O Classicismo foi um movimento artístico e cultural que ocorreu na Europa dos séculos XIV ao XVI, durante o contexto do Renascimento. Devido à crise do feudalismo, advento das grandes navegações e maior desenvolvimento do cientificismo, as artes acabaram por acompanhar essas diversas transformações sociais e culturais, o que refletiu diretamente em suas produções.
Nesse movimento, tinha-se como extrema influência as artes da antiguidade clássica greco-romana, priorizando a harmonia, clareza, humanismo e racionalismo. De acordo com a periodização dos historiadores, ele marca o fim da Idade Média e início da Arte Moderna.
O Neoclassicismo também apresenta essas características listadas acima, entretanto, surge apenas no século XVIII, durante a Revolução Francesa e Iluminismo, em oposição ao exagero e fervor do Barroco. Acabou sendo utilizado como um sinônimo do Classicismo.
É importante lembrar que sempre que os artistas se referiram aos gregos e romanos, levaram consigo os problemas e ideais de seus próprios tempos, interpretando de diferentes maneiras o que a antiguidade tinha a oferecer.
Apesar de compartilhar uma reverência aos modelos da antiguidade, o Classicismo pode variar muito em sua interpretação e aplicação conforme a escolha da categoria artística a ser retratada (pintura, arquitetura, literatura e música).
A tradição clássica não se extinguiu durante a Idade Média. Devido aos esforços dos italianos dos séculos XV e XVI para absorver o conteúdo greco-romano, o Renascimento teve na Itália como o primeiro período do Classicismo radical após a antiguidade.
O arquiteto do século XV, Leon Battista Alberti, equiparou o Classicismo a “Beleza” e definiu o termo na arquitetura como “a harmonia e concordância de todas as partes obtidas seguindo regras bem fundamentadas [baseadas no estudo de trabalhos antigos] e resultando em uma unidade tal que nada poderia ser acrescentado, retirado ou alterado, exceto para o pior”.
Nas artes visuais, o Classicismo da Renascença é sintetizado em obras como: David de Michelangelo, no homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci e no Palazzo Caprini de Donato Bramante de 1510. Os artistas sembre buscavam uma proporção perfeita, simetria, valorização da figura humana, perspectiva, etc.
Os exemplos da antiguidade e da Renascença em Roma forneceram o padrão do Classicismo para os dois séculos seguintes na Itália, enquanto na França do século XVII, esses exemplos, com as teorias de Alberti, guiaram os principais artistas franceses a um classicismo purificado.
Na Inglaterra do século XVIII, o neoclassicismo na arquitetura era focado nas obras e tratados do arquiteto italiano Andrea Palladio. Ele próprio, inspirado na antiguidade romana e na Roma da Renascença, forneceu padrões de classicismo que permearam a arquitetura inglesa e americana até o começo do século XIX.
No início do século XX, as exigências clássicas de harmonia, proporção e congruência de partes estavam sendo aplicadas aos novos métodos para abrir espaço para muitos estilos. Os arquitetos Le Corbusier e Ludwig Mies van der Rohe exemplificaram duas maneiras diferentes de adaptar as características estilísticas clássicas aos problemas e materiais contemporâneos.
Por fim, os períodos do classicismo na literatura e na música geralmente coincidem com os períodos clássicos das artes visuais. Na literatura, por exemplo, o primeiro surgimento do classicismo também ocorreu durante o Renascimento, quando a prosa de Cícero foi especialmente imitada.
A França no século XVII desenvolveu um Classicismo rico e diversificado na literatura, como também nas artes visuais. Os dramaturgos Pierre Corneille e Jean Racine, com os filósofos Blaise Pascal e René Descartes, foram particularmente importantes.
Na Inglaterra, o Classicismo na literatura surgiu mais tarde que na França e atingiu seu auge nos escritos do século XVIII de John Dryden e Alexander Pope. Gotthold Ephraim Lessing, Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller foram figuras importantes do movimento literário clássico alemão. No início do século XX, T.S. Eliot e os proponentes do New Criticism foram às vezes considerados neoclassicistas por causa de sua ênfase em forma e disciplina.
Na música, a influência clássica surgiu no final do século XVIII e foi dominado por compositores da área de língua alemã da Europa: Wolfgang Amadeus Mozart, Christoph Gluck e Beethoven.
Nessa época, a música instrumental tornou-se mais importante que a vocal pela primeira vez na história. O interesse intenso por tal música e pela forma “Clássica” regularizada levou à padronização de orquestras sinfônicas, conjuntos de câmara, pianos e várias formas de composição.
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