A arte de Basquiat é crua, ingênua e cheia de influências artísticas que continuará a inspirar inúmeros artistas. A seguir, selecionamos 20 fatos sobre o artista que teve uma vida muito curta e cheia de curiosidades interessantes.
Jean-Michel Basquiat nasceu em 22 de dezembro de 1960, no Brooklyn, Nova York. Seu pai, Gérard, nasceu em Porto Príncipe, Haiti e sua mãe Matilde, era uma nova-iorquina de origem porto-riquenha. Nesta casa multicultural, Basquiat falava espanhol, francês e inglês já aos 11 anos.
A mãe de Basquiat induziu o amor pela arte em seu filho desde cedo, levando-o para museus de arte em Manhattan e matriculando-o como um membro júnior do Brooklyn Museum of Art, seu museu favorito.
Na primavera de 2018, este mesmo museu sediou a “One Basquiat”, uma exposição dedicada exclusivamente ao artista onde foi exposta a obra Untitled (1982), comprada pelo colecionador japonês Yusaku Maezawa por US $110,5 milhões, o maior valor já pago por um artista americano em leilão até a época.
Aos oito anos, Jean-Michel foi atropelado por um carro enquanto brincava na rua, o que resultou em um braço quebrado e graves lesões internas. Enquanto ele estava se recuperando, sua mãe lhe trouxe uma cópia do livro Gray’s Anatomy.
Os desenhos anatômicos detalhados do livro foram uma revelação para o jovem artista. Anos depois, Basquiat nomeou sua banda de “Noise rock” em homenagem a essa influência inicial.
Aos 15 anos, ao fugir de casa, o artista foi dormir em bancos de um parque chamado Tompkins Square Park, mas terminou sendo preso e devolvido aos cuidados de seu pai uma semana depois.
Basquiat abandonou a escola de Ensino Médio Edward R. Murrow aos 17 anos e depois frequentou o City-As-School, uma escola secundária alternativa em Manhattan, lar de muitos estudantes que fracassaram no modelo de escola convencional.
Seu pai o expulsou da casa por ter abandonado o ensino médio e Basquiat foi morar com amigos no Brooklyn. Ele se sustentava vendendo camisetas e cartões postais caseiros.
O artista alega que o nome foi criado em uma conversa em que ele e seu amigo do colegial Al Diaz estavam chapados, chamando a maconha que eles fumavam de “same old shit”, depois encurtando a frase para “Same Old”, então “SAMO©”.
Em 11 de dezembro de 1978, o jornal The Village Voice publicou um artigo sobre grafite quando Basquiat e Diaz terminaram sua amizade. O projeto SAMO terminou com o epitáfio “SAMO IS DEAD”, inscrito nas paredes dos edifícios do SoHo em 1979
A coroa, símbolo artístico de assinatura de Basquiat, reconhecia e desafiava a história da arte ocidental. Ao enfeitar figuras negras do sexo masculino, incluindo atletas, músicos e escritores com a coroa, Basquiat elevou esses artistas historicamente desprivilegiados à estatura real e santa. Em uma entrevista, seu amigo Francesco Clemente explica:
A coroa de Jean-Michel tem três picos, para suas três linhagens reais: o poeta, o músico, e o grande campeão de boxe.
Basquiat tornou-se regular no programa de televisão de acesso público intitulado Glenn O’Brien, aparecendo pela primeira vez no show ao vivo em 1979 com a cabeça raspada.
Dois anos depois, ele apareceu no filme Downtown ’81, de O’Brien, interpretando um personagem quase autobiográfico.
Ele produziu um disco de rap com Rammellzee e K Robb intitulado “Beat Bop” (1983) e desenhou a capa do single.
Em 1980, ele apareceu em um videoclipe da música “Rapture”, de Blondie como um DJ. Foi a vocalista Debbie Harry e seu namorado Chris Stein, que compraram a primeira pintura de Basquiat por US$ 200.
O crítico de arte da revista TIME, Robert Hughes, disse que Basquiat era o “Eddie Murphy do mundo da arte” e que as pessoas gostavam dele por sua persona “jovem, barulhenta… invencivelmente burra”. Ele também fez duras críticas sobre o seu amigo Keith Haring, dizendo que ele não era nada além de um “decorador de discoteca”.
Em 1982, aos 21 anos, tornou-se o artista mais jovem a se apresentar na Documenta em Kassel, na Alemanha, quando cerca de 60 pinturas foram exibidas na prestigiosa exposição.
Ele conheceu seu amigo e mentor de longa data, Andy Warhol, em 1981, no famoso restaurante Mr. Chow’s, muito frequentado por artistas da época.
O galerista suíço Bruno Bischofberger mais tarde sugeriu que os dois colaborassem em uma série de pinturas e, entre 1983 e 1985, a dupla fez trabalhos que uniram a arte de Basquiat com as imagens pop de Warhol.
Madonna e Basquiat namoraram em 1982, quando ambos ainda não tinham chegado a fama e o estrelato.
O artista morou na casa de Larry Gagosian por um ano, ele trabalhou em um tipo de porão, e suas pinturas foram exibidas na galeria West Hollywood Gagosian.
Na época, ele namorava Madonna e ela viveu com eles por alguns meses. Ao apresentar Madonna para Gagosian ele disse, “Ela vai bombar no mundo da música”
Com o sucesso comercial, ele gastou quantias gigantes em ternos Armani, vinhos caros e os melhores hotéis. “De ser tão crítico com a cena artística, Jean-Michel foi, de repente, se tornando a coisa que ele criticou”, disse Keith Haring, seu amigo de longa data.
Mas seus esbanjamentos foram marcados pela irreverência – ele era conhecido por pintar seus ternos de grife, emprestar quantias obscenas de dinheiro e jogar notas de US $100 de dólares da janela de uma limusine para os mendigos.
Tanto o Museu de Arte Moderna quanto o Museu Whitney de Arte Americana rejeitaram submissões de seu trabalho no início de sua carreira.
No início dos anos 80, Basquiat não tinha conta em banco e se recusou a ter uma. Ele guardava todo o dinheiro no seu loft, escondendo sob os tapetes, entre as almofadas dos sofás e nos livros.
Juntamente com Julian Schnabel, Kenny Scarf e Francesco Clemente, Basquiat foi considerado uma das principais figuras do neo-expressionismo.
Em 1996, o colega neo-expressionista Schnabel dirigiu um filme biográfico da vida tumultuada do artista com Jeffrey Wright, estrelando como Basquiat e David Bowie como Warhol.
O artista morreu de overdose acidental de drogas em 12 de agosto de 1988, no seu estúdio na Great Jones Street. Ele tinha 27 anos.
Nos meses que antecederam sua morte, o artista conturbado afirmou estar usando cem sacos de heroína por dia. O curador e galerista Jeffrey Deitch fez um elogio durante seu enterro no Cemitério Green-Wood, no Brooklyn.
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