Texto de Marta Simões Sarkozy
Os trabalhos com caneta Bic começaram no ano de 2006 quando fui visitar um orfanato na região do Morumbi. Conversei com a coordenadora e tirei fotos das crianças que lá estavam.
Algumas tinham o olhar doce, outras bem menos… às vezes mostravam muito afeto, mas, às vezes, desprezo pelos adultos. Cada uma já carregava uma história de abandono ou maus tratos.
A princípio, minha ideia era a de trabalhar com aquelas crianças; mas a carência afetiva delas era absolutamente avassaladora, muito maior do que a carência material.
Entendi que se fosse entrar naquele universo, jamais poderia virar as costas e me tornar mais um adulto a decepcionar.
Acovardei-me. Não fui.
Revendo as fotos, fui representá-las no papel. Mas como desenhar crianças de orfanato com carvão ou pastel sobre papel de algodão importado?
Restou-me fazer o trabalho em caneta Bic e papel Manilha – que é rosado, reciclado e muito rústico, muito usado para embalar coisas em mercearias e outros comércios mais populares.
Foi-me dito que a grande maioria das crianças prefere estar com os pais do que estar numa instituição como aquela; ainda que sujeitas a maus tratos, ainda que morando embaixo de pontes com adultos que se drogam e bebem.
“Eu não moro aqui” deveriam pensar as crianças do orfanato.
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