A arte urbana está amplamente presente no dicionário de arte contemporânea e aplicada de maneira vaga para significar muitos fenômenos distintos.
É frequentemente usada na relação com a arte de rua e, até certo ponto, com o grafite.
A confusão que envolve esses meios de expressão artística que surgiram nos espaços públicos nas últimas décadas existe devido à atenção, reconhecimento cultural e apoio institucional que o grafite, a arte de rua, e a arte urbana vem ganhando nos últimos tempos.
Embora seja usada regularmente, a arte urbana é um conceito particularmente difícil de definir. Geralmente, ela é vista como arte originária de ambientes urbanos, relacionadas às cidades e é criada por artistas que vivem nas cidades, teorizam o estilo de vida que levam e consideram as metrópoles o seu ambiente de trabalho.
Partindo dessa definição, a arte urbana é diferente da arte de rua, mesmo existindo tanta dificuldade no uso correto do termo.
Ela é usada para descrever as obras que não são feitas nas ruas, mas nos estúdios dos artistas que se iniciaram na arte de rua e no grafite.
A arte urbana se preocupa em observar a cidade, enquanto a arte de rua usa a cidade como suporte para a sua arte.
No início do século XX, a formação de movimentos artísticos era particularmente importante na arte moderna e na vanguarda.
Os movimentos artísticos podem ser descritos como tendências, estilos com uma filosofia, ou objetivo comum seguido por um grupo de artistas que costumam fugir dos ideais da época por um período limitado de tempo.
Aplicando essa noção à arte urbana, talvez ela não possa ser vista como um movimento no sentido tradicional, a mesma é um paradigma de hibridismos, uma qualidade muito comum no mundo pós-moderno.
Com tantos artistas trabalhando em vários estilos e tendências que variam de grafite a fotografia, performances de rua a grandes murais de comissão, é difícil encontrar o terreno comum e as características visuais que possam definir o movimento.
No entanto, existem alguns elementos contextuais que unem todos esses fenômenos diversos e são responsáveis por tornar a arte urbana um movimento por si só.
O grafite e a arte de rua surgiram como práticas rebeldes ligadas ao estilo de vida da subcultura, hostis às instituições de arte, com viés anticapitalistas, sociais e políticos. O nascimento da arte urbana foi fortemente dependente das comunidades e da recepção local.
Ela se originou nos bairros, abordando questões locais e comunicando mensagens. No entanto, nos últimos quinze anos, as coisas mudaram imensamente e esse fenômeno efêmero e local se tornou um movimento global devido à documentação obsessiva de obras de arte de rua e compartilhamento de fotos on-line.
Alimentada pela internet, a arte urbana ganhou visibilidade em escala global e permitiu aos artistas o acompanhamento dos trabalhos uns dos outros, estabelecendo conexões e colaborações, formando uma cena e uma base de seguidores.
A crescente visibilidade foi seguida pelo adentramento no sistema de galerias e, consequentemente, no mercado de arte de ponta, onde se tornou uma das forças líderes.
A arte urbana como nenhum outro movimento na história recente da arte ganhou elogios e reconhecimento em todos os lugares, e o mais intrigante é que foi igualmente apreciada pelo grande público apaixonado por arte, colecionadores de elite e profissionais de arte.
Nas últimas duas décadas, se não mais, a arte contemporânea ficou presa no círculo vicioso de apropriações. O mundo da arte estava cheio de coisas novas, fenômenos meta-artísticos.
A arte conceitual, o minimalismo e o renascimento do abstrato, estavam mais preocupados com condições de sua própria existência, como auto-referencias, e se ligavam apenas através da teoria da arte.
A arte contemporânea falava apenas com um círculo limitado de pessoas instruídas e até elas estavam cansadas de sua falta de sentido. A arte urbana, propositadamente ignorante sobre o discurso e a teoria acadêmica, imersa na realidade cotidiana que os artistas contemporâneos ignoravam, tornou-se naturalmente um movimento atraente para muitos.
A arte urbana também foi o único movimento que surgiu nos últimos 15 anos que não foi apenas um renascimento de outras tradições históricas da arte.
Além disso, a diversidade estética dos praticantes de arte urbana era bem-vinda no mundo da arte, dominada por telas monocromáticas e espaços vazios. Ela era uma arte nova, empolgante, subversiva, ousada e altamente democrática por causa de sua raiz em espaços públicos e comunitários.
Os aspectos sociais, políticos e as conotações críticas também foram amplamente elogiados entre aqueles que se aborreceram com o fato de a arte contemporânea ter perdido o sentido do ambiente social.
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