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Galeria 18 inaugura exposição individual “Partouze”, da artista Luísa Martins

Por Equipe Editorial - julho 23, 2025
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A Galeria 18 inaugura no dia 16 de agosto a mostra Partouze, exposição individual da artista Luísa Martins, representada pela galeria. Com mais de 10 pinturas a óleo, em sua maioria de grandes formatos, a exposição questiona a representação e o lugar da mulher na arte, além de como ela é retratada ao longo da história.

O termo francês partouze pode ser associado à ideia de orgia ou suruba, e em seu significado mais amplo: encontros e afetos entre várias pessoas, relações simultâneas e fluidas. Esta ambiguidade, assim como diversos conceitos sobre o feminino, são o ponto de partida para a exposição.

A mostra é reflexo de sua fase atual resultado de sua temporada em Paris, onde afastada de sua segurança, depara-se com a invisibilidade que a impulsiona a explorar a representação da sexualidade feminina, e o ser mulher, seus cotidianos e relações.

Galeria 18
Obra ‘Veneno cor de rosa #1’, de Luísa Martins

Parte de seu incomodo surge também devido à escassez de referências históricas e artísticas de relações entre mulheres, o que a leva suprir sua própria demanda, mas de forma não óbvia e menos figural. A abstração, para a artista, é um meio de alcançar a liberdade de criação artística, traduzindo a complexidade de ser mulher e se envolver com outras mulheres ao romper com os signos convencionais da feminilidade idealizada. Suas figuras a óleo abandonam a ingenuidade da cor, agora em tons terrosos e sóbrios, procurando contrabalancear cor e forma, abstração e figurativismo.

Em suas obras, os corpos femininos se entrelaçam em gestos fluidos e contínuos, se fundindo e diluindo nas formas abstratas. É possível observar a presença do corpo e do movimento, não só nas imagens e nos temas retratados, mas no grande formato de suas telas e no gestual energético necessário de corpo inteiro para pintá-las.

Galeria 18
Obra ‘Paraísos artificiais #3’, de Luísa Martins

As fronteiras entre os corpos se dissolvem, tornando-se quase que único, difícil de enxergar seus limites individuais, sendo possível uma ‘reconstrução’ da figura somente com um olhar mais atento. A mostra trata-se de um movimento oposto à hipersexualização, em que o feminino pode existir sem a necessidade do externo, como uma reflexão sobre romance, afeto e o lugar da mulher na arte.

Sobre a artista Luísa Martins

Luísa Martins, 1995, carioca, vive na cidade do Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos em Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense migrando para o Design Gráfico. Paralelamente, focou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, especializando-se com um intercâmbio na Beaux Arts em Paris.

Inserida no mundo das artes desde pequena, filha de um produtor cultural e uma professora de filosofia, Luísa passou sua infância em teatros e sets de filmagem e sua adolescência trabalhando com o pai em produções. Este ambiente causou uma necessidade forte de encontrar a sua própria forma de expressão: mesmo sempre tendendo às artes visuais em vez das cênicas, foi apenas ao ingressar no Parque Lage, aos vinte sete anos, que pintou sua primeira tela.

Galeria 18
A artista – Luísa Martins

A produção da artista possui duas fases bem distintas, em um primeiro momento suas obras são figurativas e introspectivas, retratando cenas urbanas e do seu cotidiano, afastadas do realismo através de suas cores saturadas e vibrantes. Em um processo natural de desconstrução, Luísa inicia uma nova fase ao encontrar seu objeto de pesquisa, saindo da introspecção para uma abordagem social ao explorar a relação entre mulheres, o papel da mulher na sociedade e como ela é representada.

Como uma mulher cis e lésbica, é em Paris, ao ver-se afastada da segurança e conforto de sua bolha social que Luísa depara-se com um sentimento de invisibilidade. Esse desconforto a impulsiona a explorar a sexualidade feminina em suas obras e é neste momento, que ela percebe a escassez de referências históricas e artísticas de relações entre mulheres. Essa ausência gera nela o desejo de suprir sua demanda de representatividade, ao mesmo tempo, impulsiona a uma busca não óbvia de uma representação menos figural.

Enxergando relacionamentos lésbicos como simbióticos, a artista sente que as fronteiras entre os corpos se dissolvem, tornando difícil precisar onde um termina e começa o outro. Essa fluidez somada à lacuna de referências visuais é a força motriz de sua desconstrução anatômica, em um desejo que estes corpos e suas fronteiras sejam percebidos apenas em um olhar mais atento. A abstração, para a artista, é a forma de alcançar a verdadeira liberdade de criação e traduzir a complexidade de ser mulher e se envolver com outras mulheres.

A influência do corpo e do movimento está presente em cada elemento de seu trabalho, desde o tamanho de suas grandes telas ao gestual energético de corpo inteiro necessário para pintá-las, assim como nos temas retratados. Suas figuras à óleo entrelaçam-se e misturam-se em tons terrosos e sóbrios em uma tentativa de contrabalancear cor e forma, abstração e figurativismo.

Com um sólido arcabouço de referências do clássico até o contemporâneo, Luísa Martins inspira-se nas figuras femininas de Courbet, trazendo a abstração da figura da Cecily Brown, a sobriedade das cores de Francis Bacon e Márcia Falcão com um ode à Daniel Lannes e Alin Bozbiciu na sua composição e estrutura.

Mesmo jovem, a artista já participou de dez exposições individuais e coletivas no Brasil e internacionalmente.

Sobre a Galeria 18

A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.

Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.

Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.

Serviço

Exposição individual “Partouze”, da artista Luísa Martins
Local: Galeria 18. Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo/SP
Vernissage: 16/08/2025, 11h00 as 15h00
Período: 16/08 a 13/09 de 2025
Visitação: Terça a Sexta | 10h às 19h.
Sábado | 10h às 18h
ENTRADA GRATUITA

Leia também: A Galeria 18 inaugura exposição coletiva “NOT SAMO”

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