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O “boom” do mercado de arte ultra contemporânea

O termo “arte ultracontemporânea” foi adotado pela plataforma Artnet para designar trabalhos feitos por artistas nascidos após 1974 – que é o segmento de crescimento mais rápido do mercado de arte.

Esse “boom” se deu principalmente durante a pandemia. Nos primeiros oito meses de 2021, US$ 462,5 milhões em arte dessa categoria foram vendidos em um leilão. Isso representa um aumento de 75% em relação ao ano de 2020 e 145% em relação a 2019.

No início de outubro, uma das maiores casas de leilão do mundo, a Sotheby’s, anunciou que lançaria uma nova venda em Nova York chamada “The Now”, dedicada exclusivamente à arte feita nas últimas décadas. É um sinal do quão robusto este mercado se tornou.

O gráfico a seguir ilustra os dados apontados:

Ao acompanhar as disputas de lances por obras de artistas jovens, como Matthew Wong, Avery Singer e Emily Mae Smith, identificou-se que mercado está borbulhando – foi o segmento menos afetado pelo lockdown, caindo apenas 1,3% no primeiro semestre de 2020. Também foi o que se recuperou de forma mais rápida.

De janeiro a junho de 2021, as vendas na categoria aumentaram para US$ 302,6 milhões – quase 300% acima de seu pico mais recente em 2019.

Agora, o volume de compras do mercado de arte ultracontemporânea vem rivalizando com o das obras mais antigas, que registrou US$ 338,2 milhões em vendas no primeiro semestre do ano.

(Para uma perspectiva: o primeiro gênero cobre a arte feita ao longo de menos de 50 anos; o último, mais de seis séculos.)

Ainda que este impulsionamento seja dado pelo volume de novas obras, os preços também estão subindo. Em 2013, o preço médio de uma obra de arte ultracontemporânea em leilão foi de US$ 25 mil. Em 2021, esse número dobrou para US$ 51.415.

Esta explosão pode ser atribuída a dois principais fatores: mudança na geração de compradores e investimentos.

Os colecionadores das gerações Y e Z são uma força crescente no mercado e estão interessados ​​em colecionar trabalhos de artistas de sua própria geração, assim como seus pais o fizeram.

Essa nova safra de colecionadores também é mais motivada pelo lucro do que seus antecessores.

Um relatório recente da Deloitte descobriu que 64% dos colecionadores com menos de 35 anos citaram o retorno do investimento entre os fatores mais importantes em suas aquisições de arte, em comparação com 30% dos colecionadores com 35 anos ou mais.

Embora muitos desses compradores tenham se beneficiado do dinamismo dos mercados de ações e criptomoedas nos últimos anos, eles provavelmente não estão em posição de gastar US$ 40 milhões em um Rothko.

Alguns deles, no entanto, preferem gastar US$ 200 mil em uma pintura para ter a chance de revendê-la alguns anos depois pelo dobro do preço.

A força do mercado asiático

Um relatório anterior da Artnet mostra que os colecionadores asiáticos têm sido extremamente ativos neste segmento. Obras recordistas de artistas como Avery Singer, Joel Mesler, Jonathan Chapline, Genieve Figgis, Amoako Boafo e Javier Calleja, vendidas nos leilões deste ano em Hong Kong, foram todas compradas por colecionadores asiáticos com 45 anos ou menos.

Em 2020, a Ásia respondeu por quase metade (47%) das vendas de arte ultracontemporânea em leilão, enquanto os EUA ficaram com pouco menos de 30% e a Europa a seguiu com 23% de participação.

Até agora, neste ano, os EUA assumiram a liderança nas vendas de arte ultracontemporânea – mas essa mudança provavelmente se deve em grande parte ao leilão de US$ 69 milhões do Beeple’s Everydays NFT, pela Christie’s New York.

Principais nomes do mercado de arte ultra contemporânea

Os melhores desempenhos em termos de vendas totais nos leilões de 2021 são os seguintes:

  1. Beeple (1982): US$ 69,6 milhões
  2. Matthew Wong (1984–2019): US$ 30 milhões
  3. Adrian Ghenie (1977): US$ 24,3 milhões
  4. Ayako Rokkaku (1982): US$ 12 milhões
  5. Dana Schutz (1976): US$ 12 milhões
  6. Avery Singer (1987): US$ 10,9 milhões
  7. Jonas Wood (1977): US$ 9,4 milhões
  8. Salman Toor (1983): US$ 8,9 milhões

Com exceção de Beeeple, todos os nomes da lista acima têm algo em comum: são pintores figurativos que fazem trabalhos de difícil acesso para colecionadores no mercado primário, o que eleva seus preços nos leilões.


Veja também

Fontes:

  • news.artnet

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