“Táticas para ganhar dinheiro e fama na arte. Uma visão histórica do mercado” é o título do novo vídeo publicado no canal Art Talks, no YouTube, em que Paulo Varella narra algumas histórias e curiosidades sobre as estratégias que artistas renomados utilizaram para ganhar fama e fortuna ao longo da história.
O vídeo também apresenta uma breve história sobre como esse mercado se formou até tornar-se um dos mais rentáveis do mundo, chegando a movimentar 65 bilhões de dólares em 2021.
Abaixo, você pode conferir as informações debatidas no vídeo em tópicos:
O que eram as guildas
Na Idade média haviam as guildas, que eram como associações de profissionais.
Artistas, escultores, arquitetos e pedreiros eram parte de uma mesma guilda.
Artistas eram vistos como artesãos, ou seja, profissionais que faziam trabalhos manuais
Artistas livres das guildas começam a propor um novo modelo social e econômico.
Artistas medievais recebiam por diárias pelos seus serviços.
No final do século XV passam a cobrar não só por quantidade mas também por qualidade
Código de conduta para artistas
Nasce um novo código social para artistas como uma nova conduta que reflita o status social recém elevado
O preço do trabalho passa a ser determinado pela habilidade do artista e não somente pelo tempo de serviço
durante o renascimento, artistas interessados em dinheiro não deveriam parecer publicamente interessados em dinheiro
Estigma do artista desinteressado
Em 1648 em Paris nasce a Real Academia de Belas Artes
Uma regra dizia que estudantes não poderiam abrir uma galeria e vender seus trabalhos, dessa forma, não misturarem a profissão de mercenários com status acadêmicos
O artista não deveria trabalhar por dinheiro, mas sim por Glória, refletindo um modo de vida parecido com os aristocratas, seus clientes ideais
Ao final do século XIX o governo era o principal comprador de arte
O sistema muda quando há competição dentro do mercado.
O salão oficial de academia era o único lugar de exibição e venda de arte
Salon des refusés apoiado por Napoleão III
Manet (Le Déjeuner sur l’herbe) e Whistler (Symphony in White)
Gustave Courbet
condenado a seis meses de prisão por seu envolvimento na destruição da Coluna Vendôme, um símbolo da autoridade napoleônica
Courbet se auto-proclamava o “homem mais rude e mais arrogante na França”
Osurgimento do mercado de artes
Em 1874, salões menores organizados por artistas entram na concorrência do mercado de venda e exposição de artes tornando-se um mercado independente e competitivo.
Artistas desafiavam a academia usando o valor de mercado para exibir artistas excluídos
Exemplo: exposição pós-impressionista ridicularizada em Londres em 1910 elevaram as ações de Cézanne
Séc XX – exposições coletivas são substituídas pelas galerias particulares de marchands
Pablo Picasso
Primeiro artista a se destacar em galerias de marchands
Declarava-se inimigo do mercado repetindo o padrão medieval, mas se sempre se aproximando de críticos colecionadores, marchands e curadores, além de todos aqueles que pudessem espalhar seu nome, sua arte e sua reputação
Guernica foi um dos mais importantes trabalhos
Miró criticou seu trabalho “Tudo é feito pelo marchand, pelo dinheiro. Uma visita a Picasso é como visitar uma bailarina com vários amantes.”
Após a segunda guerra mundial o centro do mundo da arte mudou para os Estados Unidos, quando os expressionistas abstratos surgiram como os principais artistas de sua geração
Se na Europa houve um amadurecimento do mercado e da sociedade em relação à arte, nos Estados Unidos não havia esse mercado estabelecido. Não havia público, não havia o luxo e nem o dinheiro
1955 – 57: expressionismo abstrato o mercado começava a mostrar as caras ainda com críticas sobre criar valor sobre a arte
Andy Warhol
O primeiro deixar claro para a mídia que os artistas não podiam parecer querer dinheiro
Adota serigrafia em 1962 faz a sua primeira obra de repetição com a série de notas.
Revoluciona a arte moderna com a serigrafia
Levou as notas para gráfica e fez serigrafias foram 20 fileiras de um dólar as suas primeiras obras serigráficas foram as de dinheiro – elas marcariam a sua carreira toda
Andy pedia sugestões a amigos sobre quais motivos retratar. Uma amiga lhe pergunta “o que você mais ama?” e ele começou a pintar dinheiro
Ele declaradamente adorava ganhar dinheiro
As latas de sopa podiam representar uma reflexão de que a venda de arte a venda de mercadorias não eram tão diferentes
ele também comparava a arte com a moda: da mesma forma que a moda tinha que estar em grandes passarelas para ser valorizada, a arte tinha que estar em grandes galerias.
Considerava “ser artista” uma profissão honrosa. Artistas não são especiais. São comuns.
Ser bom nos negócios é a principal e maior arte.
“Dinheiro. Só não estou feliz quando não tenho”
Andy trabalhava com comissões por venda
No fim da sua vida foi questionado sobre sua “transformação de um artista comercial para um artista real”, ele diz “Ainda sou um artista comercial. Eu sempre fui um artista comercial.”
Andy Warhol representou a quebra dos valores renascentistas que limitou o comportamento de artistas por séculos
O modelo de artista materialista de Warhol não foi imitado por muitos artistas
Polêmicas no mercado de artes
Os artistas iniciantes tendem a ser mais polêmicos. Uma vez estabelecidos, eles se tornam mais conservadores
George Maciunas era contra a arte objeto como uma mercadoria não funcional e lançou um movimento fluxus com peças que desapareciam após uma única apresentação
Douglas Huebler e vários colegas que se autodenominavam artistas conceituais tentaram desmaterializar sua arte, apresentando suas ideias em formas como folhas xerox ou frases impressas pelas quais “ninguém, nem mesmo um público ávido por novidades, realmente pagaria dinheiro, ou muito disso.”
Era originalmente um vendedor e acreditava que vender não era só um meio de ganhar dinheiro mas também de ajudar as pessoas então ele também estabelecia com a sua arte
Jeff Koons acreditava na arte como uma forma de criar impacto político e para isso ele acreditava que tinha que se comunicar com um grande público
Suas primeiras esculturas com aspiradores foram uma homenagem a quando foi o vendedor de porta em porta. “Uma das razões pelas quais quero fazer obras de arte é atender às necessidades das pessoas e apoiá-las”
Koons diz que o mercado é o maior crítico de arte. O verdadeiro poder político onde as negociações acontecem está no mercado, não há como impedir que o mercado dite as regras
Assista ao vídeo “Táticas para ganhar dinheiro e fama na arte. Uma visão histórica do mercado” completo no canal Art Talks YouTube, com participação de Thais de Albuquerque.
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