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O roubo da Mona Lisa: 114 anos do maior mistério da história da arte

O roubo da Mona Lisa é um dos episódios mais marcantes e curiosos da história da arte. Em 21 de agosto de 1911, a obra-prima de Leonardo da Vinci desapareceu do Museu do Louvre, em Paris, provocando comoção mundial. Mais de um século depois, o crime continua a fascinar pesquisadores, artistas e o público em geral, pois não apenas transformou o destino do quadro, como também ajudou a consolidar sua fama como a pintura mais conhecida do planeta.

Mona Lisa exposta no Museu do Louvre, em Paris

O roubo em 1911

Na manhã de uma segunda-feira, funcionários do Louvre perceberam que a Mona Lisa havia sumido da parede da Sala Carré, onde ficava exposta. O autor do roubo era Vincenzo Peruggia, um pintor e ex-funcionário do museu que conhecia os corredores e a rotina da instituição. Vestido com um uniforme de trabalho, ele conseguiu retirar a pintura da moldura e escondê-la sob o casaco, saindo tranquilamente pela porta.

O roubo da Mona Lisa, em 1911

A ausência da obra gerou perplexidade imediata. O Louvre foi fechado por uma semana, e as manchetes de jornais em todo o mundo deram ampla cobertura ao desaparecimento, transformando o caso em um verdadeiro mistério internacional.

Leia também: Por que a Mona Lisa é tão famosa?

A busca frenética

A investigação se estendeu por dois anos e envolveu tanto a polícia francesa quanto autoridades internacionais. Entre os suspeitos chegaram a estar o poeta Guillaume Apollinaire e até Pablo Picasso, que foram interrogados pela polícia antes de serem liberados. A ausência de pistas sólidas alimentou o mito da Mona Lisa, que começou a receber uma atenção midiática inédita.

A recuperação da Mona Lisa

Em dezembro de 1913, a obra finalmente reapareceu em Florença. Vincenzo Peruggia tentou vender o quadro a um antiquário, alegando que queria devolvê-lo à Itália, por acreditar que a pintura havia sido injustamente levada para a França por Napoleão. Preso logo em seguida, Peruggia foi condenado, mas cumpriu apenas uma pena curta, sendo visto por muitos como um herói patriótico em seu país.

Vincenzo Peruggia

A Mona Lisa voltou ao Louvre em 1914, recebida com grande festa e redobrada segurança.

Impacto cultural

O desaparecimento da obra ajudou a elevar a Mona Lisa a um patamar de popularidade jamais visto. Antes de 1911, a pintura já era considerada uma obra importante de Leonardo da Vinci, mas não possuía a aura mítica que conquistou após o roubo. A comoção mundial e a cobertura da imprensa transformaram a Gioconda em um ícone cultural, símbolo de mistério, beleza e vigilância constante.

Curiosidades e mitos

Durante os dois anos em que esteve ausente, o vazio na parede do Louvre atraiu multidões, que iam ao museu apenas para ver o espaço em branco. O episódio também gerou teorias da conspiração, incluindo versões de que a obra teria sido substituída por cópias ou até que nunca teria retornado ao Louvre.

114 anos depois

Passados 114 anos do roubo, a Mona Lisa segue como uma das obras mais visitadas e fotografadas do mundo. Exposta em uma redoma de vidro à prova de balas, a pintura não carrega apenas o valor artístico de Leonardo da Vinci, mas também a narrativa de um crime que mudou para sempre a história da arte e a relação entre o público, os museus e o patrimônio cultural.

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Thais de Albuquerque

Thais de Albuquerque é Relações Públicas, artista visual e criadora de conteúdo. Atua há mais de 15 anos em marketing e criação de identidade visual para empresas, projetos e instituições. Em seu Instagram, desenvolve conteúdos autorais ligados a curiosidades sobre o mundo das artes.

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