Uma obra de arte inserida no espectro religioso pode variar de conceito se analisarmos o fim a que ela se destina. Isso é essencial para entendermos a diferença entre arte sacra e arte religiosa.
No que se refere às representações artísticas, o universo religioso apresenta uma rica variedade de obras, podendo ser encontradas em:
Nas igrejas católicas, por exemplo, a arte sempre teve um forte papel pedagógico.
As imagens relacionadas com cenas bíblicas, evangelhos, vidas de santos, tiveram por função despertar a religiosidade dos fiéis e fazer com que acompanhassem as celebrações litúrgicas. Muitas vezes, tinham o papel de contar histórias, passo a passo.
É produzida para fazer parte dos cultos divinos ou rituais religiosos, unindo a expressão do artista com a comunidade na qual ela pode ser inserida. É um fenômeno comunicativo que vai além do racional, desperta sensações de religiosidade e fé nos espectadores.
Sua função é servir de ornamento para os locais onde os ritos e celebrações religiosas irão ocorrer; de destino litúrgico (cultivar o divino).
Ela mantém os valores da religião retratada, mas não é destinada à realização do culto divino; reflete a vida e a devoção religiosa do artista, particularmente. Sem ela, não há arte sacra. Suas manifestações geralmente estão fora dos lugares de cultos e rituais religiosos.
O artista que cria, por exemplo, uma escultura de um santo para o altar de uma Igreja, está produzindo arte sacra, pois, sua obra será foco de adoração e estará inserida num contexto de ritual litúrgico. Toda arte sacra é religiosa, entretanto, nem toda arte religiosa pode ser considerada sacra.
É importante lembrar que a arte sacra não possui um estilo único. No Brasil e Europa, a predominância se deu em relação à fé católica.
Como qualquer obra de arte, ela é fruto de cada contexto humano e das mentalidades dos homens em seu período de produção. Assim como a forma com que a religiosidade foi tratada mudou ao longo do tempo, sua representação plástica também o foi.
Transformações nas sociedades e avanços tecnológicos exigiram novas soluções arquitetônicas. Nas religiões mais antigas, como a egípcia e maia, por exemplo, os locais de culto eram como “residências das divindades”, assim, apenas os membros mais privilegiados da sociedade podiam adentrar. Já a cristã, budista, judia e islâmica, basearam suas doutrinas na participação comunitária.
Podemos ter acesso às memórias desses momentos históricos no Museu de Arte Sacra de São Paulo, criado em 1970.
Em seu acervo, encontraremos preservados e expostos objetos religiosos de grande valor estético ou histórico. Além disso, o local apoia a realização de pesquisas e proporciona cursos regulares, periódicos ou esporádicos de difusão, extensão e de treinamento sobre temas ligados a seu campo de atuação.
O grande representante da arte sacra brasileira foi Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, durante o período colonial.
Maior nome do estilo artístico barroco brasileiro, o escultor, entalhador e arquiteto, tem como base em suas obras a questão da religiosidade, sendo algumas delas: esculturas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, retábulos e projetos de fachadas de Igrejas.
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Imagens de santos não são adoradas. Por favor, não colaborem com as ondas de desinformação no Brasil. Obrigado.
Ótima colocação! Obrigada Rayssa