O livro Um Defeito de Cor é um acontecimento na literatura contemporânea brasileira. O livro conta a história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira às últimas das suas 952 páginas.
Lançada em 2006, para muitos, a obra é muito mais que um romance: é sim um potente um registro historiográfico brasileiro. Ou, ainda, um verdadeiro clássico sobre as nossas origens africanas. Segundo a jornalista Keyti Souza, do portal Negrê, a autora “escreveu um livro de ficção que não nos poupa dos acontecimentos reais e se baseia em várias referências históricas”. Foram cinco anos de escrita: sendo dois anos de pesquisa, um ano para escrita e mais dois anos para reescrita e revisão.
“‘Um Defeito de Cor’ é a história da luta preta no Brasil incorporada em uma mulher que enfrentou os maiores desafios imagináveis pra continuar viva e preservar suas heranças e raízes”, explicou a autora do livro Ana Maria Gonçalves em entrevista ao G1. “A história de uma mãe, heroína, filha de África, que pariu a liberdade dessa nação.”
Entre setembro de 2022 e agosto de 2023, o MAR (Museu de Arte do Rio) teve como exposição principal, uma interpretação do livro e atraiu cerca de 100 mil visitantes. A mostra coletiva feita pelos curadores Amanda Bonan, Marcelo Campos e pela própria autora reuniu 400 obras entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas de localidades, como Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e até mesmo do continente africano, em sua maioria negros e negras, principalmente mulheres.
Além disso, a exposição teve obras inéditas de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê, Goya Lopes, produzidas especialmente para homenagear o livro. Nomes importantes da arte contemporânea brasileira como Rosana Paulino, Silvana Mendes, Ayrson Heráclito, Nadya Taquary e Aline Arroyo participaram da Coletiva.
Na sequência, a exposição Um Defeito de Cor ficou em exibição no Muncab (Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira), até março de 2024. A partir de abril de 2024, a mostra entrou em cartaz no Sesc Pinheiros, em São Paulo.
O samba-enredo de 2024 da Portela também foi inspirado no romance de Ana Maria Gonçalves, tornando a obra a mais procurada no Brasil, ocupando o primeiro lugar de obras mais vendidas da Amazon.
No desfile da escola de samba que passou pela Sapucaí na madrugada de terça-feira (13.02), Luis Gama – personagem histórico do livro – foi representado por Lázaro Ramos, Paulo Vieira, o ministro Silvio de Almeida, mestre Nilo Sérgio e Thiago Caetano.
Durante o desfile, Taís Araújo segurou o livro enquanto cruzava a Sapucaí. Em seu Instagram, ela escreveu: “Ontem foi uma verdadeira maratona! Mas também foi uma explosão de amor, homenagens e cultura no maior espetáculo audiovisual do planeta. Obrigada Portela pelo convite de estar na avenida ajudando a contar essa história a altura de sua importância para o país. ‘Um defeito de cor’ de Ana Maria Gonçalves é um fenômeno premiadíssimo e hoje dispara entre os mais vendidos do país provando que, não há dúvidas sobre a importância do carnaval na cultura e imaginário popular”.
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