Conheça a designer por trás dos vestidos pintados por Gustav Klimt
Um dos mais consagrados pintores simbolistas de todos os tempos, Gustav Klimt chama a atenção por suas obras repletas de formas e cores esplendorosas, que já serviram de inspiração para estilistas renomados como Alexander McQueen. No entanto, o que poucos sabem é que por trás dos deslumbrantes vestidos pintados pelo artista austríaco está uma revolucionária designer de moda. Conheça a vida e a obra de Emilie Flöge, a costureira boêmia companheira e musa de Klimt.
Estilista de vanguarda
Obras em Destaque
Nascida em Viena, em 30 de agosto de 1874, Emilie Flöge iniciou sua carreira como costureira. Em 1895 passou a trabalhar ao lado de sua irmã mais velha, Helene, que havia aberto uma escola de costura. As irmãs venceram concursos de moda e confeccionaram peças para exposições de arte. Em 1904, Emilie e Helene abriram seu ateliê de alta-costura, Schwestern Flöge (Irmãs Flöge), atraindo a atenção da alta-sociedade vienense.
Emilie destacou-se por seu talento tanto para produzir peças comerciais, seguindo as tendências ditadas por Paul Poiret e Coco Chanel, como também por suas “peças de arte” e seu engajamento no movimento feminista, sendo parte da Reforma do Traje Vitoriano – movimento reformista que propunha a criação de roupas mais confortáveis e usuais para as mulheres.
Emilie e Klimt: uma parceria prolífica
Em fins do século 19, Emilie Flöge era frequentadora dos círculos artísticos e intelectuais boêmios. Foi onde conheceu Gustav Klimt. Helene, sua irmã mais velha, era casada com o irmão de Klimt, e tornou-se protegida do pintor após a morte de seu esposo.
Gustav costumava passar verões com a família Flöge. Emilie, à época com 18 anos, desenvolveu uma longa e prolífica amizade com Gustav. O artista retratou-a em diversas obras – historiadores creem que o famoso quadro O Beijo retrata Klimt e Emilie como amantes – e buscou inspiração em seus vestidos, que traziam variações de motivos e cores. Klimt também desenhou vestidos para Flöge.
Após a morte de Klimt, em 1918, Emilie Flöge herdou metade de seu patrimônio. A artista fechou seu ateliê de alta-costura em 1938, após a ascensão do nazismo na Europa, e passou a produzir em sua casa.
A parceria entre Klimt e Flöge foi retratada no romance The Painted Kiss (2005), de Elizabeth Hickey, e no filme biográfico Klimt (2006), com Emilie interpretada por Veronica Ferres e John Malkovich no papel-título.