Edição 17º SP Arte, balanço da retomada
A edição 17º da SP Arte se destacou pela excelente visualidade das galerias cada qual com seu espaço posicionado num plano único, evitando os três andares das edições anteriores realizadas no prédio da Bienal de São Paulo.
O destaques foram inúmeros demonstrando a vitalidade do mercado que se fortaleceu ampliando as possibilidades de confrontes e releituras da arte atual com toda a sua complexidade.
Reunindo 128 expositores, sendo 84 presenciais e 44 exclusivamente digitais num galpão de 9 mil metros quadrados (ARCA – Rua Manuel Bandeira,360, Vila Leopoldina) representou uma retomada presencial fundamental para a plena apreciação das potencialidades da arte com suas novas linguagens e desafios constantes.
As Galerias Virtuais e os Talks onde artistas, curadores e colecionadores discutiram temas essenciais da arte atual, ampliou de certa forma a abrangência dessa recente edição. Aspectos de relevância foram também abordados como a relação da arte com a tecnologia, inserida no fluxo criativo, que poderia ser observado no Viewing Room, espaço digital da SP Arte, numa constante atuação online.
As galerias se esmeraram nos estantes estabelecidos, dos maiores aos menores todas estavam no mesmo plano facilitando a visualização das obras além dos inúmeros contatos que ocorreram entre galeristas, colecionadores, compradores eventuais, artistas, jornalistas, especialistas entre tantas modalidades que atuam na área.
Obras em Destaque
Dentre as Galerias mais representativas no contexto de suas intensas atividades podem ser citadas algumas como Galeria Luisa Strina (SP) que reuniu obras inéditas de Marcelo Galan, Marepe, Caetano de Almeida e Panmela Castro, especialmente para a feira, Almeida & Dale (SP) que apresentou 23 obras de Lasar Segall, Dan Galeria (SP), Pinakotheke (SP) que fez uma incursão pelo período de 1920 a 1960, trazendo obras de Antonio Gomide, Heitor dos Prazeres e “Cabeças Negras” de Vicente do Rego Monteiro entre alguns, Leme (SP), Lume (SP), Nara Roesler (SP), Janaina Torres (SP), Vermelho (SP), Luciana Brito (SP), Galeria Millan (SP), Lume (SP), Jaqueline Martins (SP), Kogan Amaro (SP), Zipper Galeria (SP), Casa Triângulo (SP), Silva Cintra+Box 4(RJ), Mendes Wood DM (SP-NY Bruxelas) e as estreantes HOA (SP), Quadra (RJ) e Projeto Vênus (SP). Destacam-se também fora do eixo Rio-SP, a Paulo Darzé Galeria (Salvador) que trouxe uma individual de Antonio Dias, um dos grandes destaques da 34º Bienal de São Paulo e a Galeria Ybakatu (Florianópolis). Das estrangeiras podem ser citadas a SUR, de Punta del Leste (Uruguai) presença constante em edições anteriores, Galeria de las Misiones, de Montevideo (Uruguai), Opera Gallery, de Miami (EUA) e Galleria Continua (San Gimignano, Beijing, Le Moulins, Havana, Roma, São Paulo, Paris) que apresentou com o tema “Quebrando Fronteiras” obras de Ornachi & Prestiari, Antony Gomley, Michelangelo Pistoletto, Shilpa Gupta e Leandro Erlich.
A Bergamin & Gomide dentro da linha sutil de relacionamento da arte conceitual com o minimalismo foi apresentada uma notável seleção de obras de Donald Judd, José Resende, Lucio Fontana e Richard Serra. Por outro lado, a Fortes D’Aloia & Gabriel colocou em seu estratégico espaço obras de Adriana Varejão, Luiz Zerbini, Erika Verzutti e Márcia Falcão.
O balanço geral da feira foi positivo em termos de difusão e de comercialização das obras expostas, um evento que tem como intuito dar vitalidade ao mercado e difundir propostas inovadoras contribuindo para o aprimoramento do olhar do público que estava ansioso com eventos dessa dimensão após um período de isolamento.
Percorrer a feira, foi extremamente estimulante, pela diversidade das propostas apresentadas, uma contribuição benéfica para os visitantes, além de ser um local perfeito para realização de aquisições de obras de arte por colecionadores específicos, existe uma energia harmoniosa que dependendo do olhar de cada um abrirá uma ampla perspectiva reflexiva sobre a arte na dinâmica atual.