A obra foi montada de maneira bem inusitada começando pelo suicídio do cientista Valery Legasov, ocorrido dois anos após o desastre. Como personagem principal ele foi o maior envolvido na contenção da emergência e deixou um legado memorável ao pressionar o governo a tomar medidas preventivas em outras usinas similares de sua nação. Ele também gravou fitas em que registra a perseguição do governo que não queria que ele divulgasse os motivos do acontecimento. Quem interpreta esta figura é o ator Jared Harris.
Chernobyl não é para quem tem estômago fraco. Ele é possivelmente o seriado mais chocante do ano onde são mostradas diversas pessoas sofrendo os efeitos da radiação. Este tipo de contaminação pode ser considerado uma das maneiras mais horríveis de morrer.
Durante os primeiros dias da explosão os chefes de estado ignoraram Legasov e ao invés de evacuar a cidade fizeram um cerco blindando o local com a intenção de ocultar o que estava acontecendo dos outros países.
Também muitos trabalhadores foram sacrificados nas tentativas de parar a emissão de radiação. Esse elemento químico, quando presente em quantidades exorbitantes, como era o caso, causa danos a equipamentos elétricos e apelar para seres humanos foi a única forma que eles encontraram de evitar prejuízos muito mais graves como a poluição permanente de lençóis freáticos com produtos cancerígenos.
Quem governava a URSS na época da catástrofe era Mikhail Gorbatchov. Ele relata em sua biografia que o ocorrido foi uma das principais causas da queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O governo é retratado no programa da HBO com uma postura extremamente negligente e mentirosa. Antes e depois da situação ser controlada a KGB, polícia secreta da Rússia, ameaçou, prendeu e boicotou todos os que buscavam expor o escândalo.
O acidente ocorreu devido a um teste que simulava uma queda de energia na usina. Nesta situação o reator seria resfriado com jatos d’água e posteriormente com barras de contenção. Estas medidas foram tomadas porém, o resultado foi a explosão do teto do reator o que espalhou radiação a quilômetros da atual cidade fantasma de Pripyat. A situação mais grave foi o fato da usina, ao querer economizar, utilizar o material mais barato para as barras de contenção, o grafite. Esse minério estava na ponta das barras que controlariam o reator nuclear, porém isso gerava um aumento na temperatura.
Anatoly Dyatlov era o supervisor da usina e responsável pelo teste que há três anos eles tentavam fazer. Apesar de todos os alertas de colegas, e até das próprias máquinas, de que o experimento daria errado Dyatlov insistiu em continuar forçando o reator porque se concluísse naquele dia ele receberia uma promoção.
Nem tudo na obra é verídico. O criador, Craig Mazin, teve liberdade para inserir coisas que dessem sentido ao programa. Uma delas é a criação personagem de Ulana Khomyuk. Esta mulher, interpretada por Emily Watson, na verdade nunca existiu. Muito presente na maioria das cenas, ela representa toda a equipe de cientistas que trabalharam para evitar a repetição do acidente e garantir que a verdade viesse à tona, já que o governo não estava medindo esforços para abafar o caso.
Conte para o Arteref qual foi a sua impressão da minissérie. Quais foram as cenas e personagens mais marcantes para você?
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