Quem são os artistas? Patrícia Araujo tem 26 anos, nasceu em Fortaleza e desde 2009 vive em São Paulo. Concluiu, em 2013, o mestrado de Poéticas Visuais na ECA-USP no qual desenvolveu uma pesquisa que aborda o processo de criação a partir da situação da viagem/deslocamento/ruptura.
Natural de Manizales, Colômbia (1968), vive e trabalha em Bogotá. Adriana iniciou seus estudos em fotografia e artes plásticas na Universidad de Caldas, Manizales. Adriana Duque exacerba a manipulação da crença perante a imagem. Suas crianças vestem-se como pequenos monarcas, reinam em um cenário de veludo, e adornam-se com coroas que se parecem com um fone de ouvido, o que as traz para a contemporaneidade apesar da atmosfera barroca.
O que terá na exposição? Ambas as exposições “O Corpo é Eu: Diários sobre a Distância” de Patricia Araújo e a individual de Adriana Duque trazem trabalhos fotográficos.
Sobre a instituição: A Zipper Galeria, foi idealizada por Fabio Cimino que, em 1983, começou sua carreira no mercado de arte com Raquel Arnaud, com quem trabalhou por dez anos. Entre 1993 e 1996, trabalhou como consultor de arte e marchand, auxiliando na criação e no desenvolvimento de diversas coleções públicas e privadas. Em 1997, fundou a Galeria Brito Cimino. Desde então, tem desempenhado papel fundamental no lançamento e na consolidação de grandes nomes da arte contemporânea brasileira. No ano de 2010 inaugurou a Zipper Galeria, focada na prospecção, divulgação, promoção e colocação no mercado da obra de talentos emergentes brasileiros para que uma nova geração de artistas seja consolidada. Ao seu lado, hoje na gestão da Zipper Galeria, está o filho, Lucas Cimino.
Abertura: terça-feira, 18 de Março, das 19h às 22h.
Quando? De 19 de Março a 12 de abril.
“O Corpo é Eu: Diários sobre a Distância”
A Zipper Galeria apresenta no projeto Zip’Up, sala dedicada a projetos experimentais, a primeira individual da jovem cearense Patrícia Araujo. Intitulada “O Corpo é Eu: Diários sobre a Distância”, a artista utiliza o corpo e a fotografia como dispositivos de transformação. A mostra tem curadoria de Galciani Neves.
Patrícia Araujo trata a imagem como dispositivo de transformação da memória em seus mais distintos processamentos: vasculhando lembranças e as reconstituindo à existência, construindo arquivos, tomando o relato como narrativa e o diário como dinâmica para observação. A artista lida com essas questões e constrói a partir do corpo (ou tendo o corpo como suporte) imagens e narrativas, que traduzem e renomeiam o tempo, a distância e o deslocamento.
Nesse sentido, o trabalho da artista nos questiona sobre como convivemos com nossas lembranças, como nosso corpo guarda as marcas da vida, como elaboramos narrativas distintas sempre que revisitamos os acontecimentos e como revivemos e ampliamos nossas percepções sobre a vida. Se o presente nos exige sempre estarmos atentos, o passado e a memória nos chamam à reflexão sobre o que somos e como encaramos aquilo que está, por vezes, demasiadamente perto para entendermos.
Individual de Adriana Duque
Deslocando-se do registro documental da vida cotidiana e dialogando com a literatura, Adriana Duque explora as possibilidades da fantasia.
A Zipper Galeria apresenta, a partir de 18 de março de 2014, às 19h, a primeira individual da artista Adriana Duque no Brasil. Com texto de apresentação por Eder Chiodetto, a mostra traz uma série fotográfica que alude à história colombiana, especialmente ao legado da colonização espanhola presente na sociedade contemporânea.
A partir de um maneirismo fotográfico, que explora uma revisão contínua e obsessiva de retratos da Renascença e de cenas reais da pintura holandesa do século XVII, de artistas como Diego Velázquez, Rembrandt e Jan Van Eyck, Adriana reconstrói espaços onde se contrapõem realidade e utopia. O resultado é uma mistura surpreendente de personagens de contos de fadas da cultura ocidental em situações cotidianas, realçadas pela encenação elaborada, pela iluminação dramática e pela sugestão de narrativas.
É na imitação, na metamorfose da essência estética e nos significados simbólicos das coisas que é fundamentada, em grande parte, o desenvolvimento desta exposição. Cada espaço composto pela artista representa um diálogo permanente entre identidades, tempos, espaços e objetos.
Exibidas em grande formato, a simplicidade e a complexidade das pequenas Marias, impávidas princesas barrocas contemporâneas, são ambientadas em espaços de natureza doméstica, a antiga cozinha camponesa, um cenário imemorial e comum, que desde sempre definiu o papel da mulher: que espera, que gere, que cozinha, que alimenta, mas também que rende-se à promessa de um mundo ilusório, um mundo que vislumbra o outro lado do espelho.
A impactante produção da artista ganhou notoriedade internacional por harmonizar a tradição da pintura com a era digital, por criar tensões que questionam o presente, e por trazer uma dimensão alternativa à realidade, fazendo cruzamentos temporais e culturais, em obras carregadas de críticas e referências. Adriana Duque explora em suas fotografias conceituais, imagens de crianças em cenários com atmosfera barroca: figurinos adornados e pomposos, joias incrustadas e o anacronismo do uso de fones de ouvido, que dão um toque peculiar à sua criação.
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