Um dos expoentes do dadaísmo e do surrealismo, Man Ray – Emanuel Radnitzky (1890-1976) conta com uma preciosa mostra no CCBB, enfocando a sua fase parisiense, de 1921 a 1940. Reunindo 255 obras entre objetos, fotografias, serigrafias e vídeos, proporcionando ao visitante uma oportunidade rara de avaliar as incursões revolucionárias de sua intensa criatividade. A convivência com célebres intelectuais e artistas que viviam em Paris, naqueles anos surpreendentes, que encantam os historiadores, estimulou as suas propostas inovadoras.
Participou ativamente do movimento Dada em Nova York, mas incentivado por Marcel Duchamp, se instala em Paris, onde desenvolve toda uma revolução na área da fotografia, do cinema, da pintura, da escultura, dos objetos ready-made entre tantas incursões.
A fotografia representou para o artista um campo promissor nas suas pesquisas e realizações artísticas, primeiramente como reprodução da realidade como retratos feitos no seu ateliê que são extremamente requintados, especialmente os referentes ao tema moda, notadamente para Paul Poiret, um dos estilistas mais famosos da época, algumas fotos foram publicadas na Vogue e na Harper’s Bazaar.
Paralelamente, as experimentações se destacaram na obra de Man Ray ao criar em laboratório, superposições solarizadas, as chamadas rayografias, os objetos são colocados diretamente sobre um papel fotossensível e em seguida expostos à luz produzindo imagens, silhuetas, sem a utilização da máquina fotográfica.
Imagens das mais variadas mostram a sua vida em Paris e a amizade com artistas e personalidades marcantes como Marcel Duchamp, Georges Braque, Kiki de Montparnasse, Gertrude Stein, Juan Gris, Jean Cocteau, Alberto Giacometti, Picasso, Tristan Tzara, Le Corbusier, Alberto Giacometti entre tantos consagrados, que se cruzavam pelos locais badalados de uma cidade esfuziante no campo artístico, emanando uma renovação contagiante ao influenciar diversas gerações.
Os retratos de Kiki de Montparnasse, Lee Miller, Ady, Meret Oppenheim e Dora Maar demonstram a versatilidade do seu olhar em captar o glamour de uma época inigualável onde elegância e requinte eram padrões comportamentais inquestionáveis.
Filmes surrealistas também fazem parte da mostra como os curtas “Les Mystères du Chateaux du Dé” de 1929 e “L’ étoile de mer” de 1928, sobre um poema de Desnos, além de um filme de 1998, de Jean-Paul Fargier, “Photographer Man Ray” que completa a panorâmica do excepcional artista.
A mostra no CCBB realça o aspecto vanguardista da sua obra fotográfica, um percurso que surpreende o observador. Como retratista, tinha uma predileção pelos autorretratos irônicos. Injetando aspectos conceituais, antecipou a Body Art e a Arte Performática com pitadas de humor enraizado no fulcro do dadaísmo. Durante a 2ª Guerra Mundial retornou aos Estados Unidos, onde se tornou fotógrafo muito requisitado pelos estúdios de Hollywood, fotografando as divas do cinema americano.
Um artista extremamente integrado ao seu tempo mas com uma visão que ultrapassava as expectativas artísticas de sua época, tendo realizado revoluções intimistas e universais, fez da fotografia uma expressão enaltecedora de sua visão dadaísta e surreal, aliando inovação e arrojo em cada detalhe.
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