Em resposta às situações econômicas e de saúde globais que estão ocorrendo atualmente, provavelmente é um bom momento para esclarecer alguns fatos e se preparar para o que pode ser uma época bem delicada no cotidiano de todos.
A atual crise global causada pelo COVID-19 começou a afetar a maneira como vivemos nossas vidas, mas as pessoas estão começando a se acalmar e as estratégias de sobrevivência estão surgindo.
Os problemas dessa atual realidade incluem uma diminuição no comércio mundial, desacelerações econômicas e perda de empregos. Então, considerando onde estamos no momento, essa é uma boa hora para ver como podemos lidar com essa crise econômica no mundo da arte.
O mercado da arte é, na economia, um dos mercados que mais se mantém em alta diante ao decorrer do tempo, especialmente quando se trata de arte contemporânea. Quem sempre acompanhou o mercado da arte sabe que toda vez que ocorre alguma crise econômica o mundo artístico é impactado basicamente da mesma maneira que qualquer área. Em outras palavras, aprender com o passado é uma ótima maneira de se preparar para o futuro.
Então, se voltarmos na linha do tempo histórica podemos comparar as situações, ver o que acontece, por que acontece e o que artistas e galerias podem fazer para sobreviver a tempos turbulentos. Fazer planos de contingência para um futuro não tão otimista é sempre uma boa ideia.
O que acontece com frequência nesse ramo é que artistas mais jovens e proprietários de galerias que nunca experimentaram uma queda na economia acreditam que os preços das obras não param de aumentar um segundo.
Eles aumentam seus preços de mês para mês. Por quê? Porque naquele momento a economia está ótima e as pessoas continuam comprando arte. E por que eles continuam comprando? Porque eles veem os preços subindo e subindo, e acreditam que aquelas obras realmente correspondem ao valor que é cobrado, que elas estão sendo cada vez mais valorizadas artisticamente, mas não é assim que o mundo da arte funciona.
Quem mais sofre com as baixas de uma economia fraca geralmente são os artistas e galerias que aumentaram seus preços rapidamente por motivos completamente banais, simplesmente porque os tempos eram bons e eles podiam fazer isso.
No entanto, à medida que o mercado de arte começa a esfriar e se ajustar às condições de deterioração, a alta frequência de compras diminui, os compradores restantes ficam mais exigentes com o que compram, e a curva de oferta e demanda muda gradualmente do mercado de vendedores para o de compradores.
As vendas diminuem, a oferta aumenta, as galerias e os artistas começam a afetar o fluxo do caixa e a pressão sobre os preços passam a afetar a maneira como os negócios são realizados.
As obras com os preços mais inflacionados cairá mais em valor, e na tabela de inflação, os artistas e galerias que são razoáveis em seus aumentos de preços serão os menos impactados. Mas não podemos negar, todos serão atingidos quando a crise econômica bater na porta.
A boa notícia é que alguns amantes da arte continuarão comprando, especialmente aqueles que preferem comprar arte do que comer. Mas esse número de pessoas costuma a ser relativamente baixo, quem já está no mercado há muito tempo conhecem, compreendem o valor e sabem muito bem quem são esses compradores.
A moral da história? Fixar o preço o mais alto possível pode gerar benefícios a curto prazo, mas geralmente resulta em um grande problema a longo prazo, enquanto preços gentis, independentemente dos níveis em que a economia se encontra, têm mais probabilidade de continuar trazendo lucro em meio a uma queda financeira.
O fato é que vender obras de arte não é fácil, mesmo em uma economia saudável, e quando a vida financeira mundial não está boa pode parecer absolutamente impossível. Mas enfrentar problemas é um fato da vida, especialmente para artistas, e qualquer artista que espera ter sucesso deve se ajustar continuamente a todos os tipos de adversidades para sobreviver.
A questão é, que tipos de ajustes podem ser positivos quando os tempos ficam difíceis? Primeiro, vou falar sobre dinheiro e depois adicionar alguns tópicos sobre a expansão dos mercados.
A dica número um para qualquer artista que está enfrentando uma crise econômica, presenciando um mercado lento e vendendo menos obras de arte é obter flexibilidade rapidamente, principalmente com relação aos preços e com relação a ajustá-los em uma direção cada vez mais acessível.
O que não se pode negar nesse meio é que a arte é uma mercadoria como qualquer outra e, como qualquer outra, os preços flutuam. Eles nem sempre sobem; às vezes eles caem.
Tire uma lição do mundo dos negócios. As empresas sabem o que precisam fazer para sobreviver e, se isso significa baixar os preços, elas o fazem. Tempos difíceis exigem medidas difíceis.
Ao baixar os preços, em algum momento a perspectiva de possuir seus produtos com descontos significativos se torna muito atraente para os consumidores deixarem passar; o mesmo vale para a arte. A determinados preços, as obras de arte também se tornam atraentes demais para o consumidor e eles não querem perder essa oportunidade.
1 – Se você é representado por uma galeria e as vendas diminuíram, fale com os proprietários sobre a situação atual e sobre maneiras de mudar a queda nas vendas, incluindo a redução de preços. Os resultados geralmente melhoram quando todos trabalham juntos.
2 – Parcele as obras para seus clientes o máximo possível. Dez compradores pagando R$50 por semana significa que você ganha R$2000 por mês.
3 – Alugue sua arte. Se você pode alugar vinte obras de arte por R$30 por mês, são R$600 no mês que você não teria caso os quadros estivessem em seu estúdio acumulando poeira. Você também pode alugar com uma opção de compra. Limite as peças de aluguel focando naquelas com menor probabilidade de vender diretamente.
Graças as mídias sociais e as feiras de arte, os mercados de arte evoluíram de maneira constante, sejam eles os locais, regionais, nacionais até os internacionais.
A natureza global do comércio artístico atual permite que os artistas apresentem seus trabalhos a um público muito maior do que já foi visto antes, sem necessitar de grandes investimentos ou muitos esforços.
Pesquise em quem ou onde sua arte possa ter apelo, pense em suas apresentações e apresente seu trabalho a possíveis fãs, seguidores, compradores ou galerias de maneiras que eles possam entender e apreciar. Colocar seu trabalho a venda em plataformas online nesse momento é a melhor saída para que você não fique sem vender nenhuma obra.
Ninguém conhece seu trabalho tão bem quanto você para pensar em formas de expandir seu público; não esqueça de falar sobre a obra e o seu processo artístico para eles. Tornar sua arte relevante para qualquer evento ou pessoa que seu trabalho for oferecido produzirá resultados positivos se você der à elas boas razões para comprar.
Os artistas possuem talentos e habilidades únicos para expressar emoções, despertar sentimentos, explorar questões sensíveis e fazer declarações poderosas através de sua arte. Em vez de encarar os tempos de crise econômica como obstáculo ao sucesso na carreira, considere-os oportunidades para explorar suas forças, suas reservas criativas e expandir sua esfera de influência. Impacte a vida de outra pessoa com sua arte de maneira significativa e você poderá fazer uma venda.
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