Exposições e Eventos

Formada a comissão para selecionar representação portuguesa na Bienal de Veneza 2024

A Bienal de Veneza, uma dos maiores e principais eventos de arte contemporânea do mundo, movimenta toda a estrutura do mercado de artes de seus países participantes, e Portugal é um deles. Philippe Vergne e João Pinharanda, diretores do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) respectivamente, foram nomeados para fazer parte da nova comissão consultiva encarregada de selecionar a representação oficial portuguesa na 60ª Bienal de Veneza, programada para 2024. A comissão, indicada pelo Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, terá como principal objetivo sugerir curadores ou artistas para o concurso limitado, representando instituições como a Fundação de Serralves, o MAAT, a Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest e a AICA – Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte. A curadora e pesquisadora Margarida Mendes também fará parte da comissão, por indicação da Direção-Geral das Artes (DGArtes), responsável por conduzir o concurso.

O director do Museu de Serralves, Philippe Vergne, é um dos integrantes da nova comissão consultiva

De acordo com as mudanças anunciadas pelo Ministro da Cultura em maio, o processo de seleção dos representantes nacionais nas bienais de Artes e Arquitetura de Veneza terá duas fases: a primeira fase de seleção, em que a comissão consultiva identificará três curadores ou artistas para apresentarem propostas de curadoria, levando em conta o tema definido pelo curador da 60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza; e a segunda fase, sob a responsabilidade de uma comissão de apreciação, cuja formação ainda está em andamento, que selecionará a representação oficial portuguesa a partir dos projetos curatoriais submetidos ao concurso.

Essa introdução da nova comissão e dos novos critérios para sua composição, conforme declarado pela DGArtes, busca garantir um processo de seleção mais abrangente e representativo. Essas mudanças surgem após a polêmica envolvendo a escolha do projeto apresentado por Pedro Neves Marques para representar Portugal na 59ª Bienal de Artes de Veneza, há dois anos. Bruno Leitão, o curador que propôs Grada Kilomba para o concurso, contestou os resultados, acusando o júri de critérios díspares. A decisão inicial foi reiterada pelos serviços do Ministério da Cultura três meses depois.

A DGArtes planeja lançar o novo concurso com um orçamento total de 385 mil euros até agosto. A 60ª Bienal de Artes de Veneza ocorrerá de 20 de abril a 24 de novembro de 2024, com curadoria do brasileiro Adriano Pedrosa, que escolheu o tema “Foreigners Everywhere / Estrangeiros em Todos os Lugares”. A inspiração para o tema veio do título de uma série de trabalhos iniciados em 2004 pelo coletivo parisiense Claire Fontaine, atualmente sediado em Palermo, Itália, que, por sua vez, faz referência ao nome de um coletivo anarquista de Turim dos anos 2000, chamado Stranieri Ovunque.

Bienal de Veneza

A Bienal de Veneza, conhecida como a “Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza,” é uma das mais antigas e prestigiadas bienais de arte do mundo. Ela teve origem em 1895, quando foi fundada por iniciativa do prefeito de Veneza, Riccardo Selvatico, com o objetivo de promover e celebrar a arte contemporânea.

A primeira edição da Bienal de Veneza ocorreu em 1895 e foi realizada no Palácio de Belas Artes de Veneza, localizado nos Giardini, um jardim público veneziano. A exposição foi concebida como uma mostra internacional de arte moderna, com a participação de artistas de diversos países. Desde então, a Bienal de Veneza tem sido realizada regularmente, com algumas exceções devido a guerras e outros eventos históricos.

No início, a bienal estava focada principalmente nas artes visuais, mas ao longo dos anos, expandiu-se para incluir outras formas de expressão artística, como a arquitetura, o cinema, a dança, o teatro e a música, resultando em eventos paralelos que acontecem durante o período da bienal.

Uma das principais características da Bienal de Veneza é sua natureza internacional e inclusiva. Ela oferece a oportunidade para artistas de todo o mundo exibirem suas obras e para os visitantes apreciarem uma ampla variedade de estilos e tendências artísticas contemporâneas.

A bienal também é conhecida por suas premiações. Em 1980, foi introduzido o Leão de Ouro, um prestigioso prêmio concedido aos melhores pavilhões nacionais. Além disso, desde 1930, a Bienal de Veneza premia individualmente artistas com o Leão de Ouro de Carreira por suas contribuições significativas para a arte contemporânea.

Com o passar dos anos, a Bienal de Veneza tornou-se uma plataforma essencial para o diálogo cultural e artístico internacional, atraindo um grande número de visitantes, colecionadores, críticos de arte e profissionais do setor de todo o mundo.

Atualmente, a Bienal de Veneza continua sendo um evento de destaque no calendário artístico global, destacando-se como um espaço de encontro entre diversas culturas e visões artísticas, e consolidando seu papel como um dos mais importantes eventos para a promoção e difusão da arte contemporânea no cenário internacional.

Curador brasileiro Adriano Pedrosa anuncia tema da Bienal de Veneza 2024

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mariapaula

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