Chris Burden (1946 – 2015) produziu algumas das obras mais chocantes da história da arte americana do século XX. Artista performático e conceitual, suas obras, assim como as de seu contexto, se preocupavam com uma arte baseada em ideias e ações, em vez de objetos criados para um mercado de arte elitista.
Ele queria retratar a realidade da dor para o público em um momento em que as pessoas se tornaram insensíveis à infinidade de imagens na televisão de soldados americanos feridos e mortos no Vietnã, e ao domínio geral da violência nas imagens da mídia.
Nestas ações, Chris Burden sujeitou-se frequentemente a certo número de situações de grande violência e impacto sobre o próprio corpo, como forma a provocar reações na audiência e de abordar alguns medos e tabus íntimos, de carácter individual ou coletivo.
Nesta performance, Chris pediu para que seu amigo atirasse de raspão em seu braço. O intuito era apenas escorrer um pouco de sangue. Entretanto, na hora do ato as coisas não saíram como planejado, e a bala acabou perfurando o braço do artista.
Esta peça apresentou exatamente o que acontece quando uma pessoa é baleada. Diferentemente de assistir a um tiroteio na televisão, ver uma pessoa baleada ao vivo é extremamente chocante.
Este trabalho também coloca questões sobre a natureza do poder e as ordens a seguir, um tema especialmente indicado pelo imperativo do próprio título “Shoot” (tiro).
“Tive a sensação intuitiva de que levar um tiro é tão americano quanto uma torta de maçã. Vemos pessoas sendo baleadas na TV, lemos sobre isso no jornal. Todo mundo se pergunta como é. Então eu fiz.”
Até que ponto somos obrigados a seguir as ordens? Quais são os limites entre regras e responsabilidade para com os seres humanos? O trabalho de Burden também foi uma maneira de sensibilizar as pessoas para a violência que havia se tornado cada vez menos chocante devido à sua prevalência nas notícias.
Finalmente, além de desafiar a preferência tradicional do mundo da arte pelas “belas-artes” da pintura, por exemplo, o que Burden realmente parecia desafiar era ele mesmo e sua própria dedicação à sua arte.
Na performance acima, vemos Chris deslizar sobre vidros quebrados – apenas de cueca – com as mãos amarradas atrás das costas. Isso gerou um grande desconforto por parte do público, principalmente ao verem a dor sentida pelo artista enquanto fragmentos de vidro rasgavam seu corpo.
Burden queria que estivesse claro para os telespectadores como a dor é real e enfatizou isso ao se apresentar ao vivo. Ele exibiu um trecho de dez segundos desta peça nos comerciais de uma rede local de TV.
Essa Body Art envolveu literalmentea fixação de Burden a um carro por meio de pregos nas palmas das mãos. Depois de pregado, ele foi retirado de uma garagem e exibido para o público. O motor foi acelerado a toda velocidade para gerar e mostrar o som de gritos de dor.
Os paralelos entre a crucificação de Cristo e o Trans-Fixed são claros. Aqui, novamente, Burden tirou o público de sua zona de conforto. Uma imagem de Cristo crucificado é comum na sociedade e ninguém pensa muito no fato de que muitas pessoas foram crucificadas no tempo dos romanos. Essa foi uma maneira agonizante e demorada de morrer.
Doomed foi apresentada no Museu de Arte Contemporânea de Chicago. Ela consistiu em Burden ficar deitado no chão, sob uma placa de vidro encostada na parede, enquanto um relógio registrava a duração da apresentação.
Nesta performance, o artista colocou sua vida nas mãos do público e da equipe do museu. Ele havia predeterminado que a peça só poderia terminar das seguintes maneiras: na interferência em um dos três elementos da peça – o relógio, o vidro ou ele próprio.
Após 45 horas, um dos funcionários do museu colou uma jarra de água ao lado do artista, quando começaram a surgir preocupações sobre sua saúde. Essa interferência foi o que terminou a peça. Depois que a jarra foi colocada, Burden levantou-se, bateu no relógio com um martelo e saiu do museu.
Existem vários elementos em jogo nesta apresentação, como empurrar os limites da resistência física, a passagem do tempo e deixar o controle para os espectadores quanto à duração da peça.
Chris não apenas causou desconforto a si próprio, mas também a seus espectadores, que foram colocados na posição embaraçosa de se perguntar se deveriam intervir. A plateia ficou com o dilema moral de saber se tinham alguma responsabilidade ética em relação ao artista.
Além disso, Doomed (condenado) também questionou se os espectadores deveriam seguir a visão tradicional do relacionamento entre público e obra de arte – as convenções estritas de manter distância e apenas olhar, nunca “tocando” o trabalho.
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que foda mas ao mesmo tempo QUE NEGOCIO DE MALUCO VSFFFFFFFFF O BROTHER ERA MUITO BIZUIADO DAS IDEIA mas ele era foda todo o meu respeito ao tiozinho descanse em paz
Pois é. Bem extremo e polêmico, divide opiniões.