Lasar Segall nasceu em 1889, em Vilna, capital da atual República da Lituânia, na época sob o domínio do Império Russo. De família judaica, vivenciou desde cedo as restrições impostas aos judeus. Seu pai, além de comerciante, exercia a função de escriba dos textos sagrados da Torá.
O constante temor pelos surtos de violência contra os membros da comunidade levou o jovem, que já demonstrava talento para o desenho, a tentar a vida longe dali.
Em 1906, Segall frequentou em Berlim a Escola de Artes Aplicadas e a Academia Imperial de Belas Artes, anos antes de se mudar para Dresden, em 1910, onde prosseguiu seus estudos.
Dois anos depois, veio pela primeira vez ao Brasil, onde já viviam três dos seus irmãos. Nessa oportunidade, mostrou seus trabalhos próximos ao impressionismo em duas exposições (São Paulo e Campinas).
Lasar Segall retornou à Europa em fins de 1913. De volta a Dresden, conheceu a atriz Margarete Quack, com quem se casaria após a Primeira Guerra Mundial. Com o início do conflito, por ser cidadão russo, ficou confinado na cidade de Meissen, conseguindo depois permissão para retornar a Dresden.
Em 1916, obteve autorização para visitar Vilna, que estava destruída pelas tropas russas. Nesse momento resolveu abandonar a fidelidade à natureza para dar forma visual à violência contra os judeus, permitindo que a emoção distorcesse as formas e libertasse a cor. Em outubro de 1916, mostrou alguns desses trabalhos em Dresden.
Em 1918, com a instauração da República de Weimar, o expressionismo, até então uma tendência marginal, alcançou ampla aceitação. Lasar Segall alinhou-se formalmente à nova estética.
Em janeiro de 1919 ele fundou, com outros artistas, o Dresdner Sezession Gruppe 1919 [Grupo Secessão de Dresden 1919], quando sua arte começou a ganhar reconhecimento, com obras em museus públicos e coleções privadas.
Ainda em 1919, a seção de arte moderna do Museu Municipal de Dresden foi inaugurada com a aquisição de sua tela Eternos caminhantes (1919). Apesar do relativo sucesso, em fins de 1923 Segall decidiu emigrar para o Brasil com a esposa Margarete. Em São Paulo, foi acolhido pelos modernistas.
Já separado de Margarete, em 1925 foi convidado a decorar o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado, espaço em que a mecenas reunia sua coleção modernista. No mesmo ano, Segall casou-se com Jenny Klabin. Em dezembro, o casal viajou à Europa, e no ano seguinte nasceu em Berlim seu primeiro filho, Mauricio.
De 1928 a 1932 eles residiram em Paris, onde Segall iniciou investigações no campo da escultura. Nessa temporada nasceu Oscar, seu segundo filho.
De volta ao Brasil, dedicou-se à organização da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), entidade dedicada à disseminação das propostas de vanguarda em São Paulo, que seria extinta em 1935.
Em julho de 1937, o governo nazista decidiu empreender uma campanha oficial contra o que chamava de Entartete Kunst [arte degenerada]. O governo alemão confiscou aproximadamente 16 mil obras de arte, entre as quais cerca de 50 de Lasar Segall.
Muitas delas foram exibidas na exposição Entartete Kunst, que estreou em Munique (1937) e percorreu depois uma série de cidades da Alemanha.
Lasar Segall permaneceu no Brasil e foi incorporado à história da arte brasileira. Realizou diversas exposições em 1937 e 1938, no Brasil e na França, e suas obras passaram a integrar coleções de museus brasileiros e franceses. Em 1943, foi homenageado com uma grande exposição retrospectiva, realizada no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Em 1945, ainda no Rio, tomou parte na exposição Arte condenada pelo Terceiro Reich, um desagravo aos artistas perseguidos pelo regime nazista, na Galeria Askanazy. Em 1948, apresentou uma grande exposição em Nova York.
Auxiliada pelos filhos Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall e pelo amigo Luiz Hossaka, a viúva Jenny Klabin Segall coordenou várias exposições póstumas de Segall na Europa, entre 1958 e 1962.
Em 21 de setembro de 1967, foi inaugurado oficialmente o Museu Lasar Segall, situado na antiga residência do casal no bairro de Vila Mariana, em São Paulo.
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