Um dos principais nomes responsáveis por iniciar o que se denominou de arte Neoclássica é o negociante de arte, arqueólogo e pintor escocês, Gavin HAMILTON (1723-1798), que atuou na mesma época que Anton Raphael MENGS[1] (1728-1779) e Johann Joachim WINCKELMANN[2] (1717-1768), fundamentais para o desenvolvimento do estilo junto a arte europeia.
Formado pela Universidade de Glasgow, Hamilton se estabeleceu em Roma, na Itália, a partir de 1756, depois de morar em Londres por cerca de cinco anos, pintando retratos.
Nos arredores de Roma viveu para descobrir antiguidades, conduzindo escavações em importanbtes sítios arqueológicos, comercializando os achados, basicamente entre colecionadores ingleses, ampliando o conhecimento da arte greco-romana e compartilhando as teorias neoclássicas.
Influenciado por Nicolas POUSSIN[3] (1594-1665), Hamilton produziu uma série de monumentais pinturas, apoiado em temas retirados dos poemas de Homero[4] (ca. IX-VIII a.C.), principalmente, sobre os heróis apresentados em Ilíada[5] e outros assuntos lendários ligados à história romana e mitos da Antiga Grécia.
Na cidade repleta de intelectuais, colecionadores e arqueólogos, Hamilton recebeu atenções do escritor alemão, Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) do mesmo círculo de Winckelmann, trabalhou com o historiador de arte, pintor e gravurista, Giovanni Battista PIRANESI (1720-1778), foi conselheiro do jovem escultor Antônio CANOVA (1757-1822) e foi seguido pelo pintor e gravador Domenico CUNEGO (1724/25-1803), que reproduziu a maioria de suas obras.
Última a governar o Egito ptolemaico, após sua morte o Egito se transformou definitivamente em província do Império romano.
Hamilton representa Cleópatra, ocupando todo o espaço do primeiro plano. Ainda viva, ela segura com a mão direita a pequena víbora, segundos antes da picada fatal.
O estilo neoclássico se faz presente na figura solidamente desenhada, executada meticulosamente, imóvel, banhada em luz teatral. Cleópatra já representa a virtude patriótica e heroica dos personagens, que estão por chegar com a próxima geração de artistas neoclássicos.
A composição mostra o suicídio de Lucrécia, esposa de Lucius Tarquinius Collatinus estuprada por Sextus Tarquinius e o juramento de vingança por parte de Brutus, um tema retirado da história lendária da Antiga Roma contada, entre outros, por Tito Lívio[6], Ovídio[7] e Shakespeare[8].
Ao morrer, a jovem teria relatado o fato ao marido e também ao seu pai e suplicado por vingança contra Sextus, na presença de Lucius Iunius Brutus e Publius Valerius Poplicola.
Líder do exército romano, Brutus deu início à República Romana, articulando a queda e o exílio de Tarquinius, o soberbo e sua família.
(SHAKESPEARE, Quarta parte, 1839-1855. Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/obra/la-violacion-de-lucrecia–0/ Acesso em: 20 ago. 2021. Tradução nossa [9])
DETROIT INSTITUTE OF ARTS. Detroit, MI. EUA. Disponível em: https://www.dia.org/art/collection/object/cleopatra-47446 Acesso em: 26 ago. 2021.
GLASGOW MUSEUMS RESOURCE CENTRE, Glasgow, UK. Disponível em: http://collections.glasgowmuseums.com/mwebcgi/mweb?request=record;id=1044;type=101 Acesso em: 26 ago. 2021.
JANSON H. W. História da Arte. Tradução J.A. Ferreira de Almeida; Maria Manuela Rocheta Santos. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 823 p.
OVIDIO. Fastos/Fasti. Tradução de Márcio Meirelles Gouvêa Junior. 1.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. 368 p.
SHAKESPEARE, William. La violación de Lucrecia. Quarta parte, 1839-1855. edición de Ramón García González. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2003. Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/obra/la-violacion-de-lucrecia–0/ Acesso em: 20 ago. 2021.
YALE CENTER FOR BRITISH ART, Paul Mellon Collection, New Haven, CT, EUA. Disponível em: https://collections.britishart.yale.edu/catalog/tms:810 Acesso em: 26 ago. 2021.
[1] Saiba mais de Anton Raphael MENGS (1728-1779) em https://arteref.com/artigos-academicos/neoclassicismo-antiguidade-grega-imitacao-poesia/
[2] Saiba mais de Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) em https://arteref.com/artigos-academicos/neoclassicismo-antiguidade-grega-imitacao-poesia/
[3] Saiba mais de Nicolas POUSSIN[3] (1594-1665) em https://arteref.com/artigos-academicos/classicismo-barroco/
[4] Homero é autor de Ilíada e Odisseia. Os poemas heroicos datadospor volta do século IX a.C., relatam as aventuras e os combates de diferentes personagens gregos e troianos, envolvidos e manipulados por poderosos deuses.
[5] A Ilíada trata da História da guerra de Troia e a disputa entre o herói Aquiles e Agamémnon comandante, dos exércitos gregos em Troia. O longo poema se encerra com a morte e o funeral de Heitor, herói troiano, filho do rei Priamo. Um dos personagens centrais da guerra de Troia, Aquiles, de ânimo feroz, é filho de Peleu, rei da Ftia, na Tessália e da nereida Tétis (uma das cinquenta filhas de Nereu e Dóris, filha de Oceano). Rei de Micenas, Agamémnon, da casa Atreu, é um dos maiores heróis dos aliados gregos e irmão de Menelau, marido de Helena, uma das causas da guerra de Troia.
[6] Tito Lívio (59 a.C. – 17) em Ab urbe condita (História de Roma desde a sua Fundação) obra produzida por volta de 27 a 25 a.C. descreve o personagem lendário Lucius Iunius Brutus, como fundador da República romana e um dos primeiros cônsules ao lado de Lucius Tarquinius, um período sem registro histórico comprovado.
[7] Em Fastis, Livro II, Fevereiro 24, Regifúgio, dia Nefasto, 685-855, sua obra poética sobre o calendário romano, Publios Ovídio Naso (43 a.C.- 17) narra o episódio do estrupo de Lucrécia e a fuga do rei Tarquinius.
[8] William Shakespeare (1564-1616) no poema narrativo, A Violação de Lucrécia, Quarta Parte – Versos: 1422-1855, publicado em 1594, discorre sobre a vergonha e dor de Lucrécia.
por la fe de Lucrecia que hace poco lloraba
su desdicha; por este, cuchillo ensangrentado, 1840
vengaremos la muerte de tu querida esposa!»
Dicho esto, su mano, le golpeó en el pecho,
besó el fatal cuchillo, para ofrendar su voto,
y a su proclama urge se unan los demás,
que admirados, aprueban, sus sentidas palabras. 1845
Luego todos postrando las rodillas en tierra
y el hondo juramento que Bruto profirió,
de nuevo lo pronuncian y todos con él juran.
Cuando todos juraron el compartido fallo,
sacaron del lugar a la bella Lucrecia, 1850
para mostrar su cuerpo sangrante a toda Roma
y proclamar así la afrenta de Tarquino,
lo cual, una vez hecho con rauda diligencia,
hizo que los romanos castiguen entre aplausos,
al infame Tarquino, al exilio perpetuo. 1855
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