Pina Bausch é uma das personagens mais emblemáticas do mundo da dança contemporânea e da arte em geral. Aos 67 anos, magra e frágil, profundos olhos azuis no magnífico rosto cinzelado, exerce um fascínio absoluto sobre todos os que dela se acercam, sejam os dançarinos e “performers” que ela trata com obsessivo rigor, sejam os espectadores rendidos e hipnotizados pela beleza e estranheza das suas produções. Em 2009, a coreógrafa e dançarina levou aos palcos do Café Müller, a consagrada A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, com uma interpretação da obra que entrou para a história.
Veja o vídeo e ainda leia mais sobre esta peça tão emblemática:
Título original em Francês: “Le Sacre du Printemps”
Balé em dois atos composto por Igor Stravinsky e coreografado por Vaslav Nijinsky, conta a história de uma jovem que deveria ser entregue como sacrifício para uma entidade governante da primavera em um ritual pagão para que seu povo obtivesse uma boa colheita naquele ano.
Sua estreia (Paris, 1913 no Théatre des Champs-Élysées) causou um dos maiores escândalos artísticos, tendo sido vaiado e zombado pela plateia que não estava preparada para essa nova modalidade estética. Muitos músicos e maestros se retiraram do teatro para representar sua indignação com a peça e a história dessa apresentação inaugural polêmica é mais conhecida do que a própria obra.
A dança:
A coreografia trouxe grandes inovações ao se voltar para o passado trazendo movimentos rústicos que objetivavam remeter à tempos antigos onde era comum esse tipo de sacrifício humano, inspirada em hierógrafos e pinturas rupestres.
A música
Ele, nessa peça, subverteu a lógica musical que havia até então inaugurando o movimento artístico conhecido como Modernismo, trazendo uma nova estrutura orquestral, uma nova forma, timbre, novos aspectos harmônicos, uma grande evolução da utilização das dissonâncias e da percussão que em muitos momentos se sobressaia à melodia, ideia impensável antes d’A Sagração da Primavera.
(fonte: Bruna Barlach)
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