Recentemente assisti todos os episódios de Black Mirror, serie britânica criada por Charlie Brooker, utilizando do humor negro pra debater sobre a forma que as pessoas lidam com tecnologia.
Cada episódio é uma história diferente, com personagens diferentes e cenários diferentes, o que tem em comum é o vicio que as pessoas tem por tecnologia.
Seria o futuro uma viagem psicodélica?
Apesar de ser uma série de ficção cientifica, posso dizer que me deixou mais assustada que um filme de terror, pois é uma coisa que está dentro da nossa realidade. As pessoas respiram tecnologia e por quererem ter mais e mais entretenimento, acabam sendo cruéis. Mas não espere um massacre com armas ou lutas, a coisa toda mexe com o psicológico!
É quase impossível falar de forma geral sobre a série, então escolhi três episódios que mais me chocaram pra dar uma resumida.
A trama se passa num lugar totalmente claustrofóbico, sem qualquer luz natural, onde pessoas pedalam em bicicletas ergométricas para ganhar méritos e poderem trocar por comida e “entretenimento”.
Elas dormem em cubículos onde as paredes são “televisões gigantes”, ali elas conseguem assistir programações restritas. As atividades diárias são constantemente interrompidas por anúncios que não podem ser ignoradas, pois perdem alguns pontos por isso.
Bing Madsen doa 15 milhões dos seus méritos para ela se apresentar, mas se decepciona com o resultado, o fazendo trabalhar mais para que consiga entrar no game show e se posicionar sobre toda aquela realidade.
O episódio começa com um jovem casal de mudança para uma casa de campo, Ash é viciado em tecnologia e fica atualizando sua rede a cada segundo. Um dia depois da mudança ele sai para trabalhar e é morto. No velório, Martha é informada de um novo aplicativo em que as pessoas ficam em contato com o falecido. De imediato ela não aceita e fica furiosa com tal coisa, mas a pessoa envia a solicitação mesmo assim.
Ela danifica acidentalmente o celular, ficando desesperada por achar que teria perdido todo o contato com o Ash “virtual”. O programa avisa que tem uma nova etapa do serviço que está em fase experimental, um corpo feito de carne sintética que após ser “fermentado” fica (quase) exatamente igual a pessoa falecida.
Esse é na minha opinião, o episódio mais agoniante das três temporadas.
Em um quarto, uma mulher chamada Victoria acorda e percebe que não consegue se lembrar de absolutamente nada do que viveu.
Ela tem flashbacks com a imagem de uma criança que supostamente seja sua filha e um símbolo incomum na tela da televisão, com isso ela sai da casa tentando achar explicações, mas o bairro está deserto e a única coisa que ela vê, são pessoas nas janelas das casas filmando ela com um celular, sem falar ou esboçar qualquer reação.
No caminho ela conhece Jem, ela conta que as pessoas foram tomadas por essa transmissão na tv, que fizeram as pessoas ficarem alienadas e gravando tudo ao redor, por algum motivo elas não foram afetadas por esse sinal.
O final desse episódio é um plot twist de explodir a cabeça e te fazer repensar em como as pessoas consegue passar dos limites da crueldade.
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