‘Marketing’ com arte pode não ser a primeira coisa que você pensa quando decide posicionar a imagem da sua marca ou aumentar a receita de sua empresa, mas você ficaria surpreso com o quão poderosa esta estratégia pode ser. É sobre isto que falaremos neste artigo.
Arte e artistas fornecem os ingredientes exatos que os estrategistas de ‘marketing’ estão procurando: originalidade, autenticidade, emoção e uma ligação visionária para tendências emergentes.
Quando se trabalha com um artista dentro da marca, você essencialmente entra no mundo dele. É a estética, o conceito ou identidade única que será difundida em sua marca, ou produto.
Em 2003, Takashi Murakami trouxe sua estética inspirada em mangá e anime, para as malas Louis Vuitton e mudou para sempre o relacionamento entre marcas e artistas.
A coleção foi um sucesso de vendas e agora se tornou um ‘item’ de colecionador muito procurado. Além desse sucesso comercial, o impacto na marca foi enorme. De uma só vez, LV mudou da marca favorita de sua mãe para ir para os braços de Paris Hilton e de praticamente todas as outras influenciadoras da época.
Esta colaboração levou o LV ao século XXI e o abriu as portas para uma nova geração de clientes.
Existem duas estratégias essenciais que quase qualquer marca pode alavancar através da arte.
‘Produto’ e ‘Patrocínio’.
“Produto” está vinculado à estratégia comercial, enquanto o patrocínio trata da construção de prestígio da marca.
Conheça 10 maneiras pelas quais as estratégias artísticas podem ajudá-lo a alcançar seus principais objetivos de ‘marketing’
Então você tem um produto incrível para lançar, mas sabe que os influenciadores desejarão algo incomum para garantirem as suas participações.
Os artistas são adaptados exclusivamente para criar experiências e ambientes inesquecíveis.
Quando Kate Spade abriu sua loja em Londres, convidou a artista Jennifer Rubell para criar um acontecimento único na vitrine.
Os convidados receberam convites para entrar e foram alimentados com deliciosos bolos por uma empregada que parecia boneca, enquanto a imprensa e os transeuntes observavam o que acontecia lá dentro.
Essa é uma ótima estratégia, pois apresenta baixo risco e pode ser usada para testar novos públicos para a imagem de marca sem fazer grandes alterações.
Por exemplo, Vilebrequin convidou o artista de ponta Alex Israel para criar uma coleção de edição limitada para sua linha de roupas de banho.
Eles conectaram sua marca à vibe de arte da costa oeste de Los Angeles.
Além disso, as linhas de edição limitada geralmente se esgotam e se tornam colecionáveis muito depois do lançamento inicial, como a caixa de champanhe de Jeff Koon para Moet-Chandon.
Não podemos deixar de falar que muitas marcas ainda não perceberam a eficiência deste truque.
Novamente, os artistas podem trazer autenticidade e individualidade únicas às campanhas publicitárias que deixam o espectador se perguntando se estão vendo um anúncio ou uma obra de arte.
A diferença: superficialidade vs. profundidade.
A melhor arte nos deixa com mais perguntas do que respostas. Assim, a campanha de Juergen Teller para Marc Jacobs, quebra todos os códigos de propaganda de moda.
A colaboração de Liu Bolin com a Moncler cria algo indefinível e a campanha de Ignasi Monreal para a Gucci investiga profundamente a história da arte.
Todos sabemos sobre o poder estelar de convidar Philippe Starck ou a tão perdida Zaha Hadid para projetar o interior de uma loja, restaurante ou bar: mas surpreendentemente poucos alcançaram o potencial do poder estelar de artistas neste contexto.
O Etienne Marcel, quando foi inaugurado em Paris, era o lugar para estar com seu interior super bacana, projetado pelos artistas Pierre Huygues, Philippe Parreno e M / M.
A Sketch em Londres continua a atrair a multidão, enquanto a farmácia de Damien Hirst atrai clientes curiosos para comer cercados por sua arte.
Agora, vamos para a segunda abordagem para alavancar marcas através da arte. Isso é o que chamamos de estratégia de “patrocínio”.
Trata-se de estabelecer uma conexão entre sua marca e o mundo da arte, para alavancar prestígio, filantropia cultural e se comunicar com os clientes de maneira não comercial.
Esta é uma excelente maneira de posicionar sua marca no mundo da arte em seus próprios termos.
Um prêmio de arte fornece a plataforma para comunicação com mídia, conteúdo de mídia social e eventos de clientes, como um jantar de gala ou exposição pública em colaboração com um museu de prestígio.
O foco do prêmio pode ser projetado para refletir os valores da empresa, como inovação ou sustentabilidade e envolver os principais membros da comunidade artística, a fim de dar total legitimidade.
Um excelente estudo de caso é o prêmio para artistas emergentes lançado pela Société Général Private Bank Switzerland.
O SGPBS foi capaz de criar um posicionamento claro para si no cenário artístico nacional suíço e – o mais importante – fornecer genuinamente apoio financeiro e visibilidade a jovens artistas talentosos.
O mesmo fez a Hugo Boss que, em parceria com o museu Guggenheim criou o prêmio homenageando extraordinárias conquistas da arte contemporânea
Museus de arte, como Tate Modern e MOMA, estão entre as principais atrações turísticas das cidades do mundo.
As feiras de arte também tem se tornado um fenômeno de enorme sucesso nos últimos tempos com a ArtBasel, expandindo-se recentemente para Miami e Hong Kong.
Atualmente, quase todas as grandes cidades têm uma importante feira de arte que atrai grandes multidões a cada ano, da Cidade do México, Abu Dhabi e São Paulo. Sem mencionar grandes eventos de arte, como a Bienal de Veneza e São Paulo, que atrai milhares de visitantes.
Eles representam plataformas altamente estratégicas para patrocinar e alavancar sua marca entre os amantes da arte.
Muitas grandes empresas e marcas entenderam o poder de construir uma coleção de arte de qualidade.
Bancos, companhias de seguros e marcas de moda estão há muito tempo no jogo, mas fabricantes de automóveis como Daimler ou BWM e cada vez mais empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, estão adotando essa abordagem.
As vantagens são abundantes – o prestígio da arte para reuniões com clientes, um ambiente de trabalho estimulante para funcionários, oportunidades de comunicação e eventos e, claro, a possibilidade de o investimento ganhar valor ao longo do tempo.
Este é o próximo nível de realização de uma coleção de arte corporativa. Uma fundação pode ser criada para abrigar uma coleção já existente, mas também oferece uma plataforma para a construção de exposições além das participações corporativas.
O impacto de uma instituição cultural sem fins lucrativos, fundada por uma marca e aberta ao público, é clara, mas também existem muitas vantagens administrativas e fiscais.
O sucesso e a renome internacional da Fundação Pinault em Veneza, das Fundações Louis Vuitton e Cartier em Paris e da recém-inaugurada Fundação Deutsche Bank em Berlim podem ser vistas no fato de que elas terminam competindo com os principais pontos turísticos dessas cidades.
No Brasil temos o Itaú cultural e o IMS que representam bem estas instituições
As comissões de arte podem ocorrer em muitos contextos. Elas podem ser combinadas como parte de um programa de patrocínio de arte, como a comissão anual de arte da Audemars Piguet na ArtBasel, ou como parte de uma estratégia de coleção de arte.
Muitas marcas e empresas contrataram artistas para criar obras exclusivas para sua sede, que demonstram seus valores e engajamento na arte.
Muito se pode aprender com os processos de ideação dos artistas. O último pode ser mais facilmente definido como uma abordagem não funcional da criatividade.
Hoje, os artistas podem trabalhar em praticamente qualquer meio para criar arte.
Essa liberdade total é frequentemente associada a uma reflexão filosófica sobre a natureza humana e o mundo em que vivemos.
Afinal, os ‘artistas são o espelho da sociedade’. As equipes e o gerenciamento de projetos geralmente estão presos a processos que inibem o livre pensamento.
Fonte: NYT mag, Forbes, Invisible gold, art+mkt, widewalls
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