Mulher em Oração
Mulher em Oração
Mulher em Oração é uma obra de Luiz Carrijo, artista plástico autodidada, médico psiquiatra e psicoterapeuta Junguiano. Ele começou suas incursões no mundo da arte ao longo de uma intensa crise existencial vivenciada durante sua graduação médica.
Sua dor pessoal e a percepção do sofrimento humano em pacientes hospitalizados o enclausuraram em madrugadas solitárias na companhia de desenhos e pinturas em folhas simples de papel sulfite. A arte iria se apresentar como um catalisador de sua relação com sua alma
Luiz Carrijo acredita que a arte sempre imita a vida e a transcende de alguma forma, e paradoxalmente, a vida é sempre maior que a arte.
Acrílica sobre painel MDF
Luiz Carrijo
Luiz Carrijo é mineiro de Uberlândia. Artista plástico autodidata, também é psiquiatra e psicoterapeuta Junguiano.
Começou suas incursões no mundo da arte ao longo de uma intensa crise existencial vivenciada durante sua graduação médica.
Sua dor pessoal e a percepção do sofrimento humano em pacientes hospitalizados o enclausuraram em madrugadas solitárias na companhia de desenhos e pinturas em folhas simples de papel sulfite. Eram intensos e muitas vezes desesperados diálogos internos projetados em riscos, rabiscos e formas abstratas que escancaravam emoções caóticas , dores profundas.
Naquela época ele pôde experimentar o poder que aquela expressão tinha no sentido de exteriorizar e de alguma forma organizar o turbilhão de emoções e sentimentos em curso.
Ali a alma se expunha por necessidade premente de perscrutar canais de interlocução com o mundo interno e externo e encontrava guarida nas formas, contornos e cores que só o silêncio das madrugadas testemunhavam. Nascia o germe de uma relação visceral, catártica , transcendente e espiritual com a arte.
A arte iria se apresentar como um avatar da relação com sua alma. Alma no sentido daquela instância interna que busca as essências da existência, que clama por ampliação de consciência e integração de tudo que habita o ser.
Depois de terminada a graduação em medicina, a pós-graduação em psiquiatria e do nascimento de sua primeira filha, Luiz Carrijo principia sua produção artística propriamente dita e realiza três mostras individuais em sua cidade natal, nos anos de 1997, 1998 e 1999.
Trabalha essencialmente com tinta e massa acrílicas sobre tela na primeira produção; com tampas de tambores enferrujadas (trabalho focado na relação do homem com o tempo) na segunda e com nitrocelulose e tinta óleo na última. A partir daí o trabalho diário como médico o absorve sobremaneira de tal sorte que a arte se cala dentro dele por longos anos.
No ano de 2015 entra em contato mais profundo com a psicologia de Carl Gustav Jung e se apaixona de imediato, tornando-se especialista e psicoterapeuta Junguiano. Seu contato com o Jung o convida a aprofundar sua relação com sua psique e sua alma, buscando conhecer a luz e a escuridão que nela habitam.
Numa linguagem junguiana, a conhecer sua sombra e os anseios do Self ( daimon, divindade interior) ressurgem a vitalidade e novos impulsos de energia para o fazer artístico. A arte é retomada como catalisadora de diálogos internos perpetrados por imagens que expressam, inquietam, lapidam, transcendem e reorganizam temas internos que afligem o artista.
Em 2019, Luiz Carrijo realiza uma exposição individual em sua cidade com o título: Equilíbrio distante, trabalho no qual utiliza tinta e massa acrílicas sobre tela e que transita pelo tema do equilíbrio entre forças caóticas e harmônicas que atravessam a vida. Este trabalho envolve além das pinturas vários textos poéticos que dialogam com os quadros, abrindo o tema para reflexões imagéticas e psicológicas.
A produção atual, a partir de 2020 se alinha ao momento de caos mundial ( pandemia do covid-19) e de todos os desdobramentos deste evento na vida das pessoas. Aqui a busca é por harmonia de formas e cores puras, concretas, limpas, mínimas. A alma pede por serenidade, pureza de cores, mas também por movimentos enérgicos, singelos, que descansem, mas que fundamentalmente pulsem.
Luiz Carrijo busca na arte conviver com os mistérios que ronda sua vida sem ousar decifrá-los, antes quer experimentá-los nas cores, nos movimentos, no ponto, nas curvas e retas, no silêncio do atelier. Quer penetrar e ser penetrado por tudo isto.
Ele acredita que a arte sempre imita a vida e a transcende de alguma forma e paradoxalmente a vida é sempre maior que a arte.