Moda

Manipuladora, Sensual e Mortífera: PSYCH0 BABY

Por Gabriel Cardozo - dezembro 20, 2016
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” O universo juvenil feminino tende a ser explosivo. Podemos comparar esse núcleo com a formação e eclosão de todas as pétalas
de uma flor, a secreção ardida, firme e venenosa de plantas pontudas e carnudas e com a leveza de caules e ramificações finas,
frágeis. Ondulações de humor costumam acontecer habitualmente elevando o nível de hormônios e sensações corporais.
Toda garota se impõe o bastante para poder se tornar uma mulher firme, independente e potencial para diversos setores
sociais, econômicos e comportamentais. O ponto principal é a carga hormonal e etária feminina inserida em uma
personagem vetora para a encenação de temas surreais e realistas ao mesmo tempo. “
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Conversei com o Fotógrafo e estudante de publicidade Marcos Paim, para desvendar com detalhes o nascimento desse editorial, que transmite a essência feminina de forma intensa e sensual.

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1 – Psycho Baby mescla sensualidade, violência e ingenuidade de uma forma bastante viva, quase explosiva! Quanto tempo levou, e como foi o processo de criação e desenvolvimento desse editorial?
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Eu acredito que quando estou mais fraco, triste e com raiva de algo que me atinge costumo ter uma maior amplitude na hora de criar e produzir minhas coisas. Lembro que planejei o roteiro de PSYCH0 BABY em umas duas horas.  Inicialmente, se chamava NINFETA, mas só depois de ter o material pronto vi que o nome era um pouco fraco e não me representava tão bem. Eu estava muito deprimido porque minhas ideias não estavam fluindo como antes e todo o processo de reconhecimento dos meus projetos estava me deixando desanimado e sem esperança de criar algo novo. Algumas pessoas daqui e de outros lugares costumam ter a mente fechada para obras mais complexas e que visam milhares de outros núcleos, elas têm uma certa preguiça na hora de interpretar ou até quando vão apreciar algo. Parece que toda aquela atmosfera superficial, habitual e totalmente comum agrega maior valor de interesse e apoio. Tudo isso sempre me deixou com insegurança. Sem falar das pessoas que podem copiar ou se inspirarem de forma negativa. Quando pensei em criar o projeto, foquei em todos esses pensamentos e tive um impulso bem maior que o desânimo para me ajudar a arquitetar o conceito rapidamente. Sempre crio um tipo de personagem e a insiro em um universo acoplado às coisas que eu me interesso e tenho paixão. Também penso em toda a personalidade e características psicológicas da pessoa que escolho na “vida real” para modelarem e encarnarem a minha construção. Costumo buscar as minhas personagens nas redes sociais mesmo e vejo no que podem se encaixar, seja para projetos futuros ou que já foram planejados. Já acompanhava o Instagram da Gabrielle (@gabejoie) havia algum tempo e ele sempre me chamou a atenção por ter toda aquela estética que eu venero e por ela ter uma aparência tão forte e chamativa. Quando lembrei do perfil dela na hora eu fiquei “MEU DEUS…ELA É EXATAMENTE O QUE EU PRECISO”. Geralmente eu morro de vergonha de chamar ou conversar com alguém, mas daí chamei e ela demonstrou super interesse e foco. Precisei comprar alguns acessórios e arranjar os locais. Sempre tento me esforçar o máximo para conseguir tudo aquilo que está no roteiro, se eu ver que faltam muitos itens aí já fico agoniado e não consigo produzir. Isso é um erro meu mas que com o tempo vou lapidando para melhorar. Precisei de ajuda na produção e na realização do vídeo. Diria que com o desenvolvimento, a criação, os imprevistos em geral demorou 1 dia para a realização e 2 meses para o projeto inteiro ficar pronto.

2 – O editorial reforça a intensidade das emoções e sensações femininas, isso realmente influencia na forma como a mulher se veste?

Acredito que sim! Acho que a moda está ligada à liberdade de expressão e à concretização da personalidade de cada mulher. Essa representação temperamental e sentimental acaba se ligando à estética das roupas. É como se todo o teor feminino fosse fortificado e espelhado através das roupas, o reflexo estaria concentrado no valor individual e detalhado de cada uma e seus devidos comportamentos de acordo com a o que se vestem e usam. Mais ou menos isso, sabe? A força e a presença feminina estão muito fortes e mais valorizadas nos dias atuais, acho que toda essa influência acaba sendo inserida na moda de forma mais impactante e evoluída. A essência feminina ganha esse apoio da moda para poder destacar-se mais e ter uma visibilidade mais enriquecida, etc.

3 – Qual a sua principal preocupação na hora de desenvolver um editorial? Já aconteceu algo inesperado no dia das fotos?

A principal preocupação está no projeto completo. Costumo organizar tudo cuidadosamente para não ter nenhum problema na hora de criar e produzir. É importante tudo estar ligado de uma forma uniforme. O que mais preocupa é se toda a carga visual e conceitual vai ter seu sentido construído e se o que foi planejado vai dar certo sendo feito. Prezo muito pela minha identidade e pela eficiência do roteiro. Nunca aconteceu algo totalmente inesperado, mas sempre acontecem algumas modificações em cima da hora, principalmente em locais ou takes/ poses que costumo pensar antes. No caso de PSYCH0 BABY, os atos na conveniência e na piscina não foram planejados em nenhum momento do roteiro, como estava chovendo muito tive que pensar em uma estratégia rápida e que não fosse atrapalhar o desenvolvimento do que tinha criado anteriormente. Não queria desistir ou ter que ficar só com o primeiro ato no posto então coloquei a cara e a coragem e improvisamos tudo na hora. Eu sou um pouco doido então acabo esquecendo alguns itens ou acessórios no dia das fotos também, mas nada de imprevisível assim.

4 – As peças e acessórios são para um público bem especifico, cores fortes, transparência, e as gargantilhas de couro foi o que mais me chamou atenção! De onde vieram essas referências? Onde encontro essas peças?

Sempre fui muito atento a todos os detalhes possíveis, parece que eu consigo guardar tudo na minha cabeça desde pequeno. Posso dizer que a nostalgia me ajuda bastante nos momentos mais intensos em que crio minhas coisas. Eu amo muito as obras do Tarantino e toda aquela carga violenta e exagerada, então me inspirei na personagem Gogo Yubari de Kill Bill Vol. I, ela é bastante forte, ágil e ao mesmo tempo tem aquela personalidade doce/ ácida misturada com um gênio totalmente brutal e depois misturei outras referências que sempre me atraíram muito como Sailor Moon, Death Proof, The Fifth Element e Doom Generation. Sempre tento mesclar a doçura e ingenuidade com um lado mais brutal e sádico na maioria das minhas personagens. A maioria das peças de roupas são da Gabrielle, a saia transparente (sensacional, por sinal) é da AKA Brand, criada pelo Max Rocha <3 e os outros acessórios e elementos que usei tive que fuçar tudo que fosse possível, então vasculhei o Aliexpress inteiro, Ebay, feiras daqui, até relíquias da minha família. Até brinco que se tem bugiganga eu já apareço do nada. Eu amo! Hahaha

5 – O cenário é uma parte muito importante no andamento do editorial, você se preocupa muito com isso? Ou é algo escolhido casualmente sem muita pretensão? Quais cenários/lugares chamam mais a sua atenção?

Sempre! Acho que o cenário é essencial pra trazer todo o temperamento e sentimentalismo das fotos. Eu posso até dizer que o local ajuda a energizar e trazer aquele impacto da persona para as fotos/ vídeo. O local costuma acolher quem/o que eu fotografo e deixa o conjunto mais profundo e com mais sentido. Quanto mais força e visibilidade tiver, maior é o destaque do ponto central em cena. Gosto de lugares amplos, sempre penso na paleta de cores que eu desenvolvo, lugares com detalhes, que tenham um diferencial, mas também prezo pelo minimalismo e pela plasticidade neles. Os lugares que bato o olho e já me atingem de forma boa costumam chamar muito a minha atenção.

https://vimeo.com/160693641

Roteiro / Direção / Direção de Arte / Ilustrações / Fotografia:Marcos Paim
Video: Max Rocha
Edição de video: Mara Schiavon
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Acompanhe outros editoriais desse artista pelo: Behance, Facebook, e Instagram.
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