Foto: O ex-eletricista de Pablo Picasso Pierre Le Guennec (D) e sua esposa, em Aix-en-Provence, França, no dia 31 de outubro de 2016 – AFP
O ex-eletricista de Pablo Picasso, condenado em 2015 por ter ocultado 271 obras do artista espanhol durante quase 40 anos, deu nesta segunda-feira, 31, uma nova versão dos fatos durante uma audiência em um tribunal de apelação francês.
Pierre Le Guennec, condenado junto com a sua esposa Danielle a dois anos de prisão com direito a sursis por ocultar as obras, afirmou que alguns meses após a morte de Picasso, em 1973, a viúva do pintor espanhol, Jacqueline, lhe pediu que armazenasse entre 15 e 17 sacos de lixo que continham trabalhos do artista.
Algum tempo depois, acrescentou o acusado, Jacqueline lhe pediu que devolvesse as sacolas, menos uma, que lhe deu de presente em agradecimento.
Para Le Guennec, a viúva de Picasso “talvez” quisesse que estas obras não constassem no inventário de herança.
“Jacqueline Picasso tinha problemas com Claude Picasso”, filho do pintor, afirmou Le Guennec, de 77 anos, ante o tribunal de Aix-en-Provence (sudeste da França).
Até agora, o eletricista aposentado e sua mulher afirmavam que as 271 obras foram um presente dos Picasso em 1971 ou 1972, ou seja, antes da morte do mestre do cubismo.
Le Guennec acrescentou que não disse a verdade antes por medo de ser acusado de roubo e pediu que as obras lhe sejam devolvidas.
Jean-Jacques Neuer, advogado de Claude Ruiz-Picasso – filho do pintor e único representante das partes civis presentes na audiência – denunciou o que chamou de “mentira” e defendeu a tese de uma “lavagem internacional de obras roubadas”.
A coleção, cujo valor não foi estimado, inclui nove desenhos de mulheres e cavalos, nove colagens cubistas da época em que Picasso trabalhou com o artista francês Georges Braque e obras da sua “fase azul”.
Outras obras mais íntimas incluem retratos da amante de Picasso, Fernande, desenhos de sua primeira esposa, Olsa, e um desenho de um cavalo para seus filhos.
Via: Istoé
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