O roxo é uma cor que tem desempenhado um papel significativo na história da arte, evocando uma gama de significados e emoções ao longo dos séculos. Na antiguidade, a obtenção do corante roxo era um processo complexo e caro, o que o tornava um símbolo de riqueza, poder e prestígio. Na arte egípcia, o roxo era associado à realeza e à divindade, frequentemente utilizado em pinturas de faraós e deidades.
Durante o período Renascentista na Europa, o roxo continuou a ser valorizado como um símbolo de status, sendo utilizado em obras de arte para representar figuras aristocráticas e religiosas. Artistas como Leonardo da Vinci e Rafael empregaram o roxo em suas pinturas para transmitir nobreza e espiritualidade.
No entanto, foi no movimento artístico do século XIX, o Romantismo, que o roxo começou a ser explorado de forma mais expressiva e simbólica. Artistas como Eugène Delacroix e William Turner utilizaram o roxo para evocar emoções intensas e atmosferas misteriosas em suas obras.
No final do século XIX e início do século XX, o roxo foi amplamente explorado por artistas impressionistas e pós-impressionistas, como Claude Monet e Vincent van Gogh. Eles empregaram o roxo de maneiras inovadoras, capturando nuances de luz e sombra em paisagens e retratos.
No século XX, o roxo continuou a desempenhar um papel importante na arte moderna e contemporânea, sendo utilizado por artistas como Pablo Picasso e Henri Matisse para explorar questões de forma, cor e expressão emocional.
Hoje, o roxo continua a ser uma cor vibrante e versátil na arte, sendo utilizada por artistas de todo o mundo para transmitir uma ampla gama de significados e sensações, desde a espiritualidade e a introspecção até a ousadia e a originalidade. Sua presença na paleta artística continua a inspirar e cativar espectadores em todo o mundo.
O roxo surge pela primeira vez nas cavernas Neolíticas. O pigmento, produzido a partir de minerais como o hematita e o magnésio, era utilizado para retratar figuras de animais, como os cavalos malhados encontrados na caverna de Pech Merle, na França [foto acima].
É na Antiguidade, entre os povos fenícios, que o roxo adquire valor nobre: o pigmento, chamado púrpura de tíria, era extraído dos caramujos marinhos. A cor distinguia os cidadãos de altas classes e era amplamente valorizada por não desbotar e tornar-se mais intensa e brilhante quando exposta ao sol. As leis suntuárias proibiam o uso da cor pelos cidadãos comuns e a produção de animais que forneciam a tinta era rigorosamente controlada pelo Império Bizantino.
Em 1464, foi decretado pelo Papa Paulo II que a cor púrpura de tíria não deveria mais ser utilizada pelos sacerdotes. Assim, bispos e arcebispos adotaram o vermelho, simbolizando o sangue de Cristo, e o púrpura de tíria tornou-se comum entre intelectuais e professores universitários.
Entre os séculos 18 e 19, o roxo – especialmente a tonalidade violeta -, devido ao alto custo de sua produção, era ainda uma cor da aristocracia. Membros da alta-sociedade, como a Imperatriz Catarina da Rússia, eram frequentemente retratados em trajes púrpuras ou violetas. A cor era uma dentre as favoritas dos pintores pré-Rafaelitas, que utilizavam-na para criar cenas românticas.
Artistas impressionistas como Claude Monet nutriam grande afeição pela tonalidade violeta. Críticos e historiadores a apontarem este período da história da arte como “violettomania”. “Eu finalmente descobri a verdadeira cor da atmosfera”, disse Monet. “É violeta. O ar fresco é violeta.”
Posteriormente, o violeta tornou-se a cor-símbolo do movimento sufragista, pertencente a Primeira Onda do Feminismo.
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