Aluguel de arte: uma renda passiva para artistas

Observe essas pesquisas recentes:

De acordo com um estudo da Universidade de Exeter, funcionários de escritórios que possuem obras de arte são 15% mais produtivos. Além disso, a imensa maioria acredita que a arte melhora o ambiente de trabalho, reduz o estresse e aumenta a criatividade.

No relatório de pesquisa de negócios lançado pela NINE dot ARTS, 62% dos entrevistados (profissionais que trabalham em setores do ramo imobiliário, projetos arquitetônicos e hotelaria) disseram que é “absolutamente crítico” ou “muito importante” que a arte expresse a marca, a missão e a visão do negócio.

O que esses estudos nos apontam?

Primeiro, que o lugar da arte não é apenas em espaços especializados, como galerias e museus; muito menos em coleções extremamente luxuosas de bilionários.

Segundo, que ao inserir arte no local de trabalho, observamos uma série de mudanças nas perspectivas do negócio, como por exemplo: inspiração de lealdade à marca e melhoria no bem-estar das pessoas que compartilham o espaço.

A obra não gera apenas uma experiência para o cliente; ela também ajuda no estabelecimento de uma marca para quem a possui (já que a arte é um veículo de propagação de ideias, questionamentos e sentimentos, estar associado a algum tipo de trabalho artístico impacta na imagem transmitida pelo negócio).

É pensando neste contexto que podemos falar mais detalhadamente sobre o aluguel de arte.

Estúdio da Holding Photoarts (Arteref, Laboratório Instaarts e Photoarts Gallery)

Demanda por arte

Vimos que espaços empresariais buscam cada vez mais por arte. Mas, por que alugar?

Isso acontece basicamente por duas razões: redução de custos e constante necessidade de inovação / renovação para uma maior retenção do público.

Muitas vezes, comprar uma obra em definitivo representa um alto investimento.

Além disso, dependendo do contexto, uma rotatividade na disposição das artes expostas pode apresentar resultados mais interessantes para quem as detém. Este é o caso de hotéis, comerciais de propaganda, eventos temáticos, profissionais que atuam com design de interiores, e assim por diante.

É aí que entra o aluguel de obra de arte.

O artista pode conceder seu trabalho para um desses estabelecimentos e gerar uma renda passiva.

O aluguel permite que a obra trabalhe pelo artista. De outra forma, ela estaria guardada em algum canto de seu ateliê, parada.

Para aqueles que precisaram baixar os preços para vendê-las, alugar pode ajudar a amenizar esse problema.

É importante ressaltarmos: sempre que uma obra estiver nas mãos de outra pessoa, o artista precisa de documentos oficiais para garantir que seu trabalho seja devidamente cuidado e, no caso de aluguel, que ele seja pago.

A seguir, vamos explicar como isso pode ser feito.

Separamos algumas dicas sobre o que deve ser incluído no documento e explicamos o porquê todos os artistas deveriam usá-lo ao alugarem suas obras.

O que é um contrato de aluguel de arte?

Trata-se de um documento que corresponde a um acordo entre artista e locatário.

É possível alugar a arte com a ajuda de um terceiro (normalmente uma galeria ou empresa de aluguel de arte específica) ou diretamente com os clientes por conta própria.

Um contrato de locação deve estar presente em qualquer negociação do tipo mencionado acima, estabelecendo termos e condições entre o artista, e a parte que aluga.

Pintura intitulada “Caos e Esperança”, do artista abstrato Taylor Smith, pendurada no saguão de uma empresa.

Como fazer um contrato de aluguel de arte?

Já mencionamos a importância desse documento. Agora, é importante entendermos quais pontos são importantes de serem mencionados:

1. Título da obra

Esta cláusula protege a propriedade da obra, especificando que o trabalho permanece propriedade do artista.

Este tópico pode incluir detalhes sobre a fotografia da obra, se ela é permitida de ser feita ou utilizada de alguma outra maneira.

2. Manutenção e alterações

Garantia de que a arte será mantida em seu estado original, com todos os cuidados necessários.

É comum incluir uma cláusula de responsabilidade no contrato para definir quem é responsável por danos potenciais à obra.

Deve haver uma observação sobre quem contatar caso o trabalho seja danificado, e como ele será avaliado quanto aos danos após o prazo do aluguel se encerrar.

3. Termos do acordo

Os termos do acordo devem delinear o contrato de locação, incluindo datas e horários, transporte, instalação e condições para a extensão e rescisão do aluguel.

Se for alugada de um terceiro, como uma galeria, esta cláusula geralmente inclui o direito da instituição em rescindir o contrato caso a obra seja vendida.

4. Continuação ou compra

Se um locatário deseja comprar a arte após o aluguel, geralmente há detalhes sobre como ratear o preço de venda com base em quanto tempo o este a alugou.

Além disso, este termo determina se haverá ou como ocorrerá a renovação do aluguel.

5. Seguro

O modo como a obra é segurada pode variar dependendo das seguintes situações: se o seguro é feito por uma galeria / empresa pela qual está sendo alugada, ou se os locatários têm seguro residencial / comercial que cubra aarte.

Em alguns casos, os acordos farão com que os locatários cubram o custo total do seguro.

6. Depósito de segurança

O locatário normalmente paga um depósito de segurança antes de obter a obra.

Em alguns casos, o artista ou empresa não farão a cobrança da taxa de depósito, a menos que a obra seja danificada ou o locatário aja fora dos termos do contrato.