Net-art, arte digital, arte cibernética, instalação transmidiática, poesia digital, entre outras diversas denominações que evidenciam a convergência entre os campos das ciências com a arte, cultura e sociedade encontram espaço no Homeostasis Lab, plataforma criada há oito anos pelos curadores Julia Borges Araña e Guilherme Brandão.
A partir de 20 de março, artistas de todo o mundo que pesquisam o tema e criam obras desta categoria podem inscrever seus trabalhos para integrar exposições e o acervo do projeto.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no site do Homeostasis Lab até 20 de abril. As obras serão analisadas pela equipe curatorial e a notificação sobre a aprovação de cada artista será anunciada individualmente por e-mail. A curadoria também vai eleger três “obras revelação” para uma premiação em dinheiro (R$1 mil cada).
“O requisito primordial da curadoria é que os trabalhos sejam passíveis de exibição pela internet e que tenham uma ligação conceitual com o digital em alguma etapa desde a sua concepção à realização”, afirma Brandão.
Todos os trabalhos devem pertencer a qualquer modalidade de net art e arte digital: arte cibernética, arte algorítmica, arte em código, arte generativa, net-art, glitch-art, machine learning, deep fake e outras formas de inteligência artificial, instalação transmidiática, escultura digital, animação 2D e 3D, game-art, hologramas, performance transmidiática, comunidades virtuais, cripto arte, aplicativos de arte, arte imersiva (AR, VR e MR), filtros, GIF animado, meme, boomerang, arte hacker, arte cibernética, pintura digital, fotografia digital, poesia digital, bio-arte, arte sonora, pixel art, software art e outras denominações análogas.
“A chamada aberta busca mapear e evidenciar o cenário da arte emergente nacional e estrangeira sob os efeitos de uma realidade digital ubíqua, pervasiva e na internet, mostrando a influência que as novas tecnologias exercem sobre a arte e o fazer artístico, e refletindo sobre as novas linguagens, comportamentos e conceitos advindos desta relação”, observa Araña.
A chamada aberta para novos artistas integra a programação da nova fase do Homeostasis. Neste primeiro trimestre, a plataforma passou por uma reformulação e, a partir de 22 de abril, apresentará o projeto Homeostasis Lab – Novo Tempo, uma realização do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com idealização e organização de Phi Projetos e UGI Projetos Culturais.
O objetivo de seus criadores, Araña e Brandão, é trazer ao público um espaço de reflexão crítica, de difusão e fomento da produção contemporânea de arte digital atual.
“No início do século 21, a cultura digital emergiu de forma a abarcar todas as áreas do conhecimento e influenciar intensamente as práticas contemporâneas. Com o crescimento do acesso aos meios digitais e a massificação do acesso à internet, conexões inusitadas e multiculturais ocorrem a todo instante e as mudanças de comportamento em relação à utilização das novas tecnologias levantam questões nunca antes suscitadas. Homeostasis Lab pretende ser um catalisador dessas conexões”, afirma Julia Borges Araña.
Em Novo Tempo, Homeostasis trará exposições inéditas assinadas por oito curadores brasileiros: Flávio Carvalho, Gabriel Menotti, Guilherme Teixeira, Luciana de Paula Santos, Mari Nagem, Paloma Oliveira, Pedro Caetano e Rudá Cabral.
Cada curador foi convidado a criar uma mostra autoral com o foco no impacto dos meios digitais na poética e estética da arte contemporânea, a partir de pesquisas sobre os efeitos de uma realidade no território etéreo da internet.
A programação ainda conta com encontros online e gratuitos com pensadores e artistas da cultura e da arte digital que debatem, junto ao público, questões que entrelaçam o campo das artes visuais com as ciências e novas tecnologias. As conversas surgem como extensão das curadorias a fim de promover o pensamento crítico-teórico. A programação na íntegra será divulgada em breve.
Criada em 2013 pelos curadores brasileiros Julia Borges Araña e Guilherme Brandão, Homeostasis Lab é uma plataforma voltada ao mapeamento, catalogação e exibição de arte digital na internet, e também um espaço de fomento às pesquisas, discussões e reflexões sobre o assunto.
O Lab é um um acervo vivo em constante crescimento que funciona por meio de um sistema aberto que conta com a colaboração de artistas, programadores, curadores e pensadores de diferentes lugares do mundo.
Uma reflexão coletiva atual sobre comportamentos e conceitos advindos da relação entre o humano e a tecnologia, seus impactos na estética, na cultura e na sociedade. Atualmente, a plataforma conta com mais de 580 artistas de diversas nacionalidades e gerações, dentre os quais Addie Wagenknecht, Alfredo Salazar-Caro, DC Spensley, Fred Forest, François Quévillon, Giselle Beiguelman, Martina Menegon, Owen Mundy, Robert Lisek, Sabato Visconti, Sandrine Deumier e Sara Araújo.
O projeto nasceu dentro da The Wrong Biennale – festival internacional de arte e cultura digital – a partir do desejo de Araña e Brandão em criar um espaço catalisador de experiências no campo das artes digitais, uma experiência estética coletiva que evidencia o hibridismo entre culturas, e o desenvolvimento e integração de novas linguagens nos processos artísticos contemporâneos.
Em 2017, Homeostasis Lab realizou a mostra Homeostase @ The Wrong, coletiva no Centro Cultural São Paulo que integrou a III The Wrong Biennale e reuniu nomes como Anaísa Franco, Carla Gannis, Clement Valla, Jakob Stanseen, Lorna Mills, Modular Dreams, Olafur Eliasson e Salvatore Iaconesi.
Serviço
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