núcleo destaca o livro como objeto simbólico, representando o desejo por conhecimento e a distância que muitas vezes separa a classe trabalhadora do mundo acadêmico.
• “Histórias: as minhas, as nossas” e “O processo é lento”: Nos andares inferiores, o público encontrará esculturas de grande porte e instalações que revelam o processo criativo de Flávio, com maquetes, formas de látex, gesso e outros materiais. No subsolo, será exibido um documentário sobre o artista.
O trabalho de Flávio Cerqueira transcende a escultura. Ele materializa questões de marginalidade e pertencimento, convidando o espectador a se tornar coautor dos significados.
Como ele explica, “Meu fazer artístico é transformar materiais como cera, ligas metálicas e pó de barro em esculturas de bronze, eternizando momentos e personagens brasileiros.”
A exposição reafirma o compromisso do CCBB com a arte contemporânea nacional, promovendo reflexões sobre cultura, identidade e transformação social. Imperdível!
SERVIÇO
Informações: (11) 4297-0600
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