Uma breve história do roxo na arte

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Uma cor nobre

O roxo surge pela primeira vez nas cavernas Neolíticas. O pigmento, produzido a partir de minerais como o hematita e o magnésio, era utilizado para retratar figuras de animais, como os cavalos malhados encontrados na caverna de Pech Merle, na França [foto acima].
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É na Antiguidade, entre os povos fenícios, que o roxo adquire valor nobre: o pigmento, chamado púrpura de tíria, era extraído dos caramujos marinhos. A cor distinguia os cidadãos de altas classes e era amplamente valorizada por não desbotar e tornar-se mais intensa e brilhante quando exposta ao sol. As leis suntuárias proibiam o uso da cor pelos cidadãos comuns e a produção de animais que forneciam a tinta era rigorosamente controlada pelo Império Bizantino.

Em 1464, foi decretado pelo Papa Paulo II que a cor púrpura de tíria não deveria mais ser utilizada pelos sacerdotes. Assim, bispos e arcebispos adotaram o vermelho, simbolizando o sangue de Cristo, e o púrpura de tíria tornou-se comum entre intelectuais e professores universitários.

Entre os séculos 18 e 19, o roxo – especialmente a tonalidade violeta -, devido ao alto custo de sua produção, era ainda uma cor da aristocracia. Membros da alta-sociedade, como a Imperatriz Catarina da Rússia, eram frequentemente retratados em trajes púrpuras ou violetas. A cor era uma dentre as favoritas dos pintores pré-Rafaelitas, que utilizavam-na para criar cenas românticas.


Artistas impressionistas como Claude Monet nutriam grande afeição pela tonalidade violeta. Críticos e historiadores a apontarem este período da história da arte como “violettomania”. “Eu finalmente descobri a verdadeira cor da atmosfera”, disse Monet. “É violeta. O ar fresco é violeta.”

Posteriormente, o violeta tornou-se a cor-símbolo do movimento sufragista, pertencente a Primeira Onda do Feminismo.